Como foi minha experiência de fazer safáris em cinco camps diferentes da Great Plains Conservation
Sou apaixonada por safáris e quase todo mundo sabe disso. Volto praticamente todos os anos para fazer safáris, e geralmente testando hotéis e lodges diferentes – por isso mesmo, os posts sobre safáris aqui no blog estão sempre entre os mais acessados (dá pra ler todos eles clicando aqui). E hoje quero falar especificamente da linda surpresa que foi fazer safáris com a Great Plains Conservation.
No finalzinho de novembro passado, a convite da South African Airways e da Great Plains Conservation, rumei para nada menos que dez intensos dias de safáris. Desta vez o foco era não apenas na vida selvagem em si, mas também sustentabilidade e conservação. Afinal, não bastasse a África ser o continente que há mais tempo vem abraçando o turismo sustentável, a própria Great Plains Conservation é uma empresa familiar que já nasceu com essa filosofia.
Fundada pelo casal Beverly e Derek Joubert, exímios fotógrafos especializados em vida selvagem e autores de livros e documentários da NatGeo, a Great Plains desenvolveu todo seu business plan apostando num turismo totalmente sustentável, capaz de reverter seus proventos em conservação e apoio às comunidades locais.
Mais que conservar apenas, se preocupam muito em expandir domínio de vida selvagem, ajudando a proteger felinos, rinocerontes e outras espécies ameaçadas no continente africano (Dereck e Beverly são também os fundadores, por exemplo, da ong Rhinos without Borders, que já reintroduziu uma centena de rinocerontes na Botsuana).
E eles garantem que todo o dinheiro oriundo das hospedagens em seus camps é sempre reinvestido nos próprios camps e nos projetos sociais que apoiam (como Big Cats Caring for Communities, Lamps for Learning Conservation Camp for Kids). “Nosso modelo consiste em adotar meio ambientes ameaçados, rodea-los de proteção inteligente e gerência sustentável, e desenvolver ali um turismo sensível, com baixo volume e baixo impacto”, defendem.
Suas hoje oito propriedades em três países africanos diferentes são em sistema “camp” ao invés de se autodenominarem lodges. Ou seja: seus quartos têm todos formato de tendas – mas com muito conforto, incluindo camas de verdade, roupa de cama e banho de qualidade, banheiros completos etc -, garantindo menos interferência humana nas reservas que ocupam e também proporcionando um contato muito mais próximo e intenso dos hóspedes com a natureza. Os lodges são auto-suficientes energeticamente, fazem compostagem e reciclam lixo, e não utilizam plásticos de nenhum tipo.
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Os camps pensados e desenvolvidos pelos Joubert operam em imensas reservas privadas diferentes, e também com estilos bem diferentes, indo de versões mais “budget” às versões mais luxuosas (mas sempre com tendas extremamente seguras, espaçosas e confortáveis). As diárias incluem quase tudo: dois game drives diários, walking safaris em alguns casos, pensão completa (com cardápio bastante saudável e também sustentável, reaproveitando o máximo possível de alimentos) e bebidas. Mas o maior detalhe fica por conta do staff, sempre adorável, dos garçons e camareiras aos guias.
Na Botsuana, os destaques ficam por conta dos luxuosos e irrepreensíveis Duba Plains e Zarafa Camp, que contam inclusive com selo Relais&Chateaux e NatGeoLodges. Mas também é preciso falar de um dos camps consideradol “budget”, o encantador Selinda Explorers, famoso por seus safáris à pé (ele é considerado budget por não ter algumas facilidades como, por exemplo, wifi, e o uso da energia em geral é mais controlado).
Em todos os três dormi em camas excelentes, com ótimos chuveiros, boa comida e excelentes safáris (mesmo). Além de genialmente incluírem no menu de atividades, além dos safáris, coisas diferentes, como passeios de barco ao por-do-sol, happy hour à beira d’agua, passeio em canoa etc (no meu instagram dá pra ver bem como as experiências foram variadas). Como os camps têm capacidade máxima para entre 8 e 12 hóspedes apenas, a sensação de exclusividade e de isolamento que a gente tem o tempo todo é gigante! E, com a baixa quantidade de pessoas nos camps, os animais se aproximam deles sem a menor cerimônia, dia e noite.
