Uma escapada linda para aproveitar Santiago e os vinhedos do Vale de Casablanca na mesma viagem
Quem me acompanha no Instagram @maricampos viu que passei mais de duas semanas no Chile agora, entre o final de março e começo de abril. Estiquei por minha conta também para os incríveis Patagônia e Atacama, mas tudo começou com uma viagem a trabalho/convite curtinha (quatro noites) para rever Santiago e algumas vinícolas do Vale de Casablanca em plena época de vindima (colheita e começo da produção do vinho).
No fundo, estes quatro dias entre Santiago e as vinícolas, mesmo fora da época de vindima, constituem uma lindeza de roteiro bem factível para um dos feriados prolongados deste ano. Tomamos o voo de Sao Paulo a Santiago bem cedinho numa quinta-feira, assim conseguimos chegar a tempo de já almoçar e a aproveitar bem a primeira tarde na cidade.
Em Santiago
Ficamos hospedados no ótimo Luciano K Hotel, localizado no centro do bairro Lastarria, um dos bairros mais gostosos de Santiago. A localização é excelente tanto para quem visita a cidade pela primeira vez como para quem já é habituée: fica a poucos passos da estaçao de Metrô Baquedano e dali dá pra fazer caminhando as principais atrações turísticas da cidade (além de ser mega conveniente para as saídas noturnas).
São apenas 38 apartamentos nesse hotel boutique no estilo art deco design. Pisos, portas e até um elevador originários do prédio de 1920 (que foi na época o mais alto da cidade) são utilizados diariamente pelos hóspedes. São quatro categorias de quartos que também misturam os elementos originais da decoração do edifício com peças e detalhes novinhos em folha, divididos em quatro tipos de acomodação (fiquei no Superior, que é a segunda categoria de entrada deles).
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JÁ O café da manhã estilo buffet é servido num pequeno restaurante no primeiro andar, mas o grande destaque fica para o restaurante Terraza, instalado no terraço de 300 metros quadrados no último andar. Ali, ao lado de um tanque-estilo-piscina para se refrescar no calor e de vistas lindas para a cidade, as mesas lotam durante a noite com pratos estilo tapas incrivelmente saborosos, testados e aprovadíssimos (além do melhor pisco sour de toda a viagem).
Nesta visita corridinha à cidade, fizemos passeios pelas atrações tradicionais de Santiago, como o lindo Parque Bicentenário, o bondinho do Cerro San Cristóbal, o Mercado del Puerto, o incrível mirante do Sky Costanera etc. Teve também city tour em bike pela cidade e um jantar delicioso do W Santiago.
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A vindima
Mas o interesse principal desta viagem era acompanhar as celebrações da vindima no Vale de Casablanca. O vilarejo que dá nome ao vale preparou eventos públicos em sua praça principal durante o último final de semana de março. Em estilo quermesse, a praça foi ocupada por barraquinhas de comida, artesanato e diversas barracas das maiores vinícolas do vale. Para provar os vinhos, comprava-se um boleto que dava direito a sua própria taça e um quantidade x de degustações (por exemplo, 6000 pesos – cerca de 30 reais – pela taça com 3 degustações).
Na praça ficou montado também um palco com algumas atrações musicais, “pisa da uva” cenográfica, pronunciamentos políticos e eleição da “miss vindima 2017”. Mas como estávamos mais interessados em visitar as vinícolas em si, ficamos apenas um par de horas na festa da praça e partimos para as visitas em si durante todo o final de semana.
Algumas visitas foram bem comerciais e mecânicas (então nem vou citar aqui); mas outras valeram super a pena. A Cavas del Bosque, mesmo que você escolha não fazer o tour por lá, eu recomendo super para um almoço perfeito: além do restaurante Tanino, no prédio principal e que funciona o ano todo, eles têm um segundo restaurante no alto da colina, o Casa Mirador, que só abre nos finais de semana. O Casa Mirador serve menus com pratos deliciosos (mesmo!) que podem ser harmonizados com os vinhos da casa – e com uma vista surreal de linda do vale.
