Córsega: como planejar sua viagem

Córsega: como planejar sua viagem e escolher certinho onde ficar e o que visitar na ilha

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Contei num postzão sobre minha deliciosa viagem à Córsega no comecinho do outono europeu de 2015. Publiquei diversas matérias diferentes sobre essa viagem, em diferentes veículos, e acabei esquecendo de postar aqui mais detalhes para quem planeja visitar essa incrível ilha francesa. Sorry.

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Como ultimamente vários leitores entraram em contato perguntando se eu pretendia postar mais sobre a ilha porque estavam planejando viagem para lá neste ano, resolvi quitar esta dívida 😛

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Córsega: como planejar sua viagem

Como chegar:

Ajaccio, terra de Napoleão Bonaparte e localizada quase na parte central da ilha, é a principal porta de entrada da Córsega, com seu maior aeroporto. Mas há ampla oferta de voos a Bastia, no norte, também. De Paris e Marselha estão as maiores frequências diárias de voos para a ilha ao longo do ano, mas existem também voos diretos provenientes de outros países europeus, embora com maior frequência durante a temporada de verão.

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Quando ir:

A melhor época para visitar a ilha é fora da temporada de verão, quando os preços da hotelaria são mais baixos, o movimento nos restaurantes e nas estradas é menor e fica muito mais gostoso explorar a Córsega como se deve. Abril, maio, junho e outubro são meses excelentes. Mas os meses mais procurados, é claro, são julho, agosto e setembro, quando as praias enchem, a temperatura do mar fica convidativa e um clima meio de “ilha da magia” toma conta da parte costeira da ilha – mas é bom se preparar para os preços inflacionados e os inúmeros congestionamentos do período. De novembro a março a ilha é bem tranquila mas vale saber que muitos hotéis e restaurantes ficam fechados.

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Como se deslocar:

Carro alugado é essencial para explorar bem a Córsega do seu jeito, no seu ritmo.  O transporte público é limitado e não nos permite fazer paradinhas não planejadas em mirantes e povoados lindos que vamos descobrindo às margens da estrada. Alugar um carro na ilha é realmente fundamental. Mas olho: no território todo montanhoso da Córsega, as estradas são bastante sinuosas e exigem atenção redobrada – pela beleza constante que margeia as estradas (entre pequenos vilarejos no topo das montanhas, o Mediterrâneo e falésias surreais), mas também porque os corsos têm um estilo mezzo italiano de dirigir perigosamente.

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O adorável Les Bergeries de Palombaggia, no sul da Córsega, parte da Relais & Chateaux

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Onde ficar:

Gosto é gosto, claro, e cada turista sabe que tipo de paisagem/destino prefere. A Córsega é toda linda, mas é também igualmente toda diversa, mudando muito de “cara” do litoral para o interior e do norte para o sul. A maioria dos turistas acaba reservando a semana inteira num hotel à beira-mar e eu respeito muito cada qual com sua decisão – mas acho um desperdício não conhecer um pouquinho mais da ilha durante sua estadia.

Para uma viagem de uma semana, que é o tempo gasto pela maior parte dos turistas estrangeiros por lá, eu acho que o ideal seria dividir as noites igualmente entre norte e sul da ilha e usar pelo menos um dos dias em cada porção para deslocar-se ao interior.

Eu aconselharia chegar por Bastia, alugar carro, usar uma cidade ao norte como base para os passeios por 3 noites, cruzar a ilha de carro até Porto Vecchio no sul (em um dia e com paradas lindas no caminho), usar a cidade (ou alguma dos arredores) como base por 4 noites e tomar o voo de volta a partir de Ajaccio.

Durante a minha viagem, me hospedei nos excelentes Les Bergeries de Palombaggia (em Porto Vecchio, a passos da praia, delicioso!) e La Signoria (em Calvi), ambos com selo Relais&Chateaux, ótimos quartos, serviço impecável e, claro, excelentes restaurantes.

