Como é a classe executiva da United

Como foram meus voos numa “Polaris” bem diferente da propagandeada pela United

Os assentos antigos são os que ainda operam na rota GRU-IAD-GRU

 

 

 

 

Desde o final do ano passado ando lendo e ouvindo sobre “a nova Polaris”, que seria uma super repaginação da classe executiva da United Airlines. Quando aceitei o convite para participar de uma feira de turismo em Washington neste ano (que muito infelizmente não incluía a passagem aérea ao destino), não pensei duas vezes antes de usar meu saldo de milhas com a TAP para emitir minha passagem com a United (que voa diretamente de São Paulo para DC) e testar sua tão propagandeada nova classe executiva.

(Parênteses: isso tudo foi muito antes do escândalo-United. Com o ocorrido – quem é que não se lembra do pobre passageiro médico sendo arrastado sangrando pelos corredores do avião, não é mesmo? -, até tentei cancelar minha passagem como parte do boicote à companhia, mas era tão complicado ter as milhas de volta que optei por deixar como estava mesmo. Fecha parênteses)

Nada de acesso direto ao corredor para todos os assentos

As imagens e vídeos no site da United sobre sua “nova Polaris” são tão incríveis que parecia que, enfim, uma companhia aérea americana estaria conseguindo se aproximar da excelência em classe executiva das companhias asiáticas – que eu ainda considero as melhores do mundo, inclusive na classe econômica – e algumas poucas européias. Embarquei então no final de maio para Washington e voltei agora; em ambas viagens, ida e volta, a classe executiva que experimentei, embora levasse Polaris no nome no meu eticket e no meu cartão de embarque, era EXTREMAMENTE diferente da Polaris que aparece no site da United.

A propagandeada “roupa de cama” by Saks 5th Avenue estava lá, sim. E o edredom é realmente bem gostosinho e superior aos cobertores que eles usavam antes. É possível pedir um travesseirinho em gel tipo memory-pillow bem interessante e chinelinhos para usar à bordo; em voos com mais de 12h, dizem que distribuem kits-pijama também.  O kit de amenidades também é bom, embora sem grandes novidades ou inovações. Mas os assentos eram bastante antigos e desgastados e a poltrona, apesar de ficar em posição flat bed, é bastante estreita, fazendo com que todo mundo acabe descansando a noite inteira na mesma posição (eu não tive problemas por ser baixinha, mas vi diferentes passageiros reclamando que a cama ficava “curta”).

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O café da manhã foi igualzinho em ambos trechos; só mudou a marca do iogurte

Mas o que mais pegou para mim é que os dizeres e vídeos do site defendem que todos os assentos da executiva teriam acesso direto e independente ao corredor, o que eu considero essencial e já é regra há algum tempo em diversas companhias aéreas. Escolhi um assento de janela contando com isso, mas os assentos eram extremamente próximos uns dos outros e quem senta na janela não tem saída independente, não; pelo contrário, tem que “pular” a cama do vizinho no meio da noite, o que é ainda mais chato do que “pular” as pernas de alguém na classe econômica para chegar ao corredor. Por sorte, os voos de ida e volta estavam extremamente vazios (inclusive na classe econômica) e foi um tal de todo mundo que viajava sozinho mudar de lugar antes da decolagem para não precisar “pular” ninguém durante a noite.

Os comissários foram bastante gentis na ida e na volta, não me entenda mal. E as refeições e bebidas servidas à bordo são ok, embora o cardápio seja demasiadamente simplista e limitado para uma classe executiva. Na ida, o cardápio entregue aos passageiros não tinha nada a ver com os pratos recebidos do catering e os comissários não se atentaram ao fato, respeitando apenas os dizeres “carne/frango/peixe/vegano” – como resultado, muitos passageiros pediram para trocar o prato quando receberam um que não tinha nada a ver com o que tinham solicitado.  O café da manhã também é bastante simples e o champagne, #shame, foi servido tanto na ida quanto na volta em taças de plástico.

