Da Europa, um finde na cidade marroquina, com review do belo Four Seasons Casablanca
Se pra Marrakech já fui algumas vezes e de lá parti para conhecer o vale de Ourika, Essaouira e outros cantos menores, Casablanca era um destino marroquino que ainda me “faltava”. Fazia tempo que estava na lista, já que da Europa é tão fácil e conveniente escapar por uns dias ao Marrocos, com ampla oferta de voos diretos a baixo custo.
Então aproveitei a última viagem a Paris para escapar, enfim, a Casablanca por um final de semana. Com um adendo especial: seria a primeira vez que eu viajaria para um país árabe durante o Ramadã. E foi excelente.
A viagem acabou encurtada antes do previsto por causa da greve de pilotos da Air France; a companhia cancelou meu voo e me alocou num dos voos anteriores, mas, felizmente, mesmo assim deu pra aproveitar bem a escapada. Fiquei hospedada no novíssimo Four Seasons Casablanca – um hotelaço que, por si só, já valeria a escapada.
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O que fazer em Casablanca
Esqueça o romance de Ingrid Bergman e Humphrey Bogart; a Casablanca de hoje em nada tem aquela aura do filme. Muito diferentemente de Marrakech (e do restante do país), a maior atração de Casablanca é provavelmente sua modernidade cosmopolita. Com direito a muito trânsito (e congestionamentos) e barulho de gente, buzinas e afins, o grande centro financeiro marroquino (e maior porto do norte da África) tem bela oferta de compras, boa infra-estrutura hoteleira e de deslocamentos e ótimos restaurantes (e em vida noturna só perde no país para os agitos sem fim de Marrakech, com os principais bares e nightclubs instalados na área do boulevard de la Corniche em Aïn Diab).
A arquitetura é um grande trunfo também. Arquitetos europeus mudaram a cara da cidade nas primeiras décadas do século XX, quando Casablanca ainda era protetorado francês – por isso tantas fachadas art deco na cidade. As construções do Boulevard Mohammed V são ótimo exemplo.
Sua medina tem partes infinitamente mais organizadas e menos caóticas que a de Marrakech – e muito menos turistas. O footing pelo Boulevard de la Corniche, à beira mar, é programão nos finais de tarde para ver os marroquinos em incontáveis sessões “farofa” e jogando peladas na praia.
Imperdível mesmo é visitar a impressionante mesquita Hassan II, construída (em parte literalmente sobre o mar) pelo rei nos anos 90, que quebra a tradição marroquina e se abre à visitação turística. Fiz o tour guiado de uma hora e recomendo muito. Não é preciso reservar; é recomendável chegar cedo, mas consegui comprar na hora – fui na última visita na época do Ramadã, que era 11h (fora do Ramadã, há visitas mais tarde também). Em beleza, na minha opinião perde para várias mesquitas turcas e para a Grande Mesquita do Cairo, por exemplo – mas é definitivamente impressionante, por dentro e por fora; e a visita guiada disponível em diversas línguas (incluindo inglês e espanhol) é bastante simpática.
Para quem curte museus, o Museu do Judaísmo Marroquino, único do gênero no mundo islâmico, também é interessante. Há também na cidade galerias de arte contemporânea incríveis, como a Galerie 127, com fotografias preto e brancas de paisagens marroquinas de primeira linha. O Parc de la Ligue Arabe é uma espécie de “Central Park” de Casablanca, com direito a muita grama e verde e áreas de sombra para se refrescar do solão marroquino.
Visitei Casablanca durante o período do Ramadã e foi bastante interessante – a cidade fica muito mais tranquila durante o dia, mas incrivelmente festiva e movimentada após o por-do-sol, quando verdadeiras orgias gastronômicas ganham lugar e se alongam muitas vezes madrugada adentro com direito a música e muita falação.
Falta na cidade aquela coisa dos souks e quarteirões de artesãos e a maioria das mercadorias vem de outras partes do país – assim, comprinhas de artesanato lá só fazem sentido se for mesmo sua única parada no país, numa escapada como a minha; numa visita mais longa, deixe para comprar em Marrakech e outras bandas). Para quem não tolera barganhar, pode ser boa opção espiar as mercadorias a preço fixo dos 3 andares da Exposition Nationale d´Artisant (abre todos os dias, mas fecha para almoço).
Os restaurantes na cidade realmente merecem destaque; não à toa, os próprios marroquinos reconhecem a excelência da cozinha em Casablanca, sobretudo nos frutos do mar extremamente frescos e bem preparados. Além da cozinha tradicional marroquina, há restaurantes bérberes, franceses, mediterrâneos, espanhóis, judeus e até portugueses. Os marroquinos La Sqala e Al-Mounia são ótimas sugestões.
