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O centrinho da pacata Colonnata |
Dizem os toscanos que se trata de algo, de fato, muito saudável, que estimularia os índices do colesterol bom. Dizem os amantes de bacon que esse seria o mais nobre de todos os bacons do universo. Dizem os health fanatics que se trata de uma abominação. Mas o fato é que ver uma “produção” de lardo pela primeira vez choca um pouquinho, sim (uma amiga mais sensível chegou até a sonhar com o dito cujo depois que comeu pela primeira vez, rá!).
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O adorado lardo sendo curado |
É muita gordura junta vista pela primeira vez. Mas o cheiro é bom; só se sente o perfume de alho+especiarias. O lardo, para quem não sabe, é a camada espessa de gordura – branquinha, branquinha – que fica debaixo da pele dos porcos; a grosso modo, poderíamos dizer que é o rei dos bacons. E seu local de produção por excelência é justamente o povoado de Colonnata, em Carrara, no norte da Toscana – o negócio ali é levado tão a sério, mas tão a sério, que o lardo de Colonnata tem até denominação de origem protegida (D.O.P.).
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Venanzio em frente à sua larderia… |
Além de ser utilizado no preparo de pratos típicos regionais, o grande barato na Toscana é consumir o lardo no rol dos antipasti, entre salames, prosciutto, queijos e afins. Então, antes de jantar no Ristorante Venanzio, tive o prazer de ser levada pelo próprio Venanzio Vanucci, o dono do local, para ver logo ao lado sua larderia.
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… e mostrando orgulhoso sua produção |
A gordura do porco, antes de estar “pronta” para o consumo, fica curada (com sal, pimenta, alho, canela e outras especiarias, que aderem à casca do lardo) por no mínimo seis meses em enormes cubos de mármore (de Carrara, é claro), em espécies de cavernas subterrâneas em pedra, frias. Podem ficar curando por até um ano, em grandes nacos de gordura empilhados.
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Os nacos de lardo são guardados de seis a doze meses… |
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… nesses cubos de mármore instalados numa câmara friazinha |
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As montanhas de mármore vistas de Colonnata, para um dar um tempo nas imagens do lardo 😛 |
Já no restaurante, o lardo veio fatiadinho junto com os antipasti e também numa bruschetta. Eu, que não gosto de bacon (desculpem, defensores da iguaria), achei melhor do eu esperava – a textura é mesmo muito macia, quase derrete na boca, e o sabor lembra muito os embutidos em geral. Fãs de bacon e embutidos vão à loucura; para não fãs, como eu, a experiência de provar como antipasto é até bem interessante.
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O lardo chega no prato assim, fatiadinho como qualquer embutido |
E, para os mais xiitas com dietas e afins, vale dizer: levando-se em consideração a quantidade de borgos no alto das montanhas toscanas e suas ladeirinhas, essa extravagância calórica, frente à toda comilança tradicional de uma viagem à Toscana, é absolutamente plausível ;-))))
Vale experimentar.
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