Gostei também da visita à vinícola Catrala, uma bela vinícola boutique que produz bons vinhos orgânicos e biodinâmicos. Os tours ali são sempre privados e podem ser reservados diretamente no site da vinícola, sem horários fixos pré-determinados – e são super originais, incluindo degustação num charmoso deck montado entre os vinhedos e o bosque que rodeia a propriedade. Gostei bastante.
Mas a visita mais gostosa foi, de longe, a visita à vinícola La Recova, cujo proprietário e winemaker é o brasileiro David Giacomini. Simpático e boa praça como só ele, David faz questão de receber os brasileiros que visitam a vinícola quando está por lá. Os vinhedos (puro Sauvignon Blanc) cultivados em 2005 renderam a primeira vinificação em 2014 e a produção de David vai ficando melhor a cada ano – ele faz as intervenções todas basicamente ainda na planta, intervindo o mínimo possível no processo de produção do vinho. Atualmente, são produzidas cerca de dez mil garrafas anuais – e o Sauvignon Blanc e o espumante da casa são realmente dignos de nota (tanto que foram premiados pelo Descorchados, por exemplo).
A propriedade, bem boutique, é linda, recortada pelas montanhas na Quebrada del Pulgar – e super bem planejada, com lugares cheios de charme para paradas durante o tour e também para fazer a degustação à beira da piscina. Os tours valem 14000 pesos (mais ou menos 70 reais) com degustação e petiscos ou 35000 pesos (mais ou menos 175 reais) com almoço incluído também. Recomendo MUITO.
Para aproveitar bem as visitas das vinícolas do Vale de Casablanca você pode se hospedar num dos hotéis boutique do próprio vale, como o incrível La Casona, dentro da Matetic, sobre o qual já escrevi aqui. Ou na adorável Valparaíso, como nós fizemos nesta viagem a trabalho. O hotel em que ficamos por lá desta vez (Ultramar) eu não recomendo sob hipótese nenhuma; mas há várias opções desde Ibis até charmosos hotéis boutique. Para jantar em Valpo, recomendo muito o Pasta&Vino, super sem frescuras e com excelente cozinha.
Para fazer os passeios pelas vinícolas o ideal é ter alguém sóbrio na viagem e alugar um carro para poder se locomover com liberdade e no seu ritmo; reservar as visitas através dos sites das vinícolas é bem simples. Mas inúmeras agências e receptivos locais também oferecem tours fixos por algumas delas ou tour privados para as vinícolas que você escolher. Neste caso, é possível reservar os passeios tanto uma vez lá no Chile mesmo como através de sua agência de viagens aqui no Brasil.
Como eu me desliguei do grupo um pouco antes do término oficial da nossa viagem a trabalho para poder pegar bem cedinho meu voo a Punta Arenas para curtir a Patagônia chilena, contratei com a agência Ativa Turismo, de São Paulo, um transfer que me levou diretamente do meu hotel em Valparaíso para o aeroporto de Santiago.
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Oi Mari, tudo bem? Como sempre adorando seus posts e sempre me inspirando… Me ajuda com uma coisinha: você tem alguma indicação de agência para fazer tour pelas vinícolas do Vale Casa Blanca? Queria fazer a Revoca, Matetic e Casas Del Bosque (imaginei 2 dias, partindo sempre de Santiago). Depois farei Cajon del Maipo e Vale Nevado… Tô indo semana que vem. Beijos e muito obrigada pela ajuda!!! Aproveite Paris!!!
Oi, Fernanda. Vc diz um receptivo local? Pra escolher com mais opções, o ideal é reservar através de uma agência no Brasil. Mas também dá pra reservar mesmo ao chegar lá – as recepçoes dos hotéis costumam ter acordos com receptivos locais (como a Transvip) para os tours às vinícolas. Já fiz em outras viagens tours privados com a Tour by Locals e gostei bastante.
Obrigada pelas dicas Mari!!! Beijos