Saint Martin

 

O que fazer no adorável lado francês da ilha caribenha

 

 

 

 

Um pedacinho francês de alma caribenha: essa mistura, sabemos, dá muito samba. É fato que a gente se encanta, geralmente à primeira vista, pelas ilhas francesas do Caribe. Sou fã confessa de lugares como St Barthelemy (St Barth), por exemplo.

Mas não é por toda ilha caribenha que a gente cai de amores – é questão de gosto mesmo e cada um acaba se encantando mais ou menos por algumas delas. Conheço dez, se não me falha a memória. Pra mim, Aruba, por exemplo, e St Maarten não me cativaram à primeira visita. Numa outra experiência, numa escala de navio em St Maarten, peguei um tour bem completo do lado holandês (onde fica o porto de escala dos navios) que me levou também ao lado francês, Saint Martin – e foi ali que comecei a mudar meu conceito sobre esta ilha de dupla nacionalidade.

Com menos de 100 metros quadrados, a ilha sofreu sucessivas disputas e colonizações desde sua descoberta em 1493. Venceram franceses e holandeses, que dividiram a ilha fraternalmente quase ao meio há cerca de três séculos. Hoje, a divisão das terras é marcada simplesmente por uma placa no acostamento da estrada. Mas fica bastante visível em outros quesitos: Saint Maarten é o lado do agito, dos grandes resorts, dos grandes grupos, dos cassinos, da badalação; St Martin tem predinhos coloniais com um máximo de dois andares, hotéis boutique (até seu maior hotel, um Mercure, é pequeno e discreto, em um predinho de dois andares cheio de obras de arte nas áreas externas). O lado holandês é tão americanizado que o inglês já é a língua oficial e o dólar, a moeda corrente; em St Martin, a língua francesa e a moeda é o euro.

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Foi com prazer que, no final de 2016, aceitei o convite da porção francesa da ilha para conhecê-la a fundo durante uma semana. E foi uma semana deliciosa, no final das contas: a ilha tem mais de 30 praias, o que garante satisfação de todo tipo de banhista – e variar a praia no dia-a-dia por lá é uma das maiores alegrias do turista.

Ali, alugar um carro é fundamental – existem táxis, mas o serviço não é imediato como estamos acostumados e, apesar da ilha ser pequena, acaba saindo caro para os deslocamentos – e o transporte público é feito em vans geralmente muito cheias. E é bom ter em mente que os engarrafamentos são uma constante na ilha – em pleno final de novembro pegamos longos engarrafamentos para quase todos os cantos que fomos.

O lado francês sozinho já tem uma variedade impressionante de praias: a vedete Grand-Case (onde ficam boa parte dos hotéis boutique, alguns excelentes restaurantes, lojinhas e os típicos lollos, os restaurantes simples, tipo barracas, que servem comida criola a preços mais em conta), a pequena e encantadora Happy Bay e Orient Beach são as mais famosas. Tem também Baie Longue, bem residencial, rodeada por mansões e o hotelaço Belmond La Samanna. Mas nadar e fazer snorkel nas ilhotas de Pinel e Tintamarre também é programaço (dá pra ir fácil em barcos e lanchas para ambas, sozinho ou em tours – foi meu dia de passeio mais gostoso). À noite, é em Grand Case que rola boa parte do agito – em geral, uma coisa mais roots, mais pé na areia, como o disputado Calmos Café.

(Maho Beach, a praia mais famosa da ilha toda, fica no lado holandês e não é nada gostosa para banho; lotadíssima e com faixa curtíssima de areia. Ficou famosa porque é nela que os aviões passam raspando ao pousar no aeroporto internacional de Saint Maarten. Como a gente chega e sai pelo lado holandês mesmo, dá pra deixar pra fazer essa foto antes de pegar o avião de volta, como fiz desta vez)

A capital francesa, Marigot, super merece a visita. Ela até tenta lembrar a riviera francesa, com barcos apinhados em sua marina; mas é caribenha demais na arquitetura colorida, nos cafés, no mercado. O Enoch´s Place é famoso pela Johnny Cake, uma espécie de pão de milho típico da ilha – peça o frito com recheio de bacalhau.

