Atrações e cidadezinhas cheias de charme para conhecer nos arredores de Toronto
Nas minhas muitas viagens a Toronto (minha cidade canadense favorita), uma coisa que sempre tentei fazer desde o começo foi conhecer ao máximo as cidadezinhas dos arredores da cidade. Comecei com as básicas e imperdíveis Niagara (basicamente para ver as cataratas) e Niagara-on-the-lake (uma das cidades mais adoráveis de todo o Canadá) e, devagarzinho, fui ampliando o escopo.
Nas últimas idas, passando muito mais tempo no interior que na capital da província de Ontário, constatei que, a curta distância de Toronto, existem mesmo diversas outras cidadezinhas e lindezas naturais que merecem ser conhecidas por quem tem mais tempo por lá. Uma pedidaça para quem tem mais tempo em Toronto (que é mesmo incrível!) aproveitar para fazer passeios bate-e-volta de um dia, seja de carro ou de trem.
Dobradinha infalível e imperdível: Niagara Falls e Niagara-on-the-lake
A dobradinha incontornável para quem viaja a Toronto é combinar no mesmo passeio a visita às belas cataratas Niagara Falls (na fronteira com os EUA) e Niagara-on-the-lake, distantes apenas 25 minutos uma da outra. É muito fácil (e lindo!) fazer a viagem às duas em carro alugado, mas em qualquer recepção de hotel em Toronto é possível também comprar turísticos passeios de um dia em grandes ônibus de agências locais (se você usa um bom agente de viagens dá, inclusive, para já sair do Brasil com esse passeio reservado). As cataratas estão entre as atrações turísticas mais famosas do país e, ainda que não sejam tão impressionantes quanto nossa Iguaçu, valem totalmente a visita.
Além disso, o parque das catartas de Niagara tem excelente infra-estrutura turística, de estacionamentos à restaurantes – e até áreas para quem quiser fazer picnic nos dias mais quentes. Niagara-on-the-lake (também conhecida como NOTL) é uma encantadora cidade que parece cenário de filme romântico. É tomada de restaurantes, bares, lojinhas fora do óbvio, hoteizinhos de charme e bed&breakfasts instalados em casinhas de madeira e pedra, e um sem fim de vinícolas no seu entorno. E ainda tem muita vida à beira-lago durante o verão e campos de golfe abertos boa parte do ano. De todas as dicas deste post aqui, NOTL é o único destino em que vale realmente a pena pernoitar, se você tiver tempo. Com folga, sugiro duas noites de hospedagem porque a cidade é mesmo um encanto – e aí dá para curtir bem e visitar com calma suas deliciosas vinícolas, com destaque para a produção de icewine.
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Dobradinha universitária: Kitchener e Waterloo
Kitchener e Waterloo são duas cidades universitárias grudadas, ligadas por uma mesma avenida principal, a King Street. Se não tivesse uma placa avisando, a gente nem saberia quando passou de uma para outra por ali. Muito parecidas em tudo, têm duas universidades bem conceituadas no Canadá e, por isso mesmo, acabam recebendo universitários de países diferentes (têm até uma comunidade brasileira e portuguesa bem polpudinha por lá, com direito a diferentes restaurantes de especialidades das terrinhas).
Os centrinhos das duas são gostosos de explorar, com direito a lojinhas, cafés deliciosos (vários!), restaurantes, cervejarias e pubs. Waterloo tem um pouquinho mais de opções para comer e beber (para os mais duros, tem um ótimo pub, o Pub on the King, que vende qualquer prato do seu cardápio por $5,95, todo dia, dia e noite), tem o delicioso Waterloo Park (com direito a uma área tipo fazendinha para os pequenos) e até um shopping center bem decente a 5 minutos de carro do centrinho, o Conestoga Mall. Ficam a uma hora de Toronto em carro ou 1h30 em trem (a estação fica em Kitchener).
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Cânions a perder de vista: Elora
Elora fica a 1h30 de Toronto e é famosa principalmente por seus cânions do Elora Gorge, enormes penhascos descendo em direção aos rios Grand e Irvine. Além do desfiladeiro, há também uma piscina natural, o Elora Quarry, cercado por paredões de mais de 10 metros de altura. Elora ficou famosa entre os aventureiros (dá pra fazer kayak, passeio de barco e até nadar em alguns locais), mas você nem precisa ser fã de aventura para se esbaldar com tanta beleza: os cânions ficam bem pertinho do centro. Se a preguiça for grande, dá pra simplesmente parar o carro em um dos estacionamentos controlados e dar dez passos até um dos mirantes dos cânions 🙂
A cidade tem também seu encanto. Pequenininha, tem vários predinhos (muitos em pedra) do século XIX ainda no centro, hoje convertidos em galerias, lojinhas de souvenirs, studios de artistas ou até um ou outro restaurante e café – na verdade, tem até sua própria cervejaria artesanal. A igreja antiga é um encanto e, fotogênica que só ela, vive aparecendo no instagram. A maioria das casinhas tem suas sacadinhas voltadas para o rio. Valem a visita também a ponte antiga (Metcalfe St Bridge) e o Elora Mill, um antigo moinho de cinco andares que parece ser o único do gênero na província.
