Acho que todo mundo que vai à Jordânia fica ansioso por chegar à Petra. Comigo não foi diferente. Depois de ter passado os dias anteriores em Amã e visitando também Jerash, Madaba e o Monte Nebo, e, sobretudo, depois de ter visto Petra iluminada somente por velas na noite anterior, no meu “dia de Petra” tudo o que eu queria, desde a hora que acordei, era reentrar naquela cidade.
Sete da matina eu já estava prontinha, rumando pra portaria (e isso porque só lá eu descobri que abria às 6h!). O ingresso é carinho: são 50 JD (aprox. US$75) pela visita de um dia (isso para quem dorme pelo menos uma noite em Petra/Wadi Moussa; visitantes que só fazem bate-e-volta pra lá pagam mais). Mas os cuidados ali são louváveis: a cidade está toda limpa, tem banheiros decentes instalados em vários pontos e há painéis informativos diante de cada “atração” mais importante; os membros da “polícia turística” também estão por ali em todo canto, ajudando, orientando e respondendo perguntinhas dos turistas. E, bom… Petra é Petra.
Acho que não existe foto no mundo capaz de reproduzir as cores que vemos ali. E cores que mudam, conforme o sol vai fazendo seu caminho ao longo do dia. São tantas tonalidades diferentes num mesmo pedaço de rocha que a gente não sabe nem para onde olhar.
Os cânions “dentro” dos quais andamos até a fachada principal, o “Tesouro”, que fica uma meia horinha de caminhada da portaria, são altíssimos, impressionantes. E durante todo o percurso vamos vendo tumbas nabatéias e resquícios de imagens esculpidas nas rochas – algumas propositadamente esculpidas pelo homem, outras curiosamente esculpidas pela chuva e pelo vento. Resquícios do tempo dos romanos também são evidentes.
O friozinho na barriga quando avistamos o primeiro “naco” do Tesouro (Al-Khazneh) por entre rochas, ao longe, é inevitável. E todo mundo apressa o passo naquele trechinho, entre uma paradinha para fotografia e outra, para chegar logo diante daquela lindeza. LIN-DE-ZA.
Depois de babar por longos minutos ali, estudar cada cantinho da fachada, desviar de um camelo aqui e outro ali (!), tirar 15028765 fotos, a gente resolve seguir caminho. E daí vem outra grande surpresa: Petra é gigante. Dali em diante, são quilômetros de tumbas, fachadas, teatros, calçadas egípcias, micro aquedutos, altares, escadarias sem fim, numa sucessão impressionante de belezas. Difícil dizer pra vocês do que eu gostei mais. Sério.
Petra, pra quem não sabe, hoje protegida pela Unesco, é uma cidade nabatéia totalmente esculpida numa rocha avermelhada/rosada há mais de dois mil anos e que chegou a ter um papel importante nas rotas de comércio (seda, especiarias etc) entre Ásia e Africa/Europa. Lá pelo século XIV, Petra acabou completamente “perdida” para o ocidente – daí ser chamada até hoje de “lost city” – e só foi ser redescoberta já no século XIX, por um viajante suíço.
Como muita gente passa o dia inteiro ali, em vários tem banheiros (grátis) e mini lojinhas vendendo cafés e lanchinhos rápidos (além das barraquinhas beduínas de souvenirs, é claro). Você pode fazer tudo a pé ou arriscar umas partes em burricos, camelos, cavalos ou até em charretinhas-riquixás – me disseram que a cavalgada até o Altar de Sacrifícios, um dos pontos mais altos de Petra, é espetacular.
Acabei indo embora muito antes do que pretendia porque seguia para o sul, para Wadi Rum, e havia notificações sobre probabilidade de tempestades de areia no final da tarde no caminho. Então fui embora com um baita gostinho de quero mais – não consegui nem ver todas as fachadas principais, fiquei frustradíssima. A parte boa é que fica aquela vontade doida de voltar. São mais de 50 km2 de área total em Petra. São tantos cânions, tantas montanhas, tantos cantinhos, que dizem que mesmo um turista que se esforce muito pra explora-la não conhece mais que 10% da verdadeira Petra.
Mas quer saber o mais gostoso de Petra? Os papos. Principalmente com as crianças, que são fascinantes, inteligentíssimas, ultra articuladas. O tempo inteiro a gente é abordado por beduínos oferecendo produtos ou serviços, de crianças a velhinhos. Todos se arriscam no inglês e vários no espanhol (pra variar, todo mundo achava que eu era espanhola lá :-P). Entre uma tentativa de venda aqui e outra ali, surgem histórias incríveis – visões de mundo curiosíssimas, debates sobre costumes e crenças, histórias de amor, tem de tudo. E ainda tem turista do mundo inteirinho pra você trocar umas ideias.
Adorei as fotos!
Mari, esta sua serie sobre a Jordania fez ela pular para o topo da minha lista.
Oie! Tudo bem?
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem. Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Beijos.
Até mais,
Bóia
Mari
Sempre quis ir a petra mas tenho medo da travessia do desfiladeiro.
Já não sou criança ….
Como é feita ?
e´perigosa? de burrico? charrete?
Se puder responder será de grande ajuda .obrigada silvia
Silvia, a travessia do desfiladeiro para chegar à fachada principal – o “Tesouro” – é toda plana, retinha, e não dura mais que meia hora. Como caminhar numa praça mesmo. Você só vai subir e descer escadinhas em pedras e coisas do gênero SE quiser chegar a algumas tumbas específicas, mas nem precisa. Os lugares mais lindos de Petra você vê bem do caminho principal, que é todo plano. Pode acreditar em mim que eu sou super sedentária :-)))) Se quiser ir ao Monastério, que é outra fachada bem famosa, você sobre uma escadaria de 900 degraus – mas devagarzinho, parando aqui e ali. E tem burricos, cavalos, camelos e charretes oferecendo-se pra passeio o tempo todo.
