10 atividades imperdíveis em uma escapada a Tiradentes, em Minas Gerais
Tiradentes é uma das cidades coloniais mais bonitas, gostosas e bem preservadas do Brasil. Já gostava de lá desde criança, mas confesso que fiquei surpresa nesta última visita agora nas férias de julho em ver como a cidade soube se modernizar deliciosamente, sem perder toda sua essência histórica.
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Localizada a menos de sete horas de carro desde São Paulo, cinco e meia do Rio e duas e meia desde Belo Horizonte, Tiradentes funciona até para o turista com poucos dias disponíveis. Então listo aqui dez coisas que acho imperdíveis por lá, independentemente de quantos dias você se hospede na cidade (recomendo pelo menos três inteiros):
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Desbravar o centro histórico.
Impossível não perder a noção do tempo andando por suas ruas e becos com calçamento em pé-de-moleque e encantar-se com suas igrejas (são oito tombadas pelo Iphan!) e fachadas coloniais. Só tem que lembrar de ir com um calçado bem confortável, porque em alguns pontos – principalmente ladeiras após chuva – esse tipo de calçamento pode ser bastante escorregadio.
O centro histórico de Tiradentes é pedaço da cidade pra gente explorar todo dia, descobrindo a cada caminhada um cantinho novo. Entre uma coisa e outra, ver a estátua de bronze de Tiradentes na Rua Padre Toledo, a Igreja Matriz de Santo Antonio (a mais antiga da cidade, construída entre os séculos XVIII e XIX), a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, erguida e frequentada pelos escravos… Sem contar que há muitas lojas, bares e restaurantes deliciosos pra gente experimentar por ali. E dá até pra passear de charrete – se for da sua vontade.
Depois de passear pela cidade, recomendo muito subir ao morro de São Francisco para ter vistas panorâmicas deslumbrantes da cidade e das montanhas lá do alto – melhor ainda se for no final da tarde, acompanhando o por do sol (tem um gramado perfeito para sentar e acompanhar). É ali também fica a Igrejinha queserviu de locação para produções do cinema e da TV como Hilda Furacão.
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Conhecer museus incríveis.
Além de passear e comer muito bem, Tiradentes tem também museus deliciosos pra gente (re)descobrir. Recomendo muito o Instituto Mário Mendonça, numa propriedade particular do artista, com mostra permamente cheia de Dalis, Picassos e Degas em visitas guiadas gratuitas, e o adorável Museu de Sant’Ana, no antigo prédio da cadeia pública, do século 18, que reúne quase 300 esculturas diferentes de Santa Ana, a mãe de Maria, numa coleção doada ao Patrimônio Público pela empresária Angela Gutierrez. Com crianças, vale espiar também a encantadora Casa de Boneco, de Bernardo Rohrmann, com suas marionetes de madeira compondo o “menor bloquinho de carnaval do mundo”), e o espaço lúdico Casa Torta, na vizinha Bichinho.
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Degustar queijos deliciosos.
Se tem uma coisa que Minas faz MUITO bem é queijo, não é mesmo? E a expressão “queijo mineiro” hoje engloba diversos tipos diferentes, e produzidos em diferentes cantos do Estado. Para aprender bem sobre eles, sugiro uma visita à excelente loja Ouro Canastra, bem no centrinho, que vende mais tipos de queijos mineiros do que podíamos achar que existissem. O bacana lá é que a gente pode provar quase tudo que está à venda e a casa ainda oferece, mediante demanda, ótimos workshops de harmonização de queijos mineiros com vinhos ou com cachaça.
Fãs de queijos têm que também fazer um desvio às áreas rurais da cidade para comprar o imbatível “queijo da Lúcia”, premiado não apenas no Brasil como no exterior. Ela vende seus queijos frescos, meia-cura e extra curados e fica difícil decidir qual o mais saboroso.
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Comer muito, muito bem.
Ir a Minas e comer bem é praxe, né? Mas Tiradentes soube levar isso a outra esfera: além das casas da tradicional comida mineira (como a Estalagem do Sabor e o Raiz Mineira, por exemplo, testados e aprovados), Tiradentes soube também fugir dos estereótipos com excelentes restaurantes das mais diversas cozinhas. Meus favoritos da viagem foram o UaiThai (ambiente delicioso com pratos de fusão tailandesa e mineira), Tragaluz (alta gastronomia, com sabor e serviço irretocáveis) e Cultivo (um vegano simplesmente adorável). Mas há espaço também (e como!) para “botecar” com as delícias de comer e de beber dos igualmente gostosos Biroska Santo Reis e Templario.
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Tomar um típico café da tarde mineiro de nova geração.
Ir a Minas e não tomar um autêntico e farto café mineiro e praticamente um crime, né? E eles ficaram melhores ainda, acredite: conservaram os sabores das delícias da vovó com mais ousadia e criatividade e com apresentação simplesmente impecável, em lugares de ambientes tão gostosos que a gente simplesmente não quer ir embora. Os meus preferidos são os maravilhosos Jane’s Apple e Marcas Mineiras, ambos funcionando em espaços que mesclam o café com loja de coisas para a casa. Simplesmente imperdíveis!
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Fazer uma trilha.
O entorno de Tiradentes é de uma beleza natural simplesmente arrebatadora, com a incrível muralha da Serra de São José sempre à vista. Com áreas de reserva de biosfera e preservação nos arredores da cidade, Tiradentes tem uma das maiores concentrações e diversidade de espécies de libélulas do planeta. E tanta beleza natural é prato cheio para quem curte trilhas – principalmente as que terminam em gostosas cachoeiras. O Caminho das Cachoeiras tem diferentes opções de trilhas, de diferentes durações e graus de dificuldade, incluindo trilhas longas de dia inteiro – mas sempre com a recompensa de entrar em alguma cachoeira no final. A empresa Tiradentes Estrada Real organiza diversos passeios por lá.
