Como é o novo hotel Explora inaugurado no Vale Sagrado do Peru
No finalzinho de outubro passado viajei novamente ao Peru. Como no ano passado, foi mais uma viagem ao país focando exclusivamente nas lindezas do Valle Sagrado peruano – que, oh yes!, vai muuuuuuito além de Machu Picchu. Nesta visita, fui mais radical ainda e, por questões de agenda mesmo, nem sequer passei uns dias na linda Cusco: viajei especificamente para conhecer os diferenciais do hotel Explora Valle Sagrado, inaugurado literalmente no coração do vale em julho último.
Localizado a meio caminho entre Cusco e Machu Picchu (uma mão na roda para explorar bem o Vale tendo um único hotel como base), trata-se do único hotel realmente tudo incluído da região – e, inclusive por isso mesmo, os brasileiros já correspondem a impressionantes 80% do total de hóspedes da propriedade.
Assim que desembarquei no aeroporto de Cusco, uma van do hotel me aguardava do lado de fora para fazer o trajeto de pouco mais de 1h30 até o hotel, no povoado de Urquillos, numa fazenda às margens do rio Urubamba. O design chama a atenção logo que a gente avista o hotel em meio aos milharais: seguramente, nenhuma outra propriedade da rede Explora (seja no Atacama, na Ilha de Páscoa ou na Patagônia) foi tão bem sucedida em mesclar o hotel ao ambiente que o rodeia.
O belíssimo projeto deste hotel ficou a cargo do chileno José Cruz Ovalle, que soube mesmo cumprir o propósito de realçar a beleza do lugar em que se localiza. Os quartos e áreas comuns do hotel estão dispostos em quatro bloco distintos entre as plantações de milho de uma das fazendas mais remotas da região, de área total de 27 hectares. Linhas sinuosas, passarelas de madeira e escadarias muito discretas conectam lindamente os blocos dos quartos ao edifício principal, onde ficam o restaurante, o bar, a loja, os lounges, terraços para contemplar a paisagem e o ponto de encontro para chegada e saída das excursões.Todos os quartos têm vista para as plantações de milho e as montanhas – mas vale saber antes de reservar que os quartos com as melhores vistas vão do 26 ao 51.
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A estadia mínima costuma ser de 3 noites; eu fiquei 4, mas conversei com hóspedes que estavam ficando até sete. Em todos os casos, transfers ida e volta do aeroporto de Cusco, passeios, refeições, snacks e bar aberto estão incluídos nos programas de hospedagem. São apenas 50 quartos, todos bastante espaçosos e com camas ultra confortáveis (dormi muito bem lá todas as noites!) – mas não contam com acesso à internet nem televisão. Por isso mesmo, a maioria dos hóspedes acaba passando a maior parte do tempo nas adoráveis áreas comuns, o que contribui muito para a própria socialização com outros hóspedes e com o staff (mas todo mundo também aproveita para usar o wifi do prédio principal :D).
Embora ainda estivesse visivelmente em processo de ajustes durante a minha visita, o serviço em geral é super prestativo e segue a linha de outros hotéis do gênero, com um tratamento bem informal e cálido, seja na turma das excursões ou na equipe do restaurante e do bar.
A gastronomia merece definitivamente destaque: se na maioria dos passeios as refeições são frugais e mais simples, geralmente envolvendo salada e alguma fonte de proteína (salmão defumado, frango etc), no hotel elas são feitas no melhor estilo que consagrou a cozinha peruana: pratos bem regionais, com ingredientes muito frescos, coloridos, saborosos, fartos e com excelente apresentação. A única refeição estilo buffet é o café da manhã; almoço (para quem faz excursões de meio dia) e jantar (para todos) são sempre à la carte, com menus de 3 e 4 passos, respectivamente (e sempre com diferentes opções de escolha para cada passo). Os vinhos sugeridos para acompanhar os pratos eram geralmente da Matetic. Gostei muito, muito mesmo da comida – e dois dos garçons, ultra atenciosos e prestativos, estão dentre os meus funcionários prediletos de todo o staff.
Os passeios incluídos (são mais de 20 no menu de excursões) exploram o vale em sua maioria a pé ou de bicicleta, como é o próprio foco da rede em aventura; há apenas quatro opções para quem tem mais limitações e prefere conhecer a região em van (têm também foco mais cultural e gostei muito destes). A equipe de guias é composta por alguns membros do staff vindos de outras propriedades do grupo e muitos moradores da própria área, o que garante profundo conhecimento da região. De bike, fazem passeios lindos como o da Cuesta del Sapo e o que margeia o rio Urubamba. Misturando van e trekking, achei mais legais o passeios às Salineras de Maras e o ao Valle de la Papa – ambos misturam a beleza natural do vale com povoados e atividades culturais.
A escolha de cada passeio é feita na noite anterior, mediante as opções apresentadas pela equipe de guias e cada passeio sai sempre em grupos pequenos, em geral com um máximo de 8 pessoas (no meu passeio a Cusco saímos num grupo de 11, mas cheguei a sair para um dos outros passeios sozinha). As explorações contemplam áreas e ruínas importantes do vale, como Ollantaytambo, Zapacto, Maras, Quimsacocha, Pisac, Moray e, obviamente, Cusco e Machu Picchu. Vale saber que o passeio a Cusco é uma excursão de dia inteiro com um período inteiro de tempo livre (tem visita a às ruínas de Saqsaywaman, à Catedral, almoço e o restante do tempo é todo livre) e que a excursão a Machu Picchu (essa não fiz com eles e tem obrigatoriamente que ser reservada antes de chegar ao hotel) contempla um período total de no máximo quatro horas e meia entre o desembarque em Águas Calientes e o embarque no trem de retorno.
O spa, batizado de Casa de Banhos Pumacahuaste, ainda não foi concluído e deve ser inaugurado somente nos primeiros meses de 2017; mas ocupa um casarão colonial do século XVII (com direito a afrescos nas paredes interiores) que pertenceu a um dos heróis da independência do Peru, o inca Mateo Pumacahua.
Em tempo: achei minhas quatro noites no hotel de bom tamanho para quem não restringir a exploração do Vale a ele. Para quem visita o Vale Sagrado pela primeira vez, para que a viaje fique bem completinha, eu recomendaria ficar pelo menos duas noites em Cusco ANTES de ir para o Explora, para conhecer a cidade (que é maravilhosa e tem MUITA coisa mesmo pra ver) e já chegar ao hotel aclimatado e pronto para as explorações (vi alguns hóspedes que, como eu, tinham ido direto do aeroporto pra lá lidarem bem mal com a altitude no primeiro dia). Também recomendaria fazer Machu Picchu separado, dormindo uma noite em um dos hotéis de Águas Calientes (há boas opções, como já recomendei aqui em outros posts) para explorar as preciosas ruínas como se deve, chegando bem cedinho (antes dos trens e dos grupos de excursão) e ficando o dia todo lá, até a hora de pegar o trem.
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Que beleza este post agora! Estamos planejando ir pra lá em março ou abril. A época é boa?
É boa, sim, Marina. A época mais recomendada para o Vale Sagrado é o nosso inverno e a menos recomendada, em geral, o auge do nosso verão, que costuma coincidir com a temporada de chuvas por lá. Final de março e abril costuma ter tempo mais estável e temperaturas mais agradáveis que durante o inverno 🙂
Lindo!
Uma opção de alojamento muito interessante, por sua arquitectura de linhas depuradas, por sua localização e também pelos serviços que oferece. Boa descoberta, Mari.
Feliz 2017
A ti también, Carmen! besos!