É ali em Marigot também que fica o Fort Louis, antiga fortaleza para defender a ilha dos constantes ataques e invasões piratas – os canhões continuam lá, para alegria dos turistas. A subida faz a gente suar mas não é nada absurdo, não, e conta com degraus para fazer o percurso mais simples. É gratuito e a vista lá do alto é mesmo espetacular – a mais bonita da ilha, para mim.

Para os shopaholics, Marigot pode decepcionar um pouquinho. Dos tempos dos piratas, ficou a vocação para porto livre de comércio – a ilha toda é duty free. Marigot até tem um micro-mall chamado West Indies – mas as melhores compras estão definitivamente na capital do lado holandês, Philipsburg, cheia de lojinhas e joalherias próximas ao porto. Na parte francesa, os maiores destaques ficam por conta das perfumarias e farmácias. E, vale saber, muitas lojas e restaurantes fazem cotação 1 euro = 1 dólar por lá.

Numa vibe menos consumista, um passeio adorável no centrinho é visitar a linda casa-galeria do pintor Roland Richardson, na Rue de la Republique, uma bela construção criola do final do século XIX. Nascido e criado na ilha, é Roland é fanático por cores (“a luz do sol caribenho é pura”, costuma dizer) e vira e mexe chamado de “o impressionista de St Martin”, com obras que retratam sobretudo pessoas, flores e paisagens caribenhas.

Com sorte, dá pra encontrar o mestre pintando ali mesmo no seu jardim ou no segundo andar da galeria – principalmente às quintas-feiras.

 

 

Comer, comer

Um dos melhores programas na ilha, depois das praias, é comer. E comer muito bem: St Martin se consolidou nos últimos tempos como um dos principais destinos gastronômicos do Caribe. Mas esqueça as porções diminutas comuns à culinária francesa: o tamanho dos pratos em St Martin é bem caribenho e generoso.

Os preços dos restaurantes, em geral, regulam bastante com os praticados em St Barth; ou seja, são salgadinhos para o nosso bolso de reais. Mas a comida costuma ser excelente em quase todos os lugares. Os peixes e frutos do mar, é claro, são a grande estrela da maioria dos menus. Mas grande parte do que se serve na ilha, da manteiga do café da manhã ao foie gras dos pratos mais estrelados, vem diretamente da própria França, por avião, todas as semanas – assim como os vinhos.

Há restaurantes das mais variadas cozinhas na ilha, mas optamos, nesta viagem, por comer somente em restaurantes de cozinha francesa – com exceção de uma única refeição num dos lollos de Grand-Case, pelo típico da coisa.

Como grande refeição, a mais memorável foi sem dúvidas o jantar no Trellis, o restaurante estrelado no Michelin do chef Serge Goulomès, dentro do hotel La Samanna – impecável do começo ao fim, vale o quanto pesa. Mas tive também uma das mais memoráveis, frescas e saborosas num almoço super despretensioso de frente para o mar no pequeno restaurante do hotel Le Temps des Cerises – delicioso, recomendo muitíssimo. Fiquei mesmo surpresa foi com o ótimo almoço no restaurante pé na areia de Anse Marcel Beach. E comi bem também no Le Santal, em Marigot, um dos mais famosos da ilha – ali, apesar da decoração absolutamente discutível, o serviço é de primeira e as porções são gigantes.

A grande estrela da gastronomia de Saint Martin atualmente é o chef Franck Méar, eleito o melhor chef do Caribe nos últimos anos pelo Caribbean Journal. Seu restaurante Le Pressoir, em Grand Case, serve excelentes pratos franceses com toque bem caribenho; e Méar está agora abrindo a casa também para aulas de culinária ao preço médio de 120 euros por pessoa, almoço incluído.

 

Além das praias

Se alguém conseguir cansar das praias caribenhas (oi???) e dos ótimos restaurantes da ilha, St Martin resolveu inventar por lá também uma reserva (à exemplo das existentes em outras ilhas caribenhas, como a Jamaica) chamada de Loterie Farm, com direito a tirolesas e arvorismo no meio da floresta (desde 42 euros por pessoa).