Ai, droga! Olha a vontade de viajar pra ver essas lindezas todas sendo alimentada monstruosamente!
Lindas fotos, Mari!
Quando vejo fotos de Petra me lembro do filme Indiana Jones e dos posts sobre Petra de Arnaldo.
Lindo lugar e lindas fotos, Mari
Bjs
Carmen
Carmen, querida, eu também lembrei muito do Indiana Jones, do Arnaldo e do Arthur durante a viagem 😉
muitissimo obrigada Mari. Foi de grande ajuda silvia
Petra é sonho antigo que um dia ainda alcanço! Ótimas fotos!
Maravilhosa, e o seu post está ótimo Mari. Que vontade de ir lá!
Mari vou para Jordania em fevereiro…
Seu post aguçou mais ainda a vontade de lá chegar.
Foi muito útil.
Só fiquei preocupada com as “tempestades” de areia…..são muito comuns?
Somos duas old ladies ,curiosas como você e que amam história.
Continue relatando suas viagens…amei !
Oi, Semiramis. As tempestades de areia são comuns nas proximidades do deserto, sim; mas os motoristas jordanianos realmente sabem enfrenta-las, fiquem tranquilas. A Jordânia é um dos países mais encantadores que já conheci, vocês vão adorar.
Mari
Meu grupo viaja agora para Israel e Petra .
Somos 5 pessoas de 65 até 83 anos
Nesta nosso grupo , há 2 pessoas que querem ir à Petra no bate/volta.
Eu, entretanto, quero ficar 02 dias ( dormindo uma noite lá )
O grande problema é que queremos pegar um tour .Eu sou a única que consigo entender inglês, as outras 02 não entendem nada .
Não quero ficar traduzindo pois acabo perdendo o que o guia fala.
Assim , estamos a procura de um tour em ESPANHOL ( Mais fácil para as outras 02 )
Você sabe se encontraremos ? Em Israel será que encontramos alguma agência que faça tour para Petra em espanhol ?
Desde já agradeço
Selma Nobre
Oi, Selma. Acho que seguramente encontrarão, sim, porque os tours bate-e-volta a Petra são mesmo bem comuns – e os tours em espanhol EM Petra mega comuns; mas como eu fui de Amman pra lá não sei quão grande é a oferta de tours em espanhol em Israel. De todos modos, eu realmente aconselharia você e seu grupo dormirem lá ao menos uma noite, vendo Petra à luz de velas na noite da chegada e daí explorando a cidade e o parque de verdade no dia seguinte – acho judiação fazer tudo num dia só, muito corrido, com pouco tempo por lá. O que vocês também já fazer é reservar através de alguma agência brasileira o passeio pra Petra, seja ele bate-e-volta ou não, pra não precisar arriscar deixar pra hora H.
Mari noa noite
Li com muita atençao seu artigo maravilhoso sobre Petra
Estamos para ir em setembro gostaria de saber : preciso de guia para ajudar na fronteira e n visita diurn e noturna a Petra
Vc conhece algum que fale pelo menos espanhol ima vez que somente um do meu grupo gala ingles
Grato
Luiz, não tenho nenhum guia em especial para indicar, mas sei que há inúmeros guias que falam espanhol na Jordânia – e até alguns que falam português. Se espanhol estiver ok, dá pra conseguir o guia até mesmo na entrada do parque; no caso de guia em português, acho que seria melhor reservar previamente com uma agência, avisando que quer a visita só para seu grupo. Se você for só cruzar a fronteira de Israel para visitar Petra, não sei exatamente como funciona – eu fiz imigração em Amã para entrar e sair do país, já que não incluí Israel na mesma visita. E não tinha guia nenhum no meu processo imigratório – mas fui abordada em inglês ali. Nas ruínas, não é necessário ter guia nem de dia nem de noite – é bastante fácil passear por conta própria. Mas pode ser útil: eu gostei de visitar com guia em parte da minha manhã (depois explorei sozinha), já que sem ele eu não saberia exatamente o que cada caverna ou ruína significava. Mas fiz sozinha a visita noturna e realmente ali não há necessidade nenhuma de guia – a gente tem que seguir o fluxo (literalmente) até o local da apresentação e não há espaço para explicações de guia durante a mesma.
Adorei seus artigos são muito interessantes, parabéns continue assim com esses belos artigos…
Olá, adorei seu relato. Uma dúvida, posso deixar para comprar o ingresso para o Petra by night , no mesmo dia que chegar? O que achas? Uma curiosidade, como foste de amã para Petra? Estou cogitando contratar um motorista/guia no hotel pois pretendo ir de Amã ( passando por Nebo, Mar morto), chegar em Petra a tare em tempo de ir no show noturno. No dia seguinte passarei o dia em Petra e retornarei no dia seguinte para Amã ( ainda não sei como).
Oi, Magali! Eu contratei um motorista/guia para todos os meus deslocamentos no país e achei que foi ótimo, recomendo muito. Em geral, dá para comprar o ingresso no dia, mas em muitos dias eles esgotam com antecedência – então o ideal é comprar o seu ingresso com antecedência, para garantir que haja disponibilidade para a data que você deseja.