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O que visitar na ilha:

  • Bonifácio é a grande vedete do turismo corso – e com razão. Cidade mais antiga da Córsega, serviu por muito tempo de fortaleza e foi toda construída sobre uma espetacular falésia de calcário debruçada sobre o Mediterrâneo. É mesmo imperdível: gostosa de caminhar pelo centrinho medieval, tem lindo casario milenar, a vertiginosa Escadaria do Rei Aragão, as falésias mais incríveis e passeios de barco para literalmente entrar nas cavernas esculpidas pelas águas em algumas delas. Na minha opinião, tem também o por-do-sol mais bonito da ilha.
  • Mar e praia: para quem procura a vibe neverending summer da Córsega, destinos deliciosos para curtir mar e praia por lá são fazer snorkel nas ilhotas Lavezzi,  um passeio de barco à Ilha Cavalo e aproveitar as deliciosas águas turquesa e areias clarinhas da linda Palombaggia (que, aliás, eu usei como base para explorar o sul da ilha e recomendo muito).
  • Fiordes e falésias: além das falésias incríveis de Bonifácio e de outros cantos da ilha, vale muito percorrer os quase dois quilômetros da estrada estreitinha e sinuosa por entre os “Calanches de Piana”, paredões de granito de cor naturalmente rosada que chegam a 300 metros de altura e são Patrimônio da Humanidade (popularmente chamados de “fiordes do Mediterrâneo”.
  • Nas montanhas: O interior da ilha está repleto de vilarejos encantadores e ótimos restaurantes (vale provar delícias como os azeites perfumados, as carnes de caça curadas e charcuterias produzidas localmente, a sobremesa tipo flan fiadone e a torta de queijo ambrucciata. A melhor coisa é, como na Toscana ou no interior de Portugal, ir parando conforme sentir vontade de visitar um deles. Minha cidadezinha corsa preferida é Corte, antiga capital da República corsa no século XVIII, fica adoravelmente suspensa no alto de uma colina – e a vista do mirante no topo também vale a visita.

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  • Rotas temáticas: a região norte da ilha também é atravessada por uma das rotas mais famosas da Córsega, a Rota dos Artesãos (ou Rota Belvedere). O caminho passa por vilarejos pitorescos nas montanhas, como a encantadora Pigna, de ruelas sinuosas em pedras e famosa também pela produção artesanal secular de românticas caixinhas de música.
  • Outras cidades turísticas no norte: vale sair do seu destino-base para explorar outras lindezas corsas no norte. A fofa Calvi é o ponto de onde partem/chegam os ferries para Nice, na França continental, e Savona, na Itália e onde teria nascido Cristóvão Colombo. A deliciosa cidadela medieval amuralhada é um convite para caminhadas despretensiosas – se puder, entre na Catedral de São João Batista para ver a imagem Cristo dos Milagres que, segundo os moradores, teriam protegido a cidade contra diversas invasões. Quase ao lado de Calvi, a charmosa Île Rousse tem uma gostosa passarela à beira-mar e um dos melhores mercados de toda a ilha, o mercado da Place Paoli – além de um belíssimo por-do-sol nos finais de tarde.
  • Outras cidades turísticas no sul: a antiga cidade-fortaleza de Porto Vecchio é um passeio delicioso na porção sul – e também outra boa opção de base para estadia. Além das ruínas da antiga cidade, tem também uma das noites mais animadas da ilha e lojas de todo tipo nas ruelas e becos da cidade antiga.
  • Ajaccio vale ao menos um passeio de meio dia antes de tomar seu voo de volta. A cidade tem arquitetura interessante, relíquias de Napoleão e atrações menos óbvias, como o Palais Fesch, um surpreendente museu com a segunda maior coleção de pintura italiana da França (atrás somente do Louvre).
  • Trekkings: não dá pra resistir a todo aquele verde que a gente vê do avião antes do pouso na ilha. A Córsega é repleta de montanhas, lindos bosques, riachos e áreas com vegetação mais agreste bastante convidativos para trekkings. Das muitas opções disponíveis, a trilha mais procurada é a da Restonica, que chega ao lago de Melo, o maior da ilha. É na Córsega também que acontece a desafiadora trilha “GR 20”, cruzando a ilha de norte a sul através de 180 quilômetros de montanhas em duas semanas.

