O caminho já todo coberto de neve – e quem tiver um olho de lince vai ver que bem no tronco mais alto da cerca tem uma águia curtindo o visu |
Além dos tours exclusivos de cada um e do clássico “base Torres” (um trekking forte, forte, que dura o dia todinho – e sobrecarrega super os joelhos, principalmente na longa decida), normalmente, os passeios básicos ao parque Torres del Paine oferecidos pelos hotéis e pelas agências de Puerto Natales e arredores seguem um mesmo esquema: dar um rolê no parque, parar nuns 3 mirantes para fotografias, Salto Grande, Salto Chico e Lago Grey. E são, em geral, batizados de “full day”.
O dia tava amanhecendo com jeito de megablasterlindo; mas 15 minutinhos depois a paisagem já tava todinha cinza |
É assim que todo mundo costuma ser apresentado ao parque. E, nessa viagem-convite na qual eu embarquei agora no finzinho de maio, eu era a única do grupo que já tinha estado outras vezes na região; então nada mais correto que começarmos a viagem assim.
A gente pode ver isso 4, 5, 6 vezes e continua achando lindo como da primeira |
Saímos cedo, com o dia ainda escuro (no outono-inverno, o sol só dá as caras lá pelas oito da manhã) e ele começou a amanhecer lindão, tingindo o céu de rosa. Mas, mesmo minutos depois o tempo já estando feinho e cinza, nada tirou o jeitão-desbunde de qualquer passeio por ali – eu já disse e repito que parque de diversões pra mim chama-se Torres del Paine 😀
Lá vai o gaucho (sem acento messs) com suas vaquinhas e perros ovejeros |
Não importa quantas vezes eu já tenha visto o dito cujo antes, sempre entro nos “ohs” e “ahs” do passeio. Única coisa chata que, com o dia super nublado, as torres não deram as caras nem um tiquinho, deixando o grupo mezzo frustrado.
O maciço dando uma de difícil, se escondendo atrás das nuvens |
Para esse passeio, não é preciso muito abrigo, não; como são poucos momentos de caminhada e as paradas também são curtas – grupo desce, tira fotos, sobe de volta na van – ninguém precisa ir vestido todo “encebolado”, em mil e uma camadas, não.
Quaaaaase dava pra ver as ditas cujas |
Cada hotel ou agência tem o seu circuito, o seu itinerário. O bacana do nosso é que o guia foi fazendo o passeio conforme a nossa vontade – a gente podia pedir quantas paradinhas para fotografia quisesse 😉
As margens dos lagos já estavam todas congeladinhas |
A parada no Salto Chico, que eu adoro, não rolou. Mas pudemos ficar um tempão curtindo o visual alucinante – como o guia mesmo dizia – do Salto Grande, com aquela força impressionante das águas batendo nas rochas.
O cânion do Salto Grande… |
… e o “salto” propriamente dito |
Lá pela uma e pouco fizemos a paradinha para o almoço. Eu vou falar do Remota, o hotel que nos convidou, em outro post. Mas já adianto que foi ele o primeiro hotel no qual me hospedei na região na minha primeira visita, anos atrás. E não é que eles continuam montando a mesa de picnic no meio do passeio linda, linda como faziam antes? Óin!
A mesa toda caprichada preparada pelos guias <3 |
Depois do almoço rapidão, com direito a carne grelhada na cerveja in loco, cruzamos a ponte pênsil para o setor do parque chamado de Lago Grey.
Balança mas não cai: só seis pessoas podem atravessar a ponte por vez |
Atravessada a ponte, a gente faz a trilha pelo bosque que leva às areias escuras e super pedregosas que margeiam o lago que, obviamente, como seu próprio nome diz, tem uma cor bem acinzentada.
O lago Grey, ao fundo, todinho tomado por pedaços de gelo desprendidos do Glaciar |
O lago, na verdade, ganhou esse nome porque é formado pelo degelo do Glaciar Grey, um dos maiores glaciares do continente americano. A gente pode ver bem o glaciar tanto da margem do lago quanto do mirante que fica no alto de uma das montanhas que o ladeiam; mas pra ver bem, bem nítido, o legal é tomar o catamarã que todos os dias leva até bem pertinho do dito cujo num passeio de 3h duração (obrigatório reservar antes).