Para quem fizer questão de curtir praia, o negócio é entrar num beach club como o Miami Plage, à exemplo dos beach clubs europeus. E para as mulheres viajando sozinhas, vale o mesmo conselho de Marrakech: eles vão falar e vão olhar muito, mas não tocam e é só ignorar que passa 🙂
O que não perder
- a visita à Grande Mesquita, com seu impressionante minarete de 198 metros, que a gente enxerga direitinho do avião.
- dar ao menos uma passadinha na réplica do famoso Rick´s Café do filme Casablanca, aberto em 2004 na antiga Medina. Com uma mistura de bar, lounge, jazz club e restaurante, é uma opção bem simpática para sair. O pianista residente, é claro, de quando em quando toca “As time goes by”
- espiar o Petite Poucet, um café que até hoje se orgulha de ter recebido Edith Piaf
- xeretear os artesanatos marroquinos da Antiga Medina (do século XIX, com paredes branquíssimas) e da Nova Medina (também conhecida como Quartier des Habous). Ali, imperdível mesmo é entrar na icônica Patisserie Bennis, considerada a melhor do país, famosa pelos incontáveis (e deliciosos) doces árabes que produz e vende por quilo.
- passar no Mercado Central nem que seja apenas para se maravilhar (ou se deliciar) com a variedade surreal de azeitonas vendidas
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O hotel
Instalado em Ain Diab, ao final da Corniche, o Four Seasons Casablanca foi inaugurado no ano passado e é diferente de qualquer outro hotel da cidade. A propriedade, construída para o grupo em frente à praia e ao lado do complexo de lojas e restaurantes Anfa Place, é um belo híbrido que atende bem turistas e viajantes a negócios.
São cinco andares construídos em U para o mar, com os espaços divididos em 186 ultra espaçosos quartos, sendo a grande maioria com varandas com vista para o mar e/ou jardins. Amei o espaço do quarto em si, com uma deliciosa chaise recostada na parede de vidro; mas o que eu mais amei mesmo foi o banheiro, com uma banheira surrealmente boa (inclusive para baixinhos como eu!) e com vista para o mar.
Decoração linda cheia de luz natural, cafeteira Nespresso, amenidades deliciosas da Vrai by Fragonard, mint tea e flores fresquinhas todos os dias. Wifi grátis (como em todas as propriedades da rede) e, como o hotel é novinho, um sem fim de tomadas e entradas USB espalhadas pelo quarto <3 Uma coisa que eu adorei no hotel é a essência que eles usam nos ambientes. Um perfume delicioso e muito suave, que teria sido criado exclusivamente para eles (trouxe pra casa uma vela com o tal perfume de tanto que gostei).
Construída para ser o hotel mesmo, a propriedade é bem urbana e contemporânea – mas os toques árabes estão aqui e ali na decoração. O espaço que achei mais lindo foi o Mint, o restaurante/lounge/bar que fica anexo à recepção. Amei os detalhes daquela “renda” árabe, as luminárias, as cores, tudo – e também foi onde encontrei o serviço mais amável e dedicado. Ali jantei um tagine divino na primeira noite (é cozinha marroquina e à la carte) e ali é onde é servido também diariamente o café da manhã, com um imenso buffet de cozinha árabe, oriental e ocidental e pratos quentes à la carte.
As outras opções para comer são o Latitude 33, que funciona mais em estilo tapas, petiscos, lanches e saladas à beira da piscina, o Bleu, que é um restaurante mais gourmet internacional mas, enquanto estive lá, como era Ramadã, servia diariamente um gigantesco buffet de Ifhtar todas as noites.
Para o lazer, o hotel conta com uma boa piscina com cabaninhas e espreguiçadeiras, academia 24h e um belíssimo spa. Atrás da piscina, fica uma saidinha direta para a praia, com segurança 24h na portaria (mas achei a praia bem suja e não entrei na água nenhum dia).
Uma outra saidinha lateral leva quase diretamente ao complexo Anfa Place, que conta com shopping center, restaurantes etc, e também diretamente para passear à pé pela Corniche. Do hotel até a Grande Mesquita não são nem dez minutos de taxi.
Para quem estiver planejando a escapada: Voei com a Air France para Casablanca porque estava em Paris; há vários voos diários de Paris a Casablanca. A escapada é excelente, com cerca de 3h de voo separando as duas cidades. Da Espanha, também é muito fácil e rápido chegar a Casablanca, com oferta de diversos voos diários, sobretudo desde Madri. Outras companhias também voam de outros destinos europeus a Casablanca. A companhia Royal Air Marroc voa direto de São Paulo para Casablanca. É possível voar para a Europa com a companhia e aproveitar para fazer um stop over em Casablanca na ida ou na volta.
Clique aqui para ler mais sobre o Marrocos no blog
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