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O que comprar na Córsega: 

  • Óleo Immortelle: as ervas corsas são uma mina de ouro para a produção de óleos essenciais 100% naturais. Mas nenhum é tão famoso na ilha quanto o óleo immortelle, considerado o mais importante óleo da atualidade anti-envelhecimento da pele; além disso, é também muito usado na cura de ferimentos e queimaduras e para amenizar casos de artrose.
  • Vinhos: boa parte do território corso é coberto por extensos vinhedos (são 9 AOC) que produzem excelentes vinhos ainda pouquíssimo exportados – com destaque para os vermentinos e pinot noir. Muitas vinícolas estão abertas para visitação e desgustação, como a encantadora Domaine de Torraccia (vista incrível e tours desde 15 euros), Antoine Arena, Clos Canarelli, Domaine Comte Abbatucci e Domaine Maestracci.
  • Biscoitos típicos: se você visitar o mercado de Île Rousse, pergunte pelos biscoitos artesanais Salvatori, cuja loja fica a duas ou três quadras dali. Seus “canistreli” são deliciosos, produzidos artesanalmente ali mesmo (e em fornos antiquíssimos) há quarenta anos.
  • Amuletos: são famosos na Córsega as bijuterias e chaveiros com a concha turbo, conhecida localmente como “olho de Sainte Lucie” e utilizada como amuletos de proteção contra o mau olhado. Em Bonifácio, os souvenirs mais comuns são os mesmos apetrechos feitos com um raro coral vermelho – mas olho vivo na hora da compra: se a peça não vier com certificado, o coral é provavelmente made in China.

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Que tal esticar?

Se você tiver mesmo bastante tempo para curtir bem a ilha e quiser dar uma esticadinha, a italiana Sardenha fica a meros 11km da Córsega, com inúmeras opções de ferries diariamente que fazem o cruze Mediterrâneo.

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26 Comentários

    • Gustava, se você quiser fazer norte e sul , como fiz, recomendo não menos que sete dias inteiros na ilha. Para curtir praia e fazer tudo com mais calma, sugeriria 10. Some mais 3 dias inteiros pelo menos para fazer a Sardenha também (se puder, calcule 5).

    • Maria Helena, existe transporte público entre as cidades, mas às vezes pode levar BASTANTE mais tempo que dirigir, e não ter a conveniência de ter variedade de horários nem operação diária em várias das rotas – digirindo é bem mais fácil se locomover por lá. No inverno pode fazer bastante frio por lá, mas nas cidades não costuma cair muita neve – mas hoje em dia nunca se sabe, já que o clima tem ficado bem inconstante na maioria dos destinos.

  1. Mari, tudo bem? Estou planejando a ida a Corsega. Chegarei lá dia 15 de junho e pretendo ficar 7 dias. De lá irei para os lagos no norte da Italia. Volto pro Brasil dia 4 de julho. Em 1 semana de Corsega, minha dúvida é: qual dos 2 lados da ilha (esquerdo ou direto) tem mais paradas/cidades lindas? Sairei de Milao, pensei pousar em Bastia. Pelo o que descreve no post, o ideal é chegar por Bastia e voltar por Ajaccio, certo? Entao eu desceria pelo lado direito da ilha , vou até Bonifacio e volto pelo lado esquerdo até encontrar Ajaccio e retornar pra Milao. Vc acha um bom trajeto? Alugarei carro e estarei com 2 amigos. Somos apreciadores de uma viagem com mais conforto, hoteis bacanudos. Só pra sacar meu perfil. Super agradecida! bjo e boa semana.

      • Obrigada, Mari! Neste meio tempo acabamos definindo por 9 dias na ilha e montamos assim: Milao > AJACCIO (Ilhas Sanguinarias, Cargese, Calandra de Piana, Porto Ota e talvez Scandola Nature Reserve) de Ajaccio seguimos > PORTO VECCHIO (Bonifacio (Ilhas Laveze + Cavalos) , Zonza , Alta Rocca, Bavella)) de Porto Vecchio vamos para OLETTA (Corte e Bastia) e pegamos voo de Bastia pra Milao de volta. Vou dar uma olhada nos teus hoteis! bjo e seu blog nos ajudou muito! Para´bens pelo trabalho de qualidade!!