Em todos os camps tive realmente experiências muito próximas e intensas com a vida selvagem (e vi mais leopardos que em qualquer outro safári que tenha feito!) e contei com serviço genuinamente cálido, mesmo nos poucos casos em que havia alguma barreira idiomática, e extremamente bem treinado. E os carros de safári tinham até entradas USB pra gente manter celular e câmera carregadinhos o tempo todo!
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No Zimbábue, a experiência foi um pouquinho diferente. O novíssimo Mpala Jena, o primeiro camp de luxo da Great Plains Conservation no Zimbábue, fica no Zambezi National Park e, portanto, não tem apenas safáris como carro chefe.
Localizado às margens do mítico Rio Zambezi e pertinho das incríveis Victoria Falls, está muito menos isolado (o aeroporto internacional fica a meros 45 minutos de distância de carro, assim como a própria cidade de Victoria Falls) e tem um menu de atividades mais extenso, incluindo os game drives, passeios pelo rio, passeios à cidade e às cataratas, por exemplo. Mas não se preocupe: elefantes, hipopótamos e macacos em abundância são vistos o tempo todo, sem a gente precisar nem sair das tendas.
O raríssimo impala albino também é facilmente avistado por lá. As tendas, aliás, são enormes, todas com direito a banheira com vista, ducha interna e externa, saleta e piscina privativa. O camp opera em sistema tudo-tudo incluído – até minibar e lavanderia estão incluídos na diária – e tem serviço irretocável.
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Meus pitacos:
Mudar de camp ao longo da semana na Botsuana foi interessante (é algo que sempre gostei de fazer na África do Sul também). Quando a gente muda de camp, geralmente muda de reserva (ou de localização dentro de uma mesma reserva) e acaba tendo a chance de ver vegetação e animais diferentes. Em todos os casos, recomendo sempre para experiências de safári estadias mínimas de duas noites, preferencialmente três.
O que eu achei diferente dos safáris na África do Sul? Os safáris foram muuuuito mais longos. Em dois deles, chegamos a ficar cinco horas direto num game drive. Mas, como as experiências são sempre customizadas para um máximo de seis pessoas por veículo (e muitas vezes apenas quatro!), é fácil se organizar com o guia sobre quanto tempo querem ficar no game drive, se querem tomar café da manhã durante o game drive ou voltar para tomar café no camp etc.
Também chama a atenção que na Botsuana e no Zimbábue a maior parte dos lodges e camps (Great Plains incluída) aboliu a figura do tracker. Como eles só utilizam mão de obra realmente local, tracker e ranger viraram simplesmente a figura do “guia”, que tanto dirige os veículos quanto rastreia os animais e explica sobre eles.
Para chegar lá:
Voei de São Paulo a Joanesburgo com a South African Airways e de lá fiz conexão para Maun na Botswana na ida, e de Victoria Falls no Zimbábue na volta. A conexão para Maun foi muito rápida e prática; na volta, por causa dos horários dos voos, não é possível fazer conexão imediata – é preciso pernoitar em Joanesburgo. Fiz o pernoite no hotel Peermont D’Oreale Grand, no complexo Emperors Palace, que fica bem próximo ao aeroporto. Achei bem prático para quem vai só fazer pernoite, já que, além da proximidade com o aeroporto, há enorme oferta de lojas, bares e restaurantes dentro do complexo.
Como os camps da Great Plains são todos bem remotos, literalmente no meio da savana, é sempre necessário tomar voos tipo charter às reservas (cheguei nesses aviões a todos eles, inclusive entre Botsuana e Zimbábue). Os próprios camps ajudam na reservas, geralmente feitas com uma companhia local chamada MakAir.
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