Um tour pelos bastidores de um dos maiores navios do planeta
Como gosto mesmo de embarcações em geral, sempre curto me enfiar nos tours pelo navio que costumeiramente rolam em cruzeiros. Alguns são mais genéricos, mostrando mais a cozinha e a ponte de comando que qualquer coisa; outros são mais específicos, chegando à casa de máquinas e explicações mais funcionais sobre a engenharia da coisa (que eu acho bacanérrimo).
Mas, durante essa viagem a trabalho com outros jornalistas brasileiros, a convite da Royal Caribbean, curti ver que o tal “all access tour” que eles oferecem chegou até os decks 1 e 2, áreas geralmente restritas à tripulação.
Começamos o tour conhecendo o funcionamento da piscina do AcquaTheatre e os segredos por trás do show aquático que rola ali durante o cruzeiro: o mecanismo de subida e descida do nível da água, onde se escondem os mergulhadores profissionais que zelam pela segurança dos envolvidos no show e as “cavernas” subaquáticas por onde entram e saem do palco-piscina os artistas.
Depois, conhecemos parte da cozinha e seu funcionamento e visitamos também os estoques de alimentos e bebidas, já meio vazios por estarmos na reta final do cruzeiro (o tour aconteceu no penúltimo dia de full navegação).
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Na sala de controles da engenharia, o oficial encarregado nos deu uma mini-aula de física enquanto explicava a leitura que fazem de cada painel e comentava sobre os números absurdamente grandes de consumo de água, energia etc em uma semana de cruzeiro. Pena que só vimos a casa de máquinas através das câmeras de segurança dos engenheiros.
Então descemos para a lavanderia, a parte que me pareceu mais triste do navio. Os funcionários trabalham o dia inteiro confinados numa área de pé direito bem baixo, teto tomado por tubulações e iluminação bastante fraca, já no nível da água, administrando imensas máquinas de lavar e sacar e dobrando e separando lençóis e toalhas em ritmo industrial – lembrei na hora de Tempos Modernos :/
Continuamos o tour conhecendo as áreas de acesso exclusivo da tripulação: o restaurante buffet 24h deles, muito semelhante a um dos que atendem os passageiros (o Windjammer, servindo inclusive as mesmas marcas de produtos); o centro de treinamento onde fazem cursos de línguas e afins (Roseta, e dentre os cursos de idiomas mais concorridos está o português justamente por causa do grande contingente de passageiros brazucas); os dois bares exclusivos para eles (o fumacento Heli Bar, onde podem fumar, e o pub grandão para não fumantes); a bela academia que têm; e até a gigante sala de entretenimento (afinal, são mais de 2 mil tripulantes!), que conta com sinuca, pebolim, wii, Playstation, computadores e outras cositas.
E os caras ainda têm uma área onde funciona uma micro feirinha: sobre algumas mesas, uma das funcionárias das lojas à bordo vende (com descontos significativos) os mesmos produtos vendidos aos passageiros na Royal Promenade.
Os números do navio são tão impressionantes quanto o tamanho dele, com coisas como:
– 4.700.000lbs de água consumidas a cada 24h (e o navio produz sua própria água potável)
– 1.100 km de cabos elétricos
– 12.175 plantas diferentes no Central Park
– 25 áreas de alimentos e 37 bares (além dos bares de suporte da casa)
– 4000 pãezinhos feitos por hora por uma das máquinas da padaria
– 18.000 fatias de pizza e 10.200 garrafas de cerveja consumidas por semana
Para terminar, visitamos a ponte de comando (mas sem a presença do Capitão; a oficial de comando responsável na hora era uma panamenha) e também o heliponto, bem na proa do avião, numa área normalmente vetada aos passageiros.
Entre uma área e outra visitada, um papinho aqui e outro ali com alguns dos tripulantes – inclusive no congestionamento das estreitíssimas escadas que utilizam.
Curti.
p.s.: em tempo: o tour, que eu tinha propagandeado toda feliz no instagram ser gratuito, agora voltou a ser cobrado e parece que valerá 150 obamas. Você pode guardar bem as imagens e relatos contidos nesse post na sua cabeça e gastar essa verba tomando umas pelo navio 😛
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Nesse mundo cada vez mais politicamente correto, pelo menos os funcionários do navio têm um lugar onde podem fumar. Achei um pouco preconceituoso o texto que li nas entrelinhas: um lugar fumacento, ou seja, não frequentável por “gente normal que não fuma”. Pois é, isso é democracia: cada um no seu quadrado.
Não foi essa a ideia, Yara. Óbvio que acho correto que os funcionários do navio (ou das redações de revistas e jornais ou de qq outro tipo de emprego) tenham a liberdade de fumar (ou não) em parte do ambiente de trabalho. Cresci com pai e mãe fumantes e sempre procurei respeitar a opinião e a opção de cada um em qualquer coisa – inclusive na decisão de fumar ou não. Só me chamou atenção que o bar estivesse tão cheio de fumaça às 9h da manhã, com meia dúzia de pessoas lá dentro
Legal, Mari, Acho bom mesmo que seja assim. Sou fumante e cada vez mais vejo pessoas tachando pessoas como eu de seres anormais. Quanto ao bar estar cheio de fumaça tão cedo, suponho que os tripulantes fumantes tiveram seus momentos para uma prize de nicotina somente após deixarem seus postos de trabalho onde, claro, não podem fumar.
Em march 2013 estive no allure. Irmao gemeo do oasis. Sensacional
Agora conhecendo o cerebro fica mais gostoso