    • Marcelo, não tem como responder essa pergunta com exatidão. Como em qualquer viagem para qualquer destino, custo depende muito do tipo de hospedagem escolhido, do tipo de local escolhido para alimentação, se você aluga carro ou não… para cada viajante, uma sentença. Uma das vantagens da Córsega é que as “atrações” principais são as próprias cidades medievais, as praias e a beleza natural da ilha em geral, que não cobram “entrada” 🙂

  2. Oi Mari, pretendo morar na ilha vc tem alguma indicação de imobiliárias,escolas, hospitais e coisas desse tipo? Onde posso me informar ?
    abs e parabens pelo artigo !!
    Antonio

  3. Oi Mari,
    Por favor, preciso da tua ajuda.
    Vamos chegar tarde da noite em Ajaccio, ficar 1 noite.
    Dia seguinte rumo a Porto Vecchio (2 noites)
    e após Bonifacio (2 noites) e iremos para a Sardenha.
    Porto Vecchio e Bonifácio são muito próximas. Minha dúvida: tiro uma noite de PortoVecchio e acrescento na Sardenha (estou vendo que a Sardenha tem muitos lugares para conhecer), ou você acha que devo manter assim ?
    obrigada

    • Oi, Claudia. Quanto tempo você tem de Sardenha? Acho que esse é o ponto mais importante. As duas ilhas são grandes e cheeeeias de coisas lindas para ver. A Sardenha é tão bonita quanto a Córsega, ambas igualmente cheias de lugares incríveis para explorar. Então depende muito do que vc quer ver… Eu acho que está legal duas noites em Porto Vecchio e duas em Bonifácio – dá pra vc ver as cidades, as falésias e curtir uma praia também – e de lá para a Sardenha, se vc tiver umas 3 ou 4 noites por lá também.

  4. Olá Mari, tudo bem?

    Queria parabenizar pelo blog pois o conteúdo é bem rico e esclarecedor.

    Estou pensando em ir pra Córsega no dia 1 de outubro e ficar 7 dias por lá.

    Acha uma boa ideia ou uma ˜fria˜? Digo por o tempo não estar tão quente. Li em alguns sites que faz frio á noite nesta época.

    Tenho dúvidas pq é um destino com praia e ir não aproveitar a praia talvez não seja tão inteligente.

    O que acha?

    Obrigada!
    Beijos

    • Oi, Juliana, tudo bem? Já estive na ilha em outubro e foi ótimo! Mesmo com as noites frias, a ilha continua riquíssima em beleza e atrativos – só não rola praia. Mas acho que a ilha em si é mais interessante que suas praias 🙂

  5. Oi Mari, eu e meu marido reservamos no Les Bergeries de Palombaggia. Você teria algumas dicas pra nós dar dos melhores restaurantes e bares da região? Obrigada.

    • Daniela, o restaurante do hotel SUPER vale para o jantar. Durante o dia, o ideal é comer durante os passeios de vocês mesmos decidirem fazer pela ilha, ou em Porto Vecchio. Mas são boas sugestões os também excelentes restaurantes do Casadelmar, o Playa Baggia (em Palombaggia mesmo), A Cantina di l’Orriu, L’Antigu. Se puderem, estiquem para um almoço no belo Domaine de Murtoli também.

  6. Olá amigos, bom dia…

    Gostei muito das dicas… Na realidade fiz essa viagem 2012 e como estou escrevendo um livro onde vou contar as aventuras nas ilhas, estive relembrando alguns detalhes no site de vocês!!! Parabéns esta muito bom…

    Obrigado

  7. Irei viajar de Nice até à Córsega para ficar 2 dias (uma noite). Não pretendo alugar carro. Quais as melhores opções para tirar o melhor partido destes 2 dias? Obrigada.

  8. Oi, Mari. Tudo bem? Vc poderia me ajudar com uma dica? Noto que vc indica 7 dias na ilha, porém, com a observação de que a ilha é enorme. Estou planejando minha lua de mel pra junho do ano que vem, me baseando em Calvi e Porto Vecchio como base…7 dias fica apertado? Acha que vale botar mais dias ou nao é necessario? Beijo!!

    • Oi Diego! Tudo bem? Eu acho que só com duas bases 7 dias funciona bem para a Córsega. Mas a ilha é linda, sou muito fã; então nunca vou “desrecomendar” viagens mais longas pra lá. Com tempo de sobra, tem muito lugar, vilarejo, montanha e praia bonita para ver por lá 🙂 De qq maneira, estadias de 7 dias na ilha costumam ser bem redondinhas e dá tempo de combinar com uma estadia em algum outro destino europeu também.

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