Sobre os rumos do turismo na cidade pós-Olimpíadas e o que tem de lindo e novo chegando por aí
Estive esta semana por alguns dias no Rio de Janeiro para participar do Seminário Rio de Janeiro como Destino, uma iniciativa privada bem bacana para discutir os possíveis rumos do turismo na cidade maravilhosa pós-Olimpíadas 2016.
Das representações turísticas equivocadas (que tratam a cidade meramente como um destino paradisíaco de praia) a números surpreendentes (sabia que Lima sozinha – mas com um marketing sensacional, reconheçamos – recebe anualmente mais turistas que o Rio?), dos entraves político-econômicos às novidades culturais e hoteleiras (incluindo dois big novos museus), foram inúmeros os tópicos em discussão durante o evento que chegou a colocar sentados juntos, na mesma mesa, representantes da esfera turística dos poderes municipal, estadual e federal lado a lado.
Mas é claro que, além de participar do ciclo de debates e palestras com diversos representantes do trade, organizações patrimoniais e autoridades governamentais, aproveitei, é claro, para ver com meus próprios olhos tudo que está mudando – e está mesmo, e rapidamente, o que faz a gente encarar com menos mau humor os desvios do trânsito e ocasionais congestionamentos – na cidade.
Desta vez, euzinha (que não preciso de motivos para ir ao Rio porque adoro a cidade, mas acabo passando a maior parte das minhas visitas concentrada na zona sul) me comportei de maneira bem diferente: mal saí do centro histórico carioca. O próprio evento aconteceu no belo Museu Histórico Nacional, que fica pertinho da Praça XV. Ali, aliás, além de todo o acervo próprio do museu (entrada a R$8, e gratuita aos domingos) e de uma curiosa coleção de carruagens, está rolando uma exibição adorável de cartazes de viagem que mostra como a cidade é há tempos um destino cobiçado internacionalmente (tem até cartazes que ilustram a orla carioca na fase pré-Cristo Redentor!) – em cartaz até meados de janeiro.
Vi as mudanças que estão rolando na Praça XV e os casarões coloniais recuperados, me encantei com o clima da região do Arco do Teles e arredores, passei em frente às obras do genial prédio do MIS, conheci espaços culturais que quero revisitar muitas vezes (como o belíssimo Real Gabinete Português de Leitura e o divertido Centro Carioca de Design, na praça Tiradentes), visitei pela primeira vez lugares como as ruínas do largo/cais do Valongo e a linda igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores e, claro, fui ver, enfim, a Praça Mauá, linda, prontinha. E tudo isso à pé, curtindo o incrível centro antigo da cidade como os gringos mais cabeça fazem (quando as obras pré-Olímpicas terminarem, a região vai ficar ainda mais walkable, incluindo o genial passeio turístico de 3km que ligará as praças XV e Mauá).
Eu já tinha visto a nova Praça Mauá do avião mesmo, antes de pousar e… putz, quem te viu e quem te vê! Quanta diferença! Eu, que desembarquei muitas vezes de cruzeiros no local, mal pude acreditar no espaço lindo, delicioso e democrático que se criou ali. Iluminado, colorido, convidativo, lúdico; nem parece o mesmo canto da cidade, antes tão cinzento e mal cuidado. E a praça ainda é agora ladeada agora por dois big museus: o adorável MAR (incluindo o ótimo restaurante de cozinha brasileira no último andar, que provei agora e gostei muito) e o ousado Museu do Amanhã (lindão, à beira-mar, com design by Calatrava), prestes a ser inaugurado.
Que essa iniciativa da Rio como Destino renda mesmo bons frutos, estimule outras iniciativas do gênero e os players da cidade saibam alavancar o turismo local pós Olimpíadas. #oremos
Estive no Rio no início de novembro. Dei uma volta de bicicleta pelo centro histórico, visitei o MAR, e agora conto os dias para que o Museu do Amanhã e o Aquário estejam prontos!
somos dois! 🙂
Oi Mari! Que delícia ver que o Rio está mudando essa imagem de (apenas) cidade de praia. Estive por lá rapidamente no final de novembro e aproveitei pra ver um pouco do centro histórico, Catete e Santa Teresa, lugares que mal conhecia. Me apaixonei de verdade!