Emília Romana

Uma semana redondinha para comer, beber e passear na deliciosa Emilia Romana

No comecinho de dezembro, quem me segue nas redes sociais acompanhou ao vivo minhas últimas andanças italianas, desta vez focadas exclusivamente na região da Emília Romana. A convite da ENIT (órgão de promoção turística do país) e da Alitália, fiz parte de um grupo de jornalistas brasileiros que passou uma semana conhecendo alguns dos principais destinos e atrativos desta região italiana.

A Emília Romana (Emilia Romagna ou ainda Emilia Romanha) é uma região italiana constantemente associada à gastronomia, ao enoturismo e à velocidade. Prepare-se para comer muito e muito bem, para lidar com a oferta de Lambrusco em todo canto e para fazer parte da paixão italiana pelo automobilismo. Com localização bem central no país, da Emília Romana é muito fácil se locomover de forma prática e rápida para outras regiões italianas.

Nesta viagem a trabalho, nós nos deslocamos bastante e dormimos em outras cidades também; mas meu conselho, baseado nesta experiência e também nas outras viagens que fiz incluindo a região, é: se quiser mais tranquilidade, hospede-se em Bolonha (que tem mais e melhor infra hoteleira) e de lá faça passeios bate-e-volta para outras cidades. Desta vez ficamos muitíssimo bem instalados no sensacional Grand Hotel Majestic già Baglioni, parte da Leading Hotels of the World, localizado literalmente no centro da cidade – mas a cidade tem ótimas opções para os mais distintos orçamentos e perfis de viajantes e dá para pesquisar diversas opções de hospedagem em Bologna aqui. 

Bologna é uma cidade tão excepcional e cheia de beleza e atrativos que se bastaria sozinha em qualquer viagem. Difícil não se apaixonar perdidamente pela Bolonha linda das catedrais, das torres tortas, da Piazza Maggiore, das ruelas medievais estreitas, da deliciosa vibe universitária (Bologna tem uma das mais antigas universidades da Europa, de 1119), dos museus incríveis, da cor ocre dos finais de tarde ensolarados. Vale a pena reservar pelo menos três dias inteiros para conhecê-la bem.

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Mas a Emília Romana tem muito mais para oferecer é claro. Nos arredores de Bologna, a turma do Eataly inaugurou o  Fico (The World of Eataly), uma espécie de Eataly de dimensões gigantescas que pode ser um belo passeio para fãs de gastronomia (bom para comer mas melhor ainda para comprar vinhos e iguarias para levar para a casa ou o hotel).

Modena, famosa pelo balsâmico e pelas construtoras de carros de luxo, tem um centrinho tranquilo e extremamente agradável, com destaque para o Duomo, a Torre Civica, a Piazza Grande, o Palazzo Ducale, o teatro Luciano Pavarotti e o comércio da Via Emilia. Para os fãs de automobilismo, vale visitar o Museu Casa Enzo Ferrari, o museu Lamborghini nos arredores e, claro, dirigir sua própria Ferrari a plena velocidade no Autódromo di Modena (se a ideia assustar, é possível também embarcar apenas como passageiro de um dos experientes motoristas da casa). A região é também lar dos Ducati e Maserati.

Outro destino incontornável é a adorável Parma, que tem um dos mais encantadores centros históricos da região, incluindo ruelas cheias de charme, o incrível Duomo, o Parco Ducale e as belas praças Garibaldi, Duomo e della Pace. Eis aí uma cidade na qual vale também pernoitar, se tiver tempo.

Viajar de trem entre estas cidades é prático, rápido e econômico. Mas quem estiver de carro pode aproveitar os deslocamentos para conhecer também outras lindezas da região, como Reggio Emilia e Ravena, por exemplo. Ou ainda parar para fazer umas comprinhas no agradável Fidenza Village Outlet. Bom, bike também dá MUITO certo por lá: a Emília Romana é a região com o maior percurso ciclístico e maior uso para bicicletas do país.

E, independente do destino, comer é assunto seríssimo por lá. Do típico tagliatelle ao ragu (o nosso a bolonhesa) ao saborosíssimo parmeggiano, a Emília Romana é uma região para ser literalmente degustada. Diversas vinícolas produtoras do típico vinho Lambrusco são abertas à visitação e degustação. Reserve espaço suficiente – na barriga e na mala – para o presunto de Parma, as mortadelas locais e o culatello, um outro tipo de produto apreciadíssimo da região exportado para o mundo todo.

Meus restaurantes preferidos de toda a viagem foram dois dos mais descolados e econômicos, e ambos em Bologna: o delicioso Twinside (Via de’ Falegnami, 6) e o La Capriata (Strada Maggiore 19, Corte Isolani, 1/e). Uma parada interessante para quem viaja de carro é a Antica Corte Pallavicina, um misto de hotel de charme e restaurante estrelado no Michelin (by chef Massimo Spigaroli) que tem também uma das mais importantes produções de culatello da região (exporta para o mundo inteiro, incluindo casas reais de diversos países e restaurantes de grandes redes hoteleiras de luxo).

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Mas a melhor surpresa gastronômica de toda a viagem foi, sem dúvidas, o almoço na Pedroni – Osteria di Rubbiara. A Osteria fica aberta para almoço todos os dias (exceto terças-feiras) e abre para o jantar às sextas e sábados. Por inacreditáveis 35 euros por pessoa, a gente recebe um menu completíssimo, incluindo águas, vinhos, cafés, licores, digestivos e, mais importante, as indispensáveis visita e degustação da produção de aceto balsâmico da família. Para quem não sabe, a produção do balsâmico é sempre um negócio familiar (muitas famílias têm os barris fermentando em seus sótãos) e eles precisam fermentar e envelhecer por no mínimo 12 anos para serem propriamente considerados balsâmicos de verdade (as opções mais baratas encontradas em muitos supermercados geralmente são uma espécie de blend que envelhece por apenas 60 dias para poder ser comercializado em massa).

Ali na Osteria eu acompanhei produção, armazenamento e envelhecimento com uma visita guiada gratuita impecável. Depois, antes do almoço ser servido, a gente degusta (puros) balsâmicos de diferentes tempos de envelhecimento para sentir como vão ficando mais cremosos e adocicados quanto mais velhos são. E depois todos os pratos do menu, da massa do primeiro prato ao (acredite!) sorvete da sobremesa, são servidos com balsâmico e harmonizados com vinhos lambrusco. Programão imperdível.

Como viajamos:  Voamos de ALITÁLIA de São Paulo a Bologna, com conexão em Roma, num roteiro organizado pela ENIT e pelo órgão de turismo da Emília Romana. Lá, tivemos uma guia excelente acompanhando o grupo, a Paola Milanetti, que eu recomendo muito – fala português fluentemente e está super acostumada a receber turistas brasileiros na região.

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8 Comentários

  1. Eu nem lembrava que já tinha estado nesta região. Fomos a Modena quando estávamos perto de Florença em 2011. Delícia de post para pensar no retorno

1 Trackback / Pingback

  1. No rastro do aceto balsâmico

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