Quando desci do Sun Boat IV (o navio em que fiz o cruzeiro pelo Nilo) em Edfu fomos todos avisados que o caminho do píer até o templo de Horus seria feito nas típicas “carruagens egípcias” que circulam pela cidade.
Cada carruagem (ou carroça, como vocês preferirem :P) leva até 3 pessoas e foi determinado que cada “cabine” do navio viajaria numa. Como eu estava sozinha, a carruagem era BEM velhinha e o condutor abriu um sorriso gigante quando viu que levaria uma mulher desacompanhada, pedi pro (excelente) guia Ehad, que nos acompanhou durante todo o cruzeiro, ir comigo – segurança, né, sabe cumé?
Então lá fomos nós em menos de 15 minutinhos de viagem no que mais parecia uma corrida de bigas com as carruagens se esgueirando enfileiradas entre o trânsito local da cidade e depois ultrapassando umas as outras.
De vez em quando eles se xingavam entre eles, outras vezes cumprimentavam as pessoas na rua.
Quando chegamos ao souk, ficou meio hora do rush (e era mesmo fim de tarde já):
No caminho ao templo ainda cruzamos com trocentas carrocinhas de vendedores e – oh-oh – um trator:
Até chegarmos ao “estacionamento de carruagens” à entrada do templo, onde as carruagens foram todas estacionadas enfileiradinhas (e nós praticamente sufocados pelos vendedores das lojinhas do local).
Na volta, já de noitão, o guia teve que ficar por último para esperar uma família que não aparecia no ponto de encontro e eu tive que tomar minha “carruagem” sozinha mesmo.
O condutor foi simpático, me encheu de perguntas sobre o Brasil, me explicou o que era cada lugar por onde passavamos e perguntou, é claro, se podia tirar foto comigo (algo super comum por lá, btw). Já estava muito escuro mas foi super interessante ver as pessoas na rua, a maioria passando pelo mercado antes de voltar para casa (fora do Cairo, as cidades são muito mais tradicionais e mulheres totalmente cobertas e homens usando suas galabeyas são muito mais comuns).
Só deu medinho porque, na metade da corrida, ele me pediu para esperar “1 minute, miss, 1 minute, miss, please” e me deixou montadinha na carruagem esperando, sem prender o cavalo nem nada, enquanto ele desceu e andou uma quadra para buscar um… saco com pão! ha ha ha ha
Cheguei sã e salva, é claro 😉
p.s.: a corrida, assim como os demais passeios ao longo da viagem, já estava incluída no valor pago pelo cruzeiro; só nos foi recomendado que, ao final, se tudo corresse bem, dessemos alguma gratificação (o famoso bakshish, a gorjeta que os egípcios esperam dos turistas o tempo todo) simples ao condutor.
Porque eu sozinha à noite em um carro … ter medo. Você é muito corajosa.
Bjs
Carmen L.