Como é visitar Lucerna, na Suíça, cidade que está virando a queridinha de muito brasileiro que visita o país
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Não vou dizer que cheguei sem expectativas a Lucerna no final de janeiro último: eu aproveitava o período anterior a uma viagem a trabalho pela Suíça justamente para conhecê-la, já que muitos amigos tinham voltado de lá encantados. Bom, e para resumo da ópera… voltei encantadinha igual 😀
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Como visitar Lucerna, na Suíça
Localizada a uma horinha de trem de Zurique, às margens do lago homônimo e rodeada de impressionantes montanhas (as mais famosas dos arredores e exploráveis em day tours são Rigi, Pilatus e Stanserhorn), Lucerna é muito mais que as lojas de souvenir e relógios que fazem a fama de seu centrinho.
Terra do Carnaval suíço (um dos mais famosos da Europa, por sinal), a cidade é compacta, organizada e fácil de explorar caminhando – tudo está sempre a uma curta e gostosa caminhada, mesmo nos dias frios (e frequentemente chuvosos) do inverno, com a beleza cênica do lago gritando ao turista o tempo todo. Dizem que, no verão, pedalinhos e caiaques dividem espaço com os cisnes por ali e as piscinas públicas e praias lacustres da cidade lotam.
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Lucerna se revela uma espécie de síntese suíça, conjugando beleza natural e organização humana num casamento perfeito. De origem medieval (as torres de fortificação construídas no período de 1350 a 1550), delata as diferentes épocas de construção da cidade através, também, dos diferentes tipos de pedras nas ruas do centro.
A Ponte da Capela (Kapellbrücke, uma das mais antigas pontes de madeira cobertas da Europa, fielmente restaurada conforme seu projeto original após um grave incêndio), de interior repleto de pinturas seculares, é a peça central do centro antigo de Lucerna e divide atenções com o Museggmauer, a antiga muralha preservada que ainda exibe boa parte de suas torres.
E mais praças, claro, que são inúmeras!, e igrejas, como a jesuíta do século XVII, primeiro edifício sacro em estilo barroco da Suíça (a porta parece sempre fechada, mas é só empurra-la que a Igreja costuma estar aberta).
As casas históricas, muitas delas decoradas com afrescos super coloridos (vários deles fazendo referências ao Carnaval), rodeiam as charmosas pracinhas que tomam o centro antigo, entre ruelas estreitas onde o pedestre eventualmente disputa espaço com alguns carros (alguns lugares, como a Praça do Mercado do Vinho/Weinmarkt, são fechados para o trânsito #paranossaalegria).
A zona comercial, com grifes de luxo, lojas locais e de fast fashion, se esparra por ruas estreitas de pedra – e com preços curiosamente bem mais em conta que a vizinha Zurique.
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Um pouco mais afastado do centro, caminhando pela Zurichstrasse (uma das artérias do comércio local) chega-se ao monumento mais famoso da cidade, o Monumento do Leão: um leão mezzo moribundo, talhado na rocha de pedra sabão de seis metros de altura, em memória à morte de guardas suíços mortos durante a Revolução Francesa.
Mas tanta tradição cede espaço para a contemporaneidade também, é claro. Prova disso é a moderna estação de trens de linhas ousadas de Calatrava e o sensacional KKL, logo ao lado, onipresente na paisagem da cidade beira-lago.
O genial centro de artes e congressos da cidade projetado pelo francês Jean Nouvel é puro deleite arquitetônico – e adorado por músicos e artistas pela qualidade de suas instalações. Os ingressos para os espetáculos durante minha estadia já estavam esgotados, mas dá pra ter uma bela ideia da genialidade de seus espaços fazendo uso dos restaurantes e cafés abertos ao público, como o excelente RED, onde provei um almoço executivo delicioso, com serviço irretocável. Se o plano for só um cafezinho, fique com o World Café.
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Ali, sozinha por 3 dias, passeei tranquila e feliz, dia e noite, ficando até familiarizada com algumas praças e ruas de tanto que passava por elas nos meus caminhos. Fiquei hospedada no modernex The Hotel, meio artsy, meio sexy (bem a cara da noite em Lucerna), sobre o qual falarei em outro post.
