O tour guiado começa sempre no Gladstone Hotel; e é mesmo um baita lugar pra começar, mesmo que você queira passear por conta própria |
A Queen Street de Toronto reúne uma amostra adorável de hotéis design, galerias de arte e lojas conceito (daquelas gracinha mesmo) em si própria e em seus arredores, na região que já vem sendo chamada por muitos de “art+design district”.
A região de West Queen West, que se estende por cerca de 15 quarteirões entre a Bathurst St e a Gladstone Avenue, é o que hoje se considera o Art+Design District de Toronto devido ao grande número de galerias de arte independentes, lojinhas relacionadas à arte e design e estúdios de todo tipo que se concentram ali. A coisa andou dando tão certo que esse “limite” dos 15 quarteirões já-já terá que ser ampliado, já que os quarteirões e ruas adjacentes também ganham cada vez mais estabelecimentos como esses.
A fachada sensacional do Gladstone… |
… e as peças de arte espalhadas pelo hotel |
Originalmente, tratava-se de um bairro de operários que recebia novos moradores de Toronto e dizem que aquelas bandas, mesmo nos quarteirões mais esquisitinhos e desertos, é sempre segura. E, inegável, ganha ares cheios de energia com os grafites multicoloridos que compõem a street art que se vê em toda parte por lá.
Dentre as muitas coisas que vi por ali (acho programaço para uma tarde todinha), os que eu achei que mais valem uma paradinha são:
– Gladstone Hotel (1214QSW): o mais antigo hotel em funcionamento em Toronto foi todo renovado e ganhou ares de hotel boutique suuuuuper descolado e contemporâneo. Seus quartos podem não ser os mais espaçosos mas vários deles tiveram design de artistas de Toronto; as áreas comuns todas do hotel servem também de galeria de arte para novos artistas canadenses. E tem um bar todo disputadinho, caso você deseje esticar um pouquinho mais a parada.
Dá uma olhada no elevador antiquíssimo do Gladstone |
E do hotel ainda dá para espiar a CN Tower |
Durante a caminhada, entre um ponto e outro, olhos bem atentos para os detalhes daqui e dali (tem sempre um grafite ou uma galeriazinha onde você menos espera).
– Drake Hotel (1150QSW): um hotel boutique muito charmoso, com discreto ar de night club. Na verdade, rola mesmo um nightclub no subsolo, e dos mais disputados de Toronto, com DJs internacionais dando pinta por lá. O café/bar/galeria de arte/ biblioteca é dos lugares mais originais que vi em toda Toronto. Ficou famoso pelas celebridades que se sempre se hospedaram ali (Johnny Depp é um dos que não aceita se hospedar em outro hotel na cidade) mas vale mesmo a pena a paradinha no passeio para subir ao segundo andar onde fica o gra-ci-nha SkyYard, um terraço+pátio que funciona também como bar. O hotel é tão envolvido no mundo das artes que tem um curador full time por ali e as peças expostas incluem um escultura do badalado realista Evan Penny. Logo ao lado, a Drake General Store é um dos paraísos de compras da região para os fãs de design.
O Drake é um campeão em detalhes |
Biblioteca, bar, café, galeria, ponto de encontro: tudo no mesmo cantinho do Drake´s |
O rooftop bar adorável… |
… e a lojinha imperdível |
– Inabstracto+Verso (1160QSW): Kate Eisen é uma designers especializada no modernismo da metade do século passado e produz tecidos, papéis de parede, objetos para casa e atua também como curadora das mostras que recebe.
– Flea Market (1088-1080QSW): três galerias pequenininhas ganham clima de mercado de pulgas nessa área: Katherine Mulherin, ESP e REC Room, para quem quer ver de tudo um pouco no mesmo lugar
Até para esperar o sinal abrir o povo ali tem estilo 😉 |
– Gravitiy Pope (1010 QSW): a loja mais bonita da região vale, no mínimo, uma entradinha, mesmo que você não queira comprar nada. Não bastassem os sapatos, acessórios e roupas estarem dispostos de maneira super criativa, como num antigo brechó parisiense, o ambiente ali é insuperável, concebido pelo designer Peter Turner: tem candelabros franceses dos anos 20, móveis Louis XVI, uma escadaria art-déco sensacional dos anos 30 e vários objetos (espelhos, móveis, luminárias etc) trazidos do extinto Paramount Theatre de Buenos Aires. Amei o conceito.
– Museum of Contemporary Canadian Art (952 QSW): esse museu gratuito, propriedade da cidade de Toronto, tem mostras temporárias contemporâneas e mostras da National Gallery do Canadá que mudam periodicamente.
Além das inúmeras outras galerias de arte e lojinhas que eu nem cito aqui, vale fazer um breve desvio da QSW para o Street Art Alley, uma ruela batizada de Brookfield St que termina na Ossington Ave, para ver belos exemplos de arte de rua. A região ainda possui um monte de restaurantes legais abertos para almoço e jantar e diversos bares que ficam muvucadinhos no período da noite.
Quem quiser um passeio guiado pela área para entender melhor todo o processo e conhecer cada cantinho (o que eu fiz e recomendo muito), vale saber que, todos os sábados, a simpática Betty Ann Jordan, crítica de arte e escritora, oferece tours do meio-dia às 14h30 por US$25 dólares por pessoa (ou US$45 por cada duas) que partem sempre do Gladstone Hotel. Betty Ann também faz tours privativos pela área (contatos via artinsite.com ou bajordan@sympatico.ca), para quem quiser algo mais personalizado.
Meu passeio predileto por Toronto.
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