O moinho, aliás, agora faz parte de um hotel de luxo que acaba de ser aberto neste verão canadense, o excelente Elora Mill Hotel & Spa. Agora sim a cidade definitivamente vale um pernoite, assim dá tempo de conhecer toda a parte dos cânions e piscinas naturais, e também passear pela cidadezinha em si. Romântico que só ele, o hotel fica perto de tudo e os quartos têm vistas deliciosas para os penhascos sobre a água – e tem um belo spa e um excelente restaurante (dia e noite), abertos também para não hóspedes. Dá para ler mais sobre o hotel no meu texto para o Estadão.
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Um dos mercados mais famosos do Canadá: St Jacob’s
St Jacobs é uma cidadezinha bastante popular de Ontário por seu jeitinho de aldeia pitoresca – o centrinho mais parece saído de uma caixinha de Playmobil ou um cenário de velho oeste de Hollywood. Nas casinhas charmosas, lojinhas, galerias de arte, ateliês de porcelana, cervejaria artesanal e uma padaria que é bem famosa por lá. É lindo, mas tão pequenininho que pode ser visitado em um par de horas. O vilarejo a uma hora de distância de Toronto tem também uma considerável população menonita (que muita gente confunde com os amish).
Se puder, deixe para visitar St Jacob’s num sábado. A cidade ficou mesmo famosa por seu St Jacobs Market, considerado o maior mercado canadense. Funciona todos os dias, mas o grande dia é sábado. Aos sábados, não apenas o mercado coberto fica lotado e com suas lojas em franco funcionamento (queijos, doces, café, comida feita na hora etc), como seus arredores são tomados por inúmeras barracas de todo tipo, vendendo desde frutas e verduras até roupas e brinquedos. Ao lado, há ainda um complexo de lojas que erroneamente se entitula outlet. Há uma extensa área com mesas comunais, liberadas para quem quiser sentar e fazer ali sua refeição a qualquer hora – e aos sábados costuma ter também música ao vivo. Vale beliscar ali, mas recomendo deixar pra comer no The Crazy Canuck, considerado o melhor sanduíche de pulled pork da região (dica acertadíssima de uma amiga; ambiente divertido e sanduíche mega bem servido).
De carro, saindo bem cedinho de Toronto, dá até pra fazer o básico de Waterloo, Kitchener e St Jacob’s no mesmo dia.
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Shakespeare na veia: Stratford
A pequena e bucólica Stratford ganhou esse nome para homenagear a cidade inglesa Stratford-upon-Avon, onde nasceu William Shakespeare. Mas, nos últimos tempos, acabou conhecida internacionalmente por, vejam só!, ser a cidade natal de Justin Bieber :/
Stratford fica a 2 horas de Toronto e é um belo programa de daytour. Tem seu próprio Stratford Shakespeare Festival, mas também diversas oportunidades de se envolver em história e arte o ano todo. Também pequenininha, é facilmente explorada à pé em pouco tempo. Se quiser, pode agendar uma caminhada guiada pelo centro histórico diretamente no centro de informações turísticas – mas, honestamente, nem precisa; é tão fácil e convidativa que dá bem para fazer tudo sozinho.
As margens do rio Avon são cobertas de muito verde, incluindo o parque Shakesperiano, onde foram plantadas mais de 60 espécies de flores distintas descritas em obras de Shakespeare – e há cisnes e patos aos montes no rio. A York Street, quase à beira rio, é um encanto. Vale visitar também a ponte de pedra, o belíssimo prédio da biblioteca pública, espiar a prefeitura e os predinhos vitorianos do seu entorno.
Stratford é outra cidadezinha que pode ser combinada com Kitchener e Waterloo, que ficam a apenas 30 minutos de distância.
Como explorar os arredores de Toronto
O sistema de trens do Canadá infelizmente não é um sistema incrível. Em algumas destas cidadezinhas de Ontario nem dá para chegar de verdade em trem, mesmo com a rede de trens low cost Go Train. Para quem topa dirigir no exterior, por experiência própria, meu conselho é realmente alugar um carro para poder fazer essas cidadezinhas todas, e com tranquilidade. Algumas são tão diminutas (como St Jacob’s, que só precisa de umas 3 horas para ser visitada, mercado incluído!) que. de carro, dá para combinar duas ou até três cidades no mesmo dia de passeio, numa boa, sem stress.
Com mais dias disponíveis, ainda dá para conhecer diversas outras cidadezinhas da região, como Cambridge, London, Guelph etc – ou parar entre elas para almoçar em lugares charmosos, como um restaurante à beira do Punslinch Lake. Shopaholics também podem se interessar pelos Premium Outlets em Halton Hills e os grandes shopping centers de Mississauga (como o gigante Square One, que tem literalmente de tudo), todos a curta distância do aeroporto de Toronto.
Leia mais sobre destinos no Canadá aqui.
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