Cidades de uma vez só

Na semana passada, numa troca de tuites entre Cláudia, Natalie, Carina, Patricia, Carmem e Marcie, surgiu a ideia de listar os lugares que cada uma delas considerava “viu-tá-visto”. Aí a conversa evoluiu e dedidiram fazer também uma segunda lista – com cidades ou países para onde voltariam sempre. Mais gente foi entrando na conversa e, no fim,  a notícia se espalhou e a gente decidiu, vejam só fazer uma blogagem coletiva com o tema “umas com tanto, outras com nada” hoje, dia 19. Então aqui vamos nós.

Eu poderia citar aqui N cidades diferentes que, pra mim, nunca se esgotam, que nunca me cansam, que nunca me entediam, que sempre me surpreendem, me encantam, me dobram. Poderia começar com Paris; afinal, Paris ne finit jamais, certo? Quem mora lá nunca acha tudo isso, mas eu acho, sim, que poderia passar uma vida inteira ali e nunca me daria por satisfeita. Gosto de voltar todo ano, “escolho” escalas pra parar ali, já passei 33 dias na cidade de uma só vez, em uma das visitas, em 2009.

Amo o simples cotidiano, o dobrar a esquina até a padaria, o cheiro de croissant em todo canto (exceto as fétidas estações de metrô, como bem sabemos, é claro), as pessoas na rua que, o tempo todo, parecem personagens de um filme, surreais.

Londres pra mim também não tem fim – e a cidade tem toda uma energia, uma movida, que eu realmente não sei comparar com nenhuma outra. Vibrante sempre – e eu não saberia defini-la de outra maneira.  Florença me faz entender Stendhal a cada esquina, numa beleza que não termina nunca, numa sequência de surpresas que a gente nem consegue administrar, não importa quantas vezes já tenha estado ali. E…
… puxa! Eu paro por aqui. Como eu disse, tenho uma lista gigante de cidades arrebatadoras, pra voltar sempre. E tem até cidades que não me arrebatam, mas me dão conforto em retornar – como Buenos Aires, por exemplo.

Que aí entra outra questão: eu tenho uma paixão impressionante por retornar aos lugares que amo. É claro que nada supera o thrill do primeiro contato com um destino, e gosto de todo ano ter ao menos uma experiência dessa; aquele primeiro golpe, como uma lufada de ar, da primeira vez numa cidade, num país, numa terra. O exótico é excitante, o diferente é sedutor, não dá pra negar. E eu adoro. Mas poucas sensações são mais acolhedoras e reconfortantes pra mim que retornar a um lugar querido – e hoje eu tenho vislumbres da sensação de “casa” em muitas partes.

Agora… por mais que eu tenha refletido durante essa semana inteirinha… não, não me peçam para indicar destinos para os quais eu NÃO voltaria. Não me peçam para citar destinos que eu ache viu-tá-visto ou, muito menos, destinos que eu acho que não me acrescentaram nada. Isso é impossível, impossível, impossível pra mim. Acho que um destino não se esgota nunca, nunquinha, seja ele qual for; acho que eu posso me esgotar antes de um lugar. Claro que há lugares menos ou mais interessantes pra cada um de nós, mas daí a ser um lugar “de uma vez só”… nop. Pra mim não rola. Se eu não consigo achar que já vi suficiente nem um museu (eu vivo voltando a vários!), imagina ticar definitivamente uma cidade do meu mapa-mundi. Sou do contra: pra mim não existe destino ou cidade de uma vez só. No way.

Bom, mas isso sou eu. Vamos ver qual será o saldo final dessa blogagem coletiva 😉
Até porque eu, como vcs sabem, tô viajando hoje pra um dos países para os quais mais amo voltar: Espanha!
Se você quiser conferir o que acham os outros membros dessa blogagem coletiva, é só espiar nos links das meninas já citadas no abre desse post e nessa galera toda aqui embaixo:



http://www.abrindoobico.com
http://www.aprendizdeviajante.com
http://www.sundaycooks.com
http://www.deunstempospraca.blogspot.com
http://www.turomaquia.com
http://www.senzatia.com

24 Comentários

  1. Isso aí, Mari! Sempre dá pra voltar! Às vezes, pode não fazer parte de um plano, mas pintou a ida, com certeza a viagem será diferente 😉 Muito bem colocada a comparação com museus!
    Beijos e boa viagem!