Mas um dos programas off-praia mais gostosos que eu fiz por lá foi o ateliê de perfumes da Tijon, também em Grand-Case. Ao longo de quase de duas horas, aprendi sobre a arte e a ciência da criação de perfumes, fui exposta a mais de 300 opções de óleos essenciais e saí de lá com um frasco de perfume 100% produzido por mim mesma. O simpático casal de proprietários americanos, John e Cyndi, e sua equipe prestam assessoria durante todo o processo mas não interferem em nenhum momento nas escolhas do aluno. Produzi três perfumes diferentes, escolhi o que mais me agradou, batizei e levei pro hotel um frasco etiquetado do preferido, tudo como parte dos custos da atividade (89 euros). E até que andei usando o perfume, viu? Ficou bem fresco, e toda vez que uso me lembro justamente de… praia!

 

 

 

Onde ficar

A melhor pedida, na minha opinião, é ficar em Grand-Case. É cheia de pousadinhas e hotéis boutique, com destaque para os fofíssimos Le Temps de Cerises, Le Petit Hôtel e o mais luxuoso Le Shambala, todos literalmente pé-na-areia. Fiquei no descolado Love, mas não curti muito nem os quartos, nem a estrutura e nem o café da manhã.

O que eu mais gostei de Grand Case é que, além da praia ser gostosa mesmo (eu geralmente ia dar um mergulho delicioso ali mesmo entre a chegada do passeio do dia e o meu jantar), é ali mesmo que ficam muitas lojinhas, bares, farmácias e alguns excelentes restaurantes pra gente poder sair para jantar à pé e fugir dos congestionamentos.

Um último conselho de amiga? Leve repelente. E muito. Mesmo.

 

 

Para quem vai visitar a ilha somente numa escala de cruzeiro pelo Caribe, deixo meus pitacos aqui.

Para quem quer voar diretamente à ilha, o meio mais rápido de chegar é com a Copa Airlines, através de conexão imediata na Cidade do Panamá.

 

 

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9 Comentários

  1. Ola !! Ano que vem irei fazer um cruzeiro para o Caribe e o roteiro passa por St. Martin e dentre outros lugares esse é que eu gostaria de conhecer suas praias e também Maho Beach. Você acha que consigo me virar falando português ou espanhol ou tem que ser necessariamente em inglês? Se eu fizer uma excursão do navio certamente o guia falará em inglês não é?.

    • A maior parte das excursões do navio são em inglês, Patrícia; mas boa parte dos guias fala também espanhol e pode ser que eles estejam colocando excursões bilingues agora – isso só checando com a companhia do seu navio mesmo. De todos modos, no porto, tem agências e receptivos que falam espanhol também.

  2. Oi Mari tenho mais uma dúvida. Como comentei em mensagem anterior irei para o Caribe no próximo ano. Gostaria de saber como funcionar a parte do celular, eu preciso comprar um chip de alguma telefonia de lá? ou serve esses que usamos aqui no Brasil. Se tiver que comprar você me indicaria a empresa para que compre o chip no caso pré pago. Aguardo por favor.

    • Patrícia, o celular no Caribe vai funcionar do mesmo jeito que em qualquer outro destino internacional para o qual você viaje: você pode ativar o roaming internacional do seu chip brasileiro e utiliza-lo por lá – mas não se esqueça de conferir preços e pacotes disponíveis na sua operadora, porque os preços de roaming internacional costumam ser salgados. Você vai exclusivamente para Saint Martin ou também para outras ilhas caribenhas? Se for só para Saint Martin, pode comprar qualquer chip pré pago na ilha; mas se for viajar por diferentes ilhas, deve se lembrar que, independente do chip que comprar lá, pagará também roaming internacional nas outras ilhas do Caribe, já que cada uma representa uma nação diferente. Uma pergunta importante: você precisa MESMO usar seu celular durante a viagem? Porque tem muito viajante não usando chip nenhum em viagens multipaíses e usando somente o wifi grátis de hotéis, restaurantes e atrações durante a viagem, inclusive para fazer chamadas de voz grátis com o Whatsapp.

  3. Oi Mari eu vou fazer um cruzeiro por diversas ilhas. Mas se eu for usar wifi no navio vai sair uma fortuna é muito caro. Concordo que quando eu estiver na ilha e em algum passeio eu usarei o wifi, mas nunca se sabe se terá não é.

    • Em todas as escalas que eu fiz tinha free wifi abundante nos cafés e restaurantes. Em Nassau tinha até no próprio porto. Quanto ao chip, seja ele seu ou de uma operadora americana, por exemplo, é bastante comum não “pegar sinal” enquanto estamos navegando.

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