Dois passeios tipo escapada adoráveis para quem visita Quebec com folga
Fiquei encantada com Quebec, mesmo debaixo de chuva, como contei neste post aqui. E, de lá, fiz duas escapadas pelos arredores da cidade que eu super recomendo: Île d´Orleans e Charlevoix.
Île d´Orleans, na verdade, nem é uma escapada propriamente dita: essa ilhota é um distrito da cidade de Quebec, separada apenas por uma ponte de poucos quilômetros (pouco mais de 15) – programão para um passeio tipo bate-e-volta, indo e voltando no mesmo dia.
Foi ali em Île d´Orleans, às margens do rio St. Lawrence, que surgiu a então chamada Nova França e sua tradição rural continua firme e forte: hoje é o agriturismo que sustenta a população de pouco mais de sete mil habitantes, todos envolvidos de alguma maneira na produção local de queijos, doces, pães, frutas e vegetais orgânicos etc. O negócio ali é levado tão a sério que desde 2007 a região tem seu próprio selo de certificação, “savoir-fare Île d´Orleans”, estampado em praticamente tudo que é vendido por ali.
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Entre museus, prédios históricos, lojas, restaurantes e ateliês de mais de oitenta artesãos, durante meu dia na ilha visitei muitos de seus negócios de agriturismo. Dois deles me encantaram e acho que traduzem bem o espírito da ilha: Confiturerie Tigidou e Cassis Monna & Filles. Ambas são propriedades bem familiares, que começaram bem pequena e despretensiosamente e já chegaram mais longe do que imaginavam.
A Tigidou é bem jovem, com pouco mais de um ano de existência – mas é tão encantadora, nos produtos e na decoração geral da loja, quanto seu casal de proprietários, Vincent Paris e Catherine Trudel. Os dois são nascidos e criados na ilha, viajaram e voltaram a viver em Île d´Orleans após se apaixonarem. A loja, que ocupa um casarão (eles alugam o andar de cima, com 3 quartos, para famílias em férias), foi toda feita com móveis e objetos abandonados, doados e/ou reciclados. O forte da casa são geléias de todo tipo – algumas com combinações ousadas de frutas e ervas – feitas com frutas e açúcar orgânicos. Tudo pode ser degustado antes de ser comprado e a loja é tão fofa e convidativa que o melhor programa é já fazer um lanchinho ali mesmo.
A Cassis Monna & Filles já é mais antiga e está super bem estabelecida no mercado, inclusive internacionalmente (exporta seus produtos para alguns países). Sua produção é basicamente alcoólica – mas tudo ali é produzido com cassis. Foi o francês Bernard Monna, de uma família de licoristas do sul da França, que plantou a primeira sementinha desta ideia quando chegou a Île d´Orleans no começo dos anos 70 – a empresa só foi fundada oficialmente em 1992.
De lá pra cá, a empresa cresceu (já são mais de 30 mil garrafas produzidas por ano) e hoje são suas filhas Catherine e Anne que se responsabilizam pela maior parte do negócio. A loja é uma graça: no subsolo, funciona um micro-museu da produção de bebidas, dá pra ver parte do processo de engarrafar e etiquetar os produtos e, claro, estão todos expostos como numa adega (creme, vinhos, geléias, xarope, mostardas, tudo de cassis). No piso principal, funciona também uma espécie de snack bar, o La Monnaguette, com direito a varanda e tudo – boa pedida é ficar ali na gostosa sangria da casa.
Com mais tempo, outro programão de escapada é a adorável Charlevoix, a cerca de 130 km de Quebec. Com cenários dramáticos (penhascos, baías, fiordes e descampados bucólicos), foi declarada patrimônio e reserva de biosfera da Unesco. Sua geografia curiosa é resultado da queda de um meteorito há 350 milhões de anos, criando a chamada “cratera de Charlevoix” que vai da bela baía de Saint Paul a La Malbaie (uma paradinha no Observatório Astronômico do hotel Fairmont Le Manoir Richelieu é boa pedida para entender a região).
Na alta temporada (julho a outubro), dá pra conhecer Charlevoix num passeio de um único dia tomando o trem panorâmico Train du Massif de Charlevoix que faz a rota ida e volta a Quebec de manhã cedo à noite (chega de volta a Quebec por volta das 21h). No inverno, a região é famosa pela estação de esqui Le Massif, bem próxima da cidade.
Ao longo do ano, o negócio é alugar um carro para poder, inclusive, parar nos vilarejos fofos da região e visitar suas propriedades de agriturismo, parte da rota “Flavour Trail”, que reúne mais de 30 delas – de uma padaria que ainda produz sua farinha que um moinho do começo do século XIX a uma fazenda produtora de foie gras no tradicional método basco.
Quem ficar para dormir, pode apostar no lindo Hotel La Ferme (nas duas fotos acima), propriedade de Daniel Gauthier, um dos fundadores do Circo de Soleil, localizado numa antiga fazenda na Baie Saint-Paul e todo sustentável.
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Mari, eu não pode ver a site do hotel La Ferme 🙁
Mais pelas suas fotos parece um hotel gostoso.
Lindos os arredores do Quebec!!!
Carmen, querida, aqui o link está abrindo normal. Tenta de novo, porfa 😉 É um hotel bem gostoso mesmo, e um projeto arquitetônico bem audacioso.
OK!
Que encanto de lugares!
Oi, adorei a dica a única duvida que tenho é em relação ao trem que pegar no site deles o lemassif fala de 3 opções de passeios. Qual vc sugere? Irei agora dia 18/10 perto do fim da temporada q acaba dia 19/10.
Natalia, fica mesmo a seu critério, não sei quais suas prioridades. Só pra vc saber, eu fiz o com a experiência gourmet incluída, mas não achei a comida lá grandes coisas, não e não faria de novo com o jantar incluído.
Eu odiei esse passeio . Lugar super deserto, parece fazendas … A paisagem sendo justa é bonita mas fiquei super decepcionada . Achei que iria encontrar um centro comercial cheio de lojinhas , restaurantes , cafés e pessoas circulando . Não tinha ninguém nas ruas . O ponto alto do passeio foi uma chocolateria muito bonita e deliciosa .um tal de Sugar Chai ou algo assim estava fechado. Fomos na intenção de almoçar num restaurante legal . Ficamos só nos chocolates mesmo . Os de Maple são deliciosos