Atrações vazias, policiamento intensificado e as mesmas belezas singulares de sempre
Acordei hoje sem o chamado para oração do muezzin e já me deu uma saudade danada. Acabo de voltar da Turquia depois de dias incríveis numa viagem magistralmente organizada pela Teresa Perez justamente para tentar resgatar o turismo de brasileiros pelo país (conforme contei aqui).
Todo mundo já sabe o quanto sou encantada por esse país e, principalmente, por Istambul (que está no meu top 5 de cidades mais incríveis do planeta); mesmo já tendo visitado por diversas vezes, fico sempre genuinamente encantada como se fosse a primeira vez, I can´t help it.
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Durante todos os dias do belo roteiro em grupo (éramos seis e, curiosamente, foi a primeira vez em que estive acompanhada no país, já que sempre tinha ido para lá sozinha), fui contando e mostrando nas redes sociais – sobretudo no Instagram e no Snapchat – o que via e fazia em cada um dos destinos e atrações visitadas.
Todos os dias, respondi inúmeras perguntas sobre a viagem, principalmente através das direct do Instagram e das mensagens do Snap. Foram MUITO mais perguntas que em qualquer outra viagem dos últimos tempos. Mas, é claro, a pergunta que mais se repetia diariamente era: “Mari, tá mesmo tudo lindo e tranquilo aí como parece pelas suas fotos e snaps?”. E minha resposta mais frequente por lá era: “sim, tudo lindo e tranquilo. Tranquilíssimo!”
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Mais tranquilo, aliás, impossível. Excessiva e equivocadamente assustados com as notícias dos atentados que aconteceram na Turquia nos últimos meses, turistas (sobretudo americanos e brasileiros, dois dos principais pólos emissores de turistas para lá) simplesmente desapareceram do país – e principalmente da cidade de Istambul. Atrações geralmente super cheias, como o Palacio Topkapi, a Mesquita Azul, a Cisterna ou a basílica de Chora se encontram agora absurdamente vazias (a bem da verdade, o único local do país inteiro em que encontrei uma quantidade razoável de turistas foi nas ruínas de Éfeso).
Para quem visita o país agora, eis aí uma imensa vantagem: poder explorar as atrações sem pressa, sem sufoco, sem aperto, sem fila em lugar nenhum. No Palácio Topkapi, a nossa guia da SeaSong (a empresa parceira da Teresa Perez no país, que organizou cuidadosa e carinhosamente todos os nossos passeios por lá) brincava toda hora sobre estarmos tendo um tour privado pelo palácio, já que não cruzávamos com outros turistas na maioria das salas e áreas visitadas.
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Por um lado, tal cenário me encheu de tristeza à primeira vista. Estacionamentos vazios, funcionários parados nas atrações, guichês de bilheteria sem movimento. Os guias se amontoam às portas das atrações, plaquinha no peito com os idiomas que falam, olhos atentos, à espera dos turistas que não chegam; dois deles me contaram que há três meses não têm clientes, mesmo falando quatro idiomas diferentes.
Os grandes operadores locais também quase não têm demanda. Na hotelaria, o cenário não tem sido diferente: muitos dos hotéis andam fechando o mês às vezes com menos de 30% de ocupação. Poucos balões sobem aos céus da Capadócia em comparação com visitas anteriores; a apresentação de dervixes tinha umas 30 pessoas apenas como público.
Os ótimos voos da Turkish Airlines (que eu já tinha experimentado, gostado e elogiado no começo do ano passado, quando fiz Turquia e Tailândia entre fevereiro e março) estavam cheios; mas a maioria dos passageiros estava usando Istambul apenas como ponto de conexão (na maioria dos casos, para destinos asiáticos) e não como escala, layover ou destino final de suas viagens. Mais do que nunca, a Turquia precisa de nós, turistas.
Por outro lado, a cidade de Istambul continua pulsante, vibrante. A Capadócia continua surrealmente linda. O povo turco continua bem-humorado e acolhedor e sua culinária continua deliciosa. A excelência em serviço em propriedades de luxo com os hotéis Four Seasons, Shangri-la e Museum continua irretocável.