  2. E isso aí, Mari! às vezes podemos não planejar voltar a uma cidade, mas quando acontece é sempre uma visita diferente. Muito bem colocada a comparação com museus 😉
    Beijos e boa viagem!

  3. Concordo inteiramente com você, Mari!
    Também não acho justo descartar uma cidade com uma viagem só. Uma viagem só não te dá bagagem para julgar nada! rs
    Tiago – Rotas Capixabas

  4. Compartilho de sua opinião – não tem esse lugar prá onde nunca se volta. Mesmo pq tudo vai ser diferente na próxima vez. Alguns lugares onde se vai muito por questões de família ou trabalho tem mil caras, imagina a passeio! Bjo, boa viagem!

  5. Mari, mais uma vez um brilhante post!Assim como você existem lugares dos quais nunca me canso, Paris, Roma, Pirenópolis são lugares especiais!

    Todo lugar tem seus mistérios, mas eu tenho alguns poucos lugares que não voltaria. Porto Seguro, por exemplo, é um lugar que não me fisga mais.

    Acho que Pisa na Itália seria outro, gostei muito de conhecer a cidade. No entanto, tirando o aeroporto que te conecta com diversos destinos europeus e a famosa torre acho que seria sim uma cidade ” de uma vez só”.

    Abraços e boa viagem!
    Dani Barbosa

  6. Oi Mari! Adorei as suas considerações! Lendo os comentários da outras blogueiras, entendi que não é preciso conhecer uma cidade em um dia, mas que uma viagem de 4 dias para o lugar “x” por exemplo, já foi o suficiente!

    Acho que é possível conhecer uma cidade em algumas dias, impossível mesmo é conhecer sua população por completo, seus hábitos, suas manias, em tão poucos dias! As pessoas são a verdadeira jóia de um lugar!

    Beijos e boa viagem!
    (Que vontade de ir pra Espanha tbm…)

  7. Aí a conversa segue para outro rumo que a Mari até já comentou por aqui: voltar a um lugar que gostamos ou conhecer um novo destino?

    Talvez por conta dessa vontade de conhecer novos lugares que dizemos que alguns lugares já estão “ticados” da nossa lista. E não quer dizer necessariamente que vimos tudo o que tinha que ser visto.

  8. Pois é, nunca diga dessa água não beberei e é sabedoria dizer que sempre voltaria! No meu caso seria somente uma priorização, se puder escolher ver algo novo, sempre terá prioridade!
    Mas já paguei a língua e voltei pra Bélgica, que foi ó-te-mo ter repetido a figurinha 🙂

  9. Tõ contigo, Marizinha, quando gosto só penso em voltar, voltar … Como você me sinto “em casa” em algumas, Bzaires e Paris 😉
    E acho que nosso olhar muda à cada vez.
    Concordamos em várias delas 😉

  10. Eu até te entendo, mas a verdade é que eu não tenho coragem de “ficar voltando”, não… Talvez seja porque ainda tenho pouca bagagem, mas a ansiedade é maior que a paixão por qualquer lugar. 😉

  11. Mari, eu compreendo perfeitamente o seu ponto de vista, porque penso de forma muito parecida. Só tem uma categoria de cidades ou lugares para onde eu não tenho tanta vontade de voltar. São as “cidades-monumento”. Em um comentário que deixei em outro blog, citei como exemplo Machu Picchu. Não é que eu não tenha achado MARAVILHOSO estar lá. Foi, sim, incrível conhecer aquele lugar. Mas acho que uma segunda visita não me provocaria a mesma sensação, a emoção causada pelo desconhecido. A graça de lugares assim é exatamente não mudarem nunca. Já a cidade de Cuzco, eu achei deliciosa, e voltaria fácil…

  12. Mari

    O meu problema com as viagens é que eu tal como vc adoro voltar para os lugares de que gosto…é por isso que eu não conheço tantos países como poderia!!
    Todos os anos,por exemplo, eu “sou obrigada” a voltar a Itália e a Inglaterra…rsrs
    Mas sim,há um lugar onde eu NÃO voltaria…a Marrocos!

    Bjo
    Ps:dessa vez não vai dar para passar na terrinha portuguesa??

  13. Margaridoca, acho que não vai dar pra esticar pra terrinha, não, que já rolou Lisboa em maio, né? Eu devo ir até a fronteira pra renovar meu BI mas, ao menos por enquanto, Coimbra tá de fora… 🙁 Então quando vc vai ao Brasil? ;-))))

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