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Hospedar-se com conforto e vista matadora.
Uma das coisas que chamam a atenção nesta nova fase de Tiradentes é o aumento de opções cheias de charme e conforto para se hospedar na cidade. Eu fiquei na Pousada Solar da Serra, já quase na estrada para Bichinho, e recomendo muito: fica afastada do centro, mas eles têm a vista mais bonita da hotelaria da cidade. De vários dos quartos, do restaurante e da incrível piscina infinity a gente vê a cidade e a Serra de São José se esparramando lindamente no horizonte. Quartos confortáveis, atendimento bem simpático e deliciosos e fartos café da manhã e chá da tarde incluídos nas diárias (peça a tapioca com crosta de queijo canastra, divina). Dá pra ler minha review completinha sobre a pousada Solar da Serra aqui.
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Aprender sobre cachaça.
Minas Gerais também é terra de cachaça, e Tiradentes não apenas vende muitas delas como também tem produção significante na cidade e arredores. Fui visitar a Cachaçaria Mazuma, já no distrito vizinho de Bichinho, que fica instalada em uma propriedade lindíssima na montanhas – e com vistas panorâmicas para a região. A cachaçaria está aberta para visitas e elas são bem didáticas, explicando as diferentes etapas do processo de produção e armazenamento. Ao final, há espaço, é claro, para a degustação dos diferentes tipos de cachaça que produzem de maneira bastante sustentável (10 reais por pessoa, e é necessário reservar). O local conta também com um gostoso café, que divide espaço com a lojinha que vende não apenas cachaças mas também doces, queijos e compotas típicos mineiros.
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Fazer compras fora do óbvio.
Além de queijos, doces e cachaças, que estão à venda em todo canto na cidade (inclusive na Ouro Canastra, sobre a qual já falei acima), Tiradentes também oferece inúmeras opções de compras lindas e bem fora do óbvio para levar para casa ou presentear alguém. Há muitas opções lindas (mesmo!) por toda parte para quem tiver espaço no carro para levar panelas e cerâmicas, e também as peças de decoração em marcenaria super bem boladas da querida Joelma Marques.
Também há muitas lojinhas de souvenir por todo o centro histórico, vendendo todo tipo de lembrancinhas. Para comprar coisinhas lindas não necessariamente ligadas ao destino, adorei as peças da Daniela Karam, todas elas (de brincos a almofadas) inspiradas em viagens da designer por diferentes cantos do mundo. E, antes de deixar a cidade, IMPRESCINDÍVEL parar na pousada Pequena Tiradentes (é super famosa por lá e fica bem na saída de Tiradentes mesmo) para comprar as melhores balas de coco DA VIDA (sério mesmo; eu nem sou tão fã de balas de coco e nunca tinha provado nenhuma tão gostosa antes!).
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Curtir também a cidade à noite.
Nem pense em ficar na sua pousada à noite: Tiradentes, com sua iluminação meio amarelada no centro histórico, ganha outra cara depois que a noite chega. Vale super andar à noite pelo centro e ver essa outra faceta da cidade. Além disso, Tiradentes é super segura – dizem que isso se deve ao fato da cidade ter uma única via de entrada e saída possível – , então caminhar por ali é mesmo bem tranquilo, inclusive para ir e voltar do jantar (para quem está hospedado por ali mesmo).
A vida noturna em Tiradentes gira muito ao redor de botecos e espaços com música ao vivo, como os já citados aqui Biroska e Templário. O point mais famoso da cidade para o pós jantar é o simpático Entrepôt du vin, um bar bem pequenininho de vinhos e drinks (com inúmeros rótulos diferentes!) com direito a mesinhas para fora e que está sempre cheio. Para vida noturna de verdade, só aos finais de semana por ali, quando rola a concorridíssima festa da Casa da Insanidade Mental.
Mas não esqueça de deixar também tempo de sobra entre uma atividade e outra. Andando por Tiradentes, a gente sempre acha uma portinha que quer entrar, uma coisinha que quer ver, uma pessoa pronta para dois dedinhos de prosa 🙂
Em tempo: Tiradentes tem uma intensa agenda de eventos anuais, de encontros de motociclistas a festivais gastronômicos. Para aproveitar o melhor da cidade com tranquilidade, sem sufoco, vale fugir destas datas. E, se possível, fugir também dos finais de semana das férias escolares.
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Olá Mari, bacana seu relato e sugestões. É sempre uma escolha pessoal, mas lembramos atividades icônicas, como o concerto de órgão na Matriz (aos sábados), acompanhado do roteiro de luz da igreja. Dos restaurantes que gostamos, além do excelente UaiThai (que vista para a Serra e a cidade), os excelentes Paco e Baco, Gourmeco e Angatu. Sem deixar de citar o Bar do Celso, onde a comida mineira e a simplicidade imperam, em plena praça. Bacana a Mazuma, mas a gente vai um pouco mais longe, no Engenho Século XVIII, em Cel Xavier Chaves, onde o processo é mais das antigas e a conversa com o Nando, o proprietário, uma parte impagável (com direito a provas, linguicinhas e etc).
Tiradentes é tudo de bom, de vez em quando damos uma fugida para lá.
Excelente, Flávio! Paco e Baco, Gourmeco e Angatu estavam na minha lista, mas infelizmente não deu tempo de provar. Todo mundo diz que eles são mesmo excelentes. UauThai é realmente um achado, foi meu favorito! Obrigada pelas contribuições 🙂
Oi, Mari. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie