Porque caí de amores à primeira vista pela despretensiosa Roterdã, na Holanda
Passei uma semana na Holanda em maio último, como muitos de vocês acompanharam através do meu Instagram. A visita ao país aconteceu absurdos quase catorze anos após a última ida para lá, então eu já esperava mudanças nos cenários por onde passaria.
Do itinerário cuidadosamente planejado – que incluiu também Amsterdã, o Keukenhof, Leiden, Haia e Delft – eu confesso que tinha mais expectativas sobre as cidades menores; mas foi a cosmopolita Roterdã, a última escala da minha viagem, a que mais me arrebatou desta vez. E de cara. Que cidade!
Roterdã era novidade no meu itinerário; apesar de já conhecer a Holanda, eu nunca havia estado em sua segunda maior cidade – e amei cada minuto dos dias que passei lá. A cidade é inovadora e multifacetada e vai muito, mas muito além da imagem sisuda de “mais movimentado porto europeu”. Fiquei tão doida pela cidade que foi a única base no meu roteiro holandês da qual não saí nem por um minuto para bate-e-voltas. Andei muito com o excelente metrô da cidade para os cantos mais distantes (eles também têm um ótimo cartão de transporte+atrações, o Rotterdam Welcome Card), mas também de bonde, de Uber e até de Water taxi.
Acima de tudo, Roterdã é uma cidade para ser apreciada: inovadora, é a cidade da arquitetura na Holanda e seu skyline está em constante mutação – e tem muito mais que simplesmente arranha-céus. Além disso, há bairros cheios de bossa, uma quantidade surpreendente de restaurantes estrelados no Michelin (vem sendo chamada de “capital gastronômica da Holanda” com razão), cafés deliciosos, ótimos museus, vida noturna animada, ampla vida comercial e uma veia hip-artística adorável.
O hotel
Enquanto estive na cidade, fiquei instalada no ótimo Mainport Hotel como cortesia do escritório de turismo da cidade. Eu nunca tinha ouvido sobre o Mainport antes e foi, de longe, o melhor hotel de toda a viagem holandesa. O hotel design fica às margens do rio Maas, ao lado da Erasmusbridge, em frente a uma parada de tram e literalmente na porta do metrô – é sair pela porta para rua, dar dois passos e entrar na estação. De lá dava para fazer muita coisa à pé também.
O hotel tem os quartos com paredes-janelão com vista para a cidade ou o portinho do rio Maas e é todo decorado cheio de bossa e criatividade – e todos com cama enorme e banheira. O meu banheiro era normal, mas vi fotos de uns quartos incríveis em que a banheira é para fora, com vista para a cidade. Wifi, boa academia, acesso ao Spa (sem tratamentos) e café da manhã estão incluídos na maioria das diárias. O café é servido num ótimo buffett, super bem organizado e com live cooking station e pode ser tomado no restaurante ou no terraço-píer de cara para o rio. O bar do hotel é bem movimentado nos finais de tarde também.
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Atrações
Das atrações da cidade de pouco mais de um milhão de habitantes, duro escolher as minhas preferidas dentre tantas coisas legais que fiz em poucos dias. Para ver a cidade do alto, vale começar pela Euromast. Depois, a cidade tem muitos museus incríveis. Gostei especialmente do Kunsthal Rotterdam e do Nederlands Fotomuseum,mas também valem a visita o Het Nieuwe Instituut, o Museu Marítimo de Rotterdam e o Museu Rotterdam.
Mas o melhor de Roterdã está nas ruas, nos bairros, nos cantos – e no acaso. Nos lugarzinhos que sem querer fui descobrindo simplesmente por “dar de cara” com eles enquanto passeava. Como no monte de arte de rua na região da Erasmus Bridge ou a incrível Centraal Station (que tem um dos prédios mais incríveis que eu já vi, com direito a uma praça genial e adorável em frente, cheia de gente nos dias ensolarados).
Recomendo fortemente visitar o Biergarten, cruzar a Luchtsingel Bridge (uma incrível ponte de madeira amarela cujas ripas levam o nome de empresas e pessoas que apostaram na empreitada) e chegar aos arcos do Hofpleinviadukt, uma região incrível, recentemente revitalizada e cheia de bares e restaurantes. Fiz isso três vezes nos meus dias na cidade e não cansei.
Como Roterdã é também cidade-paraíso para fãs de arquitetura, a gente tem que andar o tempo todo lembrando de olhar para cima e para os lados também, para não perder nada. A atração mais famosa neste sentido – apesar de prédios simplesmente incríveis que encontrei por lá! – são as “casas cubo”, que viraram também um dos símbolos de Rotterdam. As casas-cubo de Piet Blom têm um design que representaria uma árvore e todas as casas juntas formariam um bosque em pleno centro da cidade (ficam próximas à rua Blaak e ao porto Oude Haven). São 38 casas reais, habitadas por famílias pequenas ou transformadas em escritórios, empoleiradas sobre pilares, com uma inclinação de 45 graus. Uma das casas, o museu Kijk-Kubus, fica aberta em horário comercial para receber turistas e visitantes.
Compras
Para os shopaholics, vale saber que Roterdã está muito mais “feita” para o consumo que qualquer outra cidade holandesa. A maioria das lojas de moda e o shopping center Bijenkorf ficam na região das ruas “Lijnbaan” e “Beurstraverse” – com direito a cafés e sorveterias aqui e ali para quem quiser fazer uma pausa. Mesmo que você não queira comprar nada, é programão conferir a região da Meent e da Nieuwemarkt, super descolada e com ótimos designers locais – assim como a Van Oldebarneveldtstraat e a Witte de Withstraat. Mas vale conferir também a Oude Binnenweg e a Nieuwe Binnenweg, repletas de antiquários, lojas de decor, brechós, sebos e cafés.
Cafés e restaurantes
Por falar em cafés, Roterdã tem os cafés mais gostosos (inclusive literalmente!) que provei na Holanda – tão gostosos que merecem um texto à parte. Mas já deixo recomendado aqui de antemão o Heilige Boontjes, um dos meus preferidos (pelo café, pelo ambiente e pela vibe), e que ainda por cima é parte de um tremendo trabalho de rehabilitação social com seus baristas.
Comer em Roterdã é negócio seríssimo em qualquer lugar. Foi a cidade em que melhor comi no país e só não fui em mais cafés e restaurantes porque realmente não tinha nem mais tempo nem espaço disponível no estômago. O mercado coberto é um escândalo arquitetonicamente e uma delícia de se percorrer. A área coberta é do tamanho de um campo de futebol e tomada por delicatessensa e estandes maravilhosos de queijos, doces, pães, compotas, comidinhas feitas na hora e, claro, peixes, carnes e vegetais frescos. Fica na esquina Binnenrotte/Blaak, bem atrás da estação “Rotterdam Blaak” do metrô, e funciona todos os dias.
Uma boa ideia para conhecer o potencial gastronômico da cidade, como já contei lá no Viagem Estadão, é pegar um tour da ótima Bike&Bite, uma empresa de um casal holandês que mostra seus endereços gastronômicos preferidos na cidade entre pedaladas. Os tours duram cerca de 4 horas e, acredite, substituem uma refeição: são inúmeras palavras para cafés, petiscos, queijos e outras delícias o tempo todo – curadoria muito boa mesmo.
Dos restaurantes, provei estrelados e não estrelados e gostei muito de todos. Falo mais sobre isso também lá no Viagem Estadão. Recomendo muito o De Matroos en HetMeisje e o De Jong e os estrelados Joelia (do chef Mario Ridder, dentro do Hilton Rotterdam) e o descoladíssimo FG Food Labs (de François Geurds, melhor refeição da viagem). Em todos eles, a hora do almoço é tranquila mas para jantar reservas são mandatórias – principalmente se for final de semana.
Fica aqui este post-teaser sobre essa cidade que tanto me conquistou. Mas tem muito mais de Roterdã ainda por vir aqui 🙂
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Já éramos loucos por conhecer Roterdã, agora com teu texto a vontade ficou ainda maior. Uma pena que não existem muitas conexões aéreas boas Espanha-Roterdã, quase sempre a melhor opção significa voar até Schiphol e ali pegar um trem até Roterdã. Beijos!
Pois é, Tony. Encontrei vários turistas europeus reclamando disso mesmo, que também tinham que voar a Amsterdã e pegar trem a Roterdã. A viagem em trem é boa e super factível para quem chega do Brasil, por exemplo, mas realmente não faz o menor sentido para quem vem da Europa e quer somente passar um finde ali.