Quem visita a Turquia agora não encontra, de maneira nenhuma, um cenário bucólico ou triste – o país continua tão acolhedor, interessante e surrealmente belo como antes. Seus moradores estão lá, vivendo igualzinho seu dia-a-dia.
Os restaurantes mais legais da cidade estão lotados (desta vez, meus preferidos foram, de longe, o Mikla e o Sunset, em Istambul, ambos não apenas com ótimo menu como também vista desbunde da cidade), as lojas e os bazares estão cheios, o brunch de domingo tinha fila na porta do descolado Lucca, o jogo de futebol no estádio de Besiktas lotado, Ortakoy tomada por famílias, crianças, casais de namorados e grupos de amigos nos finais de semana.
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Para nós, turistas, não poderia haver momento melhor que esse. Os preços estão mais baixos (hoje, uma lira turca vale pouco mais que 1 real, então dá bem pra fazer conta “1 pra 1” e ser feliz), as atrações estão mais vazias e o país está mais policiado do que nunca – polícia sempre à vista nas ruas, raio-X duplo nos aeroportos (na entrada para o saguão e depois na passagem pros portões) e raio-X e detectores de metais em todas as atrações (e também na entrada dos grandes hotéis, além da vistoria dos veículos).
Não acredito há muito tempo na ideia de que alguns destinos sejam mais seguros que outros; mas, como é nosso feeling que conta no final, posso afirmar categoricamente que me senti 100% segura durante todos os meus dias no país (igualzinho tinha me sentido segura nas visitas anteriores).
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As pontes sobre o Bósforo, os minaretes, as torres, as muralhas, os bazares, a animação de Ortakoy, as chaminés de fada e os balões da Capadócia, a emocionante Casa da Virgem Maria, as sensacionais ruínas de Éfeso, a ensolarada promenade de Izmir à beira do mar Egeu encheram, mais uma vez, meus olhos de beleza todo dia, o dia todo. Em breve, vão encher de beleza estas páginas aqui. E, espero, possam encher também seus próprios olhos, ao vivo. Vamos para a Turquia?
Que ótimo relato, Mari! De longe, a gente tem mesmo uma ideia bem diferente. Adorei acompanhar sua viagem pelo insta, e gostei ainda mais deste post. Vamos para a Turquia sim!
obrigada! 🙂
Este verão pretendiamos ir a Istambul. Marcamos um cruzeiro para visitar Istambul e Izmir mas mudaram os portos e acabamos por ir a Montenegro. Foi uma pena mas continuamos com vontade de visitar a Turquia. Fico feliz por as coisas estarem calmas e espero que os turistas regressem. Parabéns pelo post!
Bem lembrado: as armadoras retiraram de seus itinerários os portos turcos até 2018, o que tem afetado imensamente a economia local 🙁
Que bom saber que estão cuidando da segurança e que a vida segue normal no país. Vou colocar a Turquia nos meus planos para o ano que vem.
Interessante. Minha esposa e eu desmarcamos nossa viagem para la no ultimo verão europeu por medo mesmo e acabamos fazendo só a Grécia. Que bom ler seu depoimento. Vamos pensar novamente na Turquia para as próximas férias, nem que seja só Istambul a caminho da Ásia.
Tenho viagem marcada para lá e seu post me encheu de amor. Não fui ainda e já quero voltar!
Muito bom, Mari. Vou lançar a ideia aqui em casa.
Amo a Turquia. Sempre achei Istambul uma cidade para se frequentar, assim como Paris e NY. Importante açors como esta para mostrar que podemos e devemos continuar a inclui-la nos nossos proximos projetos de viagem a lugares emocionantes, impactantes e deslumbrantes. #jesuisTurkey
Oi Mari,
Estamos planejando Turquia pro ano que vem, mas estou com uma super dúvida… praia por lá, vi que são lindas, mas qual a melhor época???
Bjos e obrigada pelos posts incríveis!
Carol, pra curtir praia na Turquia, só mesmo no verão do hemisfério norte – de meados de junho a meados de setembro.