Fife

Como explorar esta linda região escocesa a partir de Edimburgo

 

 

 

Guarde este nome: Fife. Ou melhor: Kingdom of Fife. Mas fique tranquilo: este adorável destino escocês é pomposo apenas no nome (foi terra de monarcas escoceses e é onde fica Dunfermline, antiga capital do país). Na real, é um destino pacato, sem frescuras, com boa mesa, gente simpática e paisagens literalmente de cinema.

Estive em Fife no verão europeu do ano passado entre dias incríveis entre minha amada Edimburgo e a descolada Glasgow. Fife me cativou no ato: ruínas de castelos, centrinhos simpáticos, marinas de pescadores, casinhas de pedra, vilarejos encantadores à beira-mar – tudo compondo uma beleza cênica singular, daquele tipo que parece que foi cuidadosamente coreografado.

Tanta beleza vive servindo de cenário para produções televisivas e Hollywoodianas, da série Outlander ao clássico Carruagens de Fogo (incluindo preciosidades como Crail, Anstruther e Falkland). Dentre os fanáticos por golfe, é um must – são mais de 40 campos em seu diminuto território. Os fãs de birdwatching idolatram a ilha de May. E quem aposta em um das trilhas costeiras pode dar a baita sorte, dependendo da época do ano, de avistar focas, golfinhos e tubarões. Fife é tão diversa que até shopaholics podem encontrar ali seu remanso no shopping grandalhão Kingsgate. Com muita sorte, dizem que dá pra ver a aurora boreal no extremo norte de Fife.

Fife é terra de boa mesa e até o clássico fish&chips é levado super a sério por aquelas bandas. Comi muito bem durante meus dias por lá, de comida de pub ao requintado chá da tarde do Fairmont St Andrews. Dá até pra jantar com vista para o mais novo monumento escocês tombado pela Unesco, a Forth Bridge, no premiado The Wee Restaurant. Mas a melhor refeição foi, de longe, a que veio também com a melhor vista: o incrível The Newport, no vilarejo homônimo, sob o comando do vencedor do Masterchef britânico de 2014, o chef Jamie Scott. A ideia do menu é que cada comensal peça alguns pratos pequenos diferentes, seja para comer sozinho ou comparilhar – ou que invista de uma vez nos menus degustação de 5 e 7 pessos. É preciso reservar, mas a melhor pedida é chegar para comer perto do horário do por-do-sol – a vista a partir das paredes envidraçadas e da varanda do restaurante são surreais!

St Andrews, a principal vedete turistica da região, apareceu muito também nos tablóides ingleses porque foi onde o Príncipe William e sua Kate se conheceram durante a universidade em St Andrews (uma das mais antigas de toda a Europa, e aberta à visitação). A cidade é também o melhor lugar para usar como base de hospedagem durante a viagem, com opções desde simpáticos B&B perto da praia até hotelões de luxo, como o belíssimo Fairmont St Andrews – e incluindo encantadores hotéis-boutique como Rufflets, Kinnettkes ou o Hotel du Vin.

Mesmo pequena, St Andrews tem uma vida noturna bem agitada por ser cidade universitária; há opções diárias de entretenimento noturno desde pubs e clubs a animados locais para dançar o ceilidh, o animado e tradicionalíssimo baile escocês (fui e recomendo muito!).

E um dos grandes programas da região são os tours pelas cervejarias e destilarias de Fife – que dá pra gente fazer por conta ou, idealmente, contratar uma das muitas empresas locais que oferecem estes passeios para garantir que a gente possa degustar tudo ao longo do caminho. Ótimas pedidas são a cervejaria De Brus, em Dunfermline, anexa ao pub homônimo, que promete apenas cervejas e cidras preparadas com ingredientes 100% naturais, sem aditivos.  Em St Andrews, a St Andrews Brewing Company  é ainda 100% propriedade escocesa, produz todo localmente e tem a fama de ter um dos bares mais visitados de toda a Escócia.

Mas como tenho sempre uma vibe mais gin, minha visita preferida foi à cervejaria e destilaria Eden Mill, logo na saída de St Andrews para a estrada. Eles fazem tudo ali, no mesmo lugar, e criaram uma série de gins artesanais inspirados em flores, berries e ervas dos arredores. A visita guiada é excelente e termina com uma degustação bem didática e bastante satisfatória – para quem curte gins e gin tonicas. E a casa está começando agora a produzir também seu próprio uísque.

Fife ainda tem em North Queensferry o menor farol em funcionamento no mundo (construído em 1817 e com belas vistas para a Forth Bridge) e a Bunnet Stane (ou Bonnet Stone), uma formação rochosa pra lá de curiosa em Lomond Hills que mais parece um cogumelo gigante (e dá para fazer trekking até o local).

Tremendo destino, a pouco mais de uma hora de Edimburgo. A duração da viagem depende muito de que tipos de passeios você pretende fazer. Para o turismo básico em St Andrews e passeios diários aos lindos vilarejos dos arredores, três noites estão de bom tamanho.
Dá pra ter mais informações sobre visitas à região no site visitscotland.com.
 
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2 Comentários

  1. Oi, Mari
    Já faz muitos que estuve em Escocia. Tenho un leve lembrança do cenário. Recuerdo muito bem a pequena cidade de Ullapool, porque foi o único lugar de Escocia no que vimos sair do sol, despois de mais de 10 dias viajando em moto. Este post me ha feito lembrar o bonito e salvagem paisagem escocés… “salpicado de entrañables pueblecitos”.
    Lembro-me de tudo melhor, se eu tivesse uma foto da minha viagem, mas a câmera sofreu um problema e não deixou sequer ni uma sola imagem (problemas de câmeras analógicas…e minha torpeza)

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