A cidade – como acontece mesmo por toda a Suíça – é muito, muito segura, inclusive à noite. A vida noturna, aliás, é toda vibrante ali – eu fiquei na cidade de quinta à sábado e vi, mesmo com as temperaturas baixíssimas do lado de fora, os bares próximos ao centro ficarem lo-ta-di-nhos da happy hour à madruga (boas dicas são o Suite, com vista linda, linda, linda lá do alto, e o Roadhouse, ambos ao lado da estação de trens e cheios de moradores locais).
Como escolhi aproveitar a cidade mesmo durante minha estadia, o que me faltou fazer ali foram os daytours às montanhas que a rodeiam: Pilatus e Rigi. Com mais tempo, excursões ao Stanserhorn ou ao Bürgenstock, ou passeios de barco a vapor no Lago Lucerna também são recomendáveis. Outro passeio famoso por ali é o trem Wilhelm Tell Express que viaja através do Lago Lucerna até Ticino, ao sul da cordilheira alpina, por um caminho de cerejeiras.
Imperdíveis museus
Culturalmente vibrante, Lucerna é um convite constante à arte: música, teatro, artes plásticas… A cidade dos festivais (são inúmeros ao longo do ano) guarda também museus adoráveis, como o Kunstmuseum Luzern e o famoso Museu Suíço do Transporte (o mais frequentado de toda a Suíça). Mas meu preferido foi, de longe, o ADORÁVEL Museu Sammlung Rosengart Luzern.
A Rosengart Collection era a coleção de arte privada de Siegfried e Angela Rosengart, pai e filha, até tornar-se, para nossa sorte, o mais novo museu de Lucerna. Ali, entre obras geniais de 23 artistas diferentes (há Cézanne, Kandinsky, Matisse, Miró, Monet, Pissarro, Renoir e tantos outros, mas a imensa maioria é de Pablo Picasso e Paul Klee), a doce Angela passeia todos os dias, despercebida entre os visitantes. Tive o prazer indescritível de conversar com ela e visitar algumas salas do museu (instalado no antigo edifício de um banco) em sua companhia – um dos melhores momentos, pessoalmente, da minha vida viajante.
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Ao chegar à sala que contém os retratos dela mesma, pintados por Picasso durante os verões compartidos na riviera francesa, Angela fica ligeiramente ruborizada – mas a voz baixinha e a fala pausada se mantém inalteradas, enquanto me conta quão lisonjeada se sentiu quando ele pediu para pinta-la pela primeira vez e quão difíceis eram as sessões, para uma jovem, com os olhos de Picasso devorando-a (segundo suas próprias palavras) por tanto tempo.
Entre histórias sensacionais sobre sua convivência com tantos mestres da pintura (que gentilmente guardarei para conversas em rodas de amigos apenas), não vi as horas passarem – e Angela, pacientemente, me contava todas elas com naturalidade, como uma avó conta memórias a uma neta. Inesquecível.
Dá pra fazer Lucerna em um dia, como a maioria dos turistas faz, com um simples “day tour” a partir de Zurique? Bom, dá pra ver o básico. O centro histórico, o lago, as fachadas de arquitetura tão diversa. Mas, para conhecer bem a cidade e seus encantos e, quem sabe, com bom tempo esticar às montanhas que a rodeiam, recomendaria no mínimo duas noites. Adoraria voltar.
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Saudades!!! Fui a Lucerna em maio/2014,por sugestão do meu sobrinho, que tem um talento especial pra dar dicas de viagens mesmo sem nunca ter saído do Brasil… Enfim, foi uma dica maravilhosa que resultou numa grata surpresa e num encantamento indescritivel ao se ver o Monte Titlis!
Oi Mari, quais hoteis vc indicaria em Zurich e Lucerna?
Kerubina, em Zurique, depende do budget do viajante. Se a proposta for um hotel de luxo, indico o The Dolder Grand, sensacional. Para outros orçamentos, recomendo os hotéis de Zurich West, sobretudo Sheraton, 25hours e Ibis. Em Lucerna, indico mesmo o The Hotel, que está mencionado e linkado no post acima.