O mapa rabiscado com o que já tinhamos percorrido do continente antártico até aquela manhã |
Tive exatamente uma hora de sono entre voltar para o navio depois do camping no gelo e tomar o café da manhã para já sair em seguida para o desembarque em Port Lockroy. Essa é uma das escalas mais esperadas por quem viaja à Antártida. Primeiro, porque a localização da base inglesa no continente gelado aparece em vários livros sobre o destino; e, segundo, e talvez mais levado em consideração pela maioria dos viajantes, porque lá fica o principal posto dos correios do fim do mundo 😉
Descemos do zodiac em meio a pedras e neve, numa subida curtíssima, mas não das mais simples justamente pela combinação desses dois elementos (fico impressionada como a terceira idade lida bem demais com esses lugares!), até chegar à simpática casinha-sede aberta aos visitantes. Os “correios” estão simbolizados por uma mera caixinha postal – a clássica, vermelhinha, com o emblema da rainha britânica.
Postais (caros, mas muito mais baratos que no navio, btw, humpf!) e selos (pelo preço ultra razoável de um dólar para qualquer lugar do mundo) estão à venda numa micro loja, junto com pelúcias de pinguins, chaveiros e ímas de geladeira suuuuper overpriced. Quase todos os passageiros foram ali deixar seus postais – que vão até a Inglaterra, offcoursemente, antes de seguir para seu destino no mundo. Uma pena que a tosca que vos escreve esqueceu de anotar os endereços dos amigos; sem internet no barco, receberão postais praticamente os únicos endereços que eu sei de cabeça: o meu e o da minha mãe. Sorry, folks 🙁
Flo e Kath, duas dos quatro jovens que mantém a base nos quatro meses de “verão” |
Mas, gafes à parte, muito mais interessante que o postinho dos correios é o museu que foi criado ali. Mantido por quatro jovens que vivem juntos por quatro meses ali na base (dormindo juntos num mesmo quartinho apertado e tomando banho “de cortesia” nos navios que visitam a base o.O ), o museu reproduz fielmente como era a primeira casa da base, quando chegaram os primeiros exploradores britânicos para se estabelecer na área.
Uma riqueza de detalhes – com trilha sonora e tudo – impressionante e emocionante; ali a gente se arrepende até de ter reclamado dos chacoalhos do Drake.
Esse lindo funciona!!! |
Ao redor da casa, uma colônia de pinguins faz a festa, vivendo entre ali e a ilhota vizinha de Jougla Point, que alcançamos em cinco minutinhos de zodiac. Jougla Point, além da colônia de pinguins que ali vivem e da visita periódica que recebe de aves e focas, ficou famosa entre navegadores pela ossada gigante de baleia que exibe (e cujas fotos, não me perguntem como, eu perdi, grrrrrrr).
Papai Noel passou também pelo Pólo Sul?? |
Os “kayakers” flagrados, minúsculos diante do glaciar, na volta ao Polar Pioneer |
A manhã estava linda novamente e esse terceiro dia no continente antártico prometia ser praticamente tão bom quanto o anterior. Deixei Jougla Point com o pensamento firme na minha caminha e em como seria reconfortante tirar um cochilinho antes do chamado para o almoço.
Tsc, tsc. Sonho meu.
Pensando em alugar um carro?
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Que tal comprar um chip internacional com internet ilimitada para sua viagem?
Hummm, queria um posta!
Lena
Anotei a dica: levar todos os endereços para enviar o postal direto da Antártida! 🙂
Beijos,
Lillian.