Quem quiser ver mais cantinhos do parque que normalmente são vistos nesse passeio basicão, e também dar uma comparada na paisagem de inverno e verão, pode ver nas fotos e nos posts publicados aqui sobre minhas quatro viagens anteriores para lá. Ou utilizando, é claro, esse menuzão de tags aí na lateral direita do blog 😉
OI Mari!
Tou pesquisando…
Achei até uma postagem sua de 2008 falando de sua primeira ida à região! Coisa linda!
Esses passeios de um dia… só são agendados por agências ou também nos hotéis top para não-hóspedes?
Own, que legal! E pensar que continuo apaixonada por lá mesmo indo todo ano desde então! <3 Dá pra comprar os passeios em qualquer agência (esse, por exemplo, é um clássico hehehe) ou também nos hotéis. Eles vendem, sim, para não hóspedes a maioria dos passeios, mas precisa agendar com antecedência.
Olá Mari,
Estou com viagem marcado para Patagônia agora no fim de maio. Me diz uma coisa, mesmo nessa época você recomenda reservar essa passeio com antecedência? Qual o horário de saída e de retorno?
Abs
Marina, você pode deixar para comprar direto no local, mas corre o risco de não ter lugar para o dia que vc quer, por isso minha recomendação. Como em maio cai muito a frequência de turistas, muitas agências fecham para a chegada do inverno ou diminuem as saídas. Os horários dependem muito de cada hotel ou agência, mas esse passeio é de dia inteiro na maioria dos casos, saíndo de manhã e voltando só no finalzinho da tarde.
Adorei o post!
Estou planejando uma viagem para TDP em Outubro/16. E estou na duvida em como contratar o tour pela internet. O circuito W é superviosado por guia? Ou o melhor é se hospedar em um hotel no proprio parque e de lá sair cada dia para um lugar diferente?
Tassia, você pode fazer o passeio guiado (altamente recomendado) ou não. Acho que se hospedar dentro do parque ou em Puerto Natales e sair cada dia para um passeio diferente é seguramente a melhor opção para conhecer a Patagônia chilena. Foi assim que eu sempre viajei para lá (tem posts aqui no blog sobre todas as viagens a TDP que eu fiz) e recomendo muito.
Olá, Mari! Estou sempre ligada no seu blog e agora que estou com viagem marcada para TDP preciso de sua ajuda. Vc sabe se existem ônibus regulares que partem de Puerto Natales para TDP em junho? Não consegui encontrar nada a respeito. Estava pensando em fazer o full day num dia e voltar ao parque por conta no dia seguinte.Também pensei em ficar na Hosteria Pehoe, mas não sei se seria melhor ficar em Puerto Natales. Muito obrigada.
Não sei se há ônibus regulares em junho, Daniela; sorry. Sempre fiz a região em tours nas dez vezes que visitei. Há diversas agências em Puerto Natales que fazem o tour de um dia – mas eu recomendaria você checar antes se farão regularmente em junho porque no inverno parte do parque fica fechada. Ficar hospedada dentro do parque tem suas vantagens na hora de explora-lo ao máximo (tem vários posts aqui no blog falando sobre isso), mas ficar em Puerto Natales também é uma boa para conhecer mais da região além do parque e também para poder curtir um pouco de vida noturna e social.
Olá Mari.
Adorei seu post!
Vou para patagônia no final de Agosto e ficarei em Puerto Natales dois dias inteiros (31/08 e 01/09).
Estou com dificuldades de encontrar uma agência confiável pela internet.
Você teria alguns nomes para indicar!?!?!
Muito obrigada.
Natália
Natália, você quer uma agência brasileira para reservar tudo desde aqui ou um receptivo local para contratar passeios lá? Se for reservar tudo daqui, minha indicação é sempre a Teresa Perez, que atende o Brasil inteiro. Mas se for fazer lá, o ideal é pedir indicação para o próprio local onde você ficará hospedada – todo hostel e hotel costuma trabalhar em parceria com alguns receptivos locais. Como eu sempre fiquei em hotéis lá, sempre fiz os passeios que eles mesmos ofereciam; então não tenho um receptivo específico para te indicar 🙁 Outra opção é usar uma horinha no seu dia de chegada para fuçar as opções lá mesmo, já que Natales é pequeninha e as agências e receptivos locais ficam todos no centrinho.