O lounge franquíssimo do terminal C de IAD (Washington Dulles)

Mas a mais decepcionante surpresa veio no lounge da volta: se em Guarulhos os passageiros têm acesso ao lounge da Star Alliance, que é um dos melhores do terminal 3, em Dulles (o aeroporto internacional de Washington) os passageiros do terminal C (de onde partem os voos para o Brasil) têm acesso a um lounge absolutamente simples. Os novos Polaris Lounge também ainda não chegaram por lá. Enquanto o site da United defende (inclusive com vídeos e tours 360 graus) que seria possível tomar banho, recostar-se em espreguiçadeiras e degustar um menu completo de até 5 passos no lounge para nem se preocupar com a refeição à bordo, o que encontrei foi um lounge bastante antigo e com staff pouco amigável que nem comida quente servia – somente batatas e bolachinhas industrializadas em saquinhos e um buffet pequeno de salada – e nenhuma ducha disponível. As bebidas servidas gratuitamente também eram limitadas a poucos tipos e rótulos; as demais eram cobradas à parte.

O anúncio sobre os novos lounges na própria revista de bordo

No site, na seção das FAQs, eles informam que a nova Polaris substituiu a antiga business class da companhia “em todos os aviões e voos internacionais em primeiro de dezembro de 2016″ para logo depois dizerem que a mesma estaria disponível em “selected flights”. Tolinha, eu não tinha me atentado para este “detalhe” antes de emitir meu ticket. Segundo os comissários dos meus voos de ida e volta, o Brasil não faz parte dos “selected flights”, os voos entre Sao Paulo e Washington ainda são operados mesmo nas antigas configurações da classe que eu peguei e ainda o serão por algum tempo. Fica a dica.

 

 

Clique aqui para ler mais sobre Washington no blog.

Leia mais sobre classe executiva aqui.

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7 Comentários

  1. Que raiva quando tuas milhas, que você suou para juntar, acabam se tornando em uma experiência de consumo bem diferente do que você achava que estava aquirindo. Em geral, as companhias aéreas ficam muito empolgadas com a modernização da frota, investem para valer no marketing e acabam esquecendo que, se a conversão da frota foi unicamente parcial, isso deve ficar muito claro para evitar consumidores desapontados. Beijos!

    • Pois é! Foi essa a ideia do post mesmo: já que eles não informam claramente os consumidores que a conversão foi parcial, acho fundamental que os brasileiros saibam que nos voos ligando SP e Washington absolutamente nenhuma aeronave foi convertida para a nova business. Desperdício de milhas mesmo.

  2. Como eu contei lá no inbox, também me decepcionei horrores com o lounge. As amenities de fato melhoraram MUITO entre meu voo de dezembro de 2014 e o de abril 2017. Outra “frescurite” mas que me enlouquece é a questão do “champanhe”. Champanhe é uma coisa, vinho espumante é outra. O que me serviram tanto no lounge quanto a bordo era um espumante, pra piorar, de péssima qualidade… E nessa mesma tacinha de plástico. Uma pena, mesmo pq apesar de todos os pesares, ainda acho a United superior as outras empresas americanas.

    • Adri, obrigada por voltar aqui para comentar! Teve muita gente no inbox do Instagram reclamando das mesmas coisas, que ótimo que vc voltou aqui para deixar registrado para outros leitores. Pessoalmente, eu também tinha essa impressão, mas tenho achado bem difícil ultimamente encontrar alguma americana que se destaque entre as outras neste sentido. Cada vez mais acho que criaram uma massa de mesmice e não conseguirão (nem querem) se equiparar pelo menos às boas europeias…

  3. Nossa, decepcionante. E também tomei uma certa implicância com a empresa depois do episódio com aquele passageiro sendo mal tratado.

  4. Oi Mari,
    Até voltei para reler seu post sobre a Polaris da United, pois lembrava que você foi primeira pessoa que eu conheço que voou na nova “polaris” e escreveu sobre o assunto. Ontem assisti o programa Business Traveller da CNN e fiquei impressionado com “revamp” da United. Acho que você não deve ter voado no novo 777-300ER.. É uma droga quando você espera uma coisa e recebe algo de qualidade inferior. Infelizmente isso é super comum mesmo em Cias como a Singapore Airlines e Cathay Pacific. A experiência depende totalmente do modelo do avião que opera determinada rota.

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