– QUANDO IR: as viagens de turismo ao continente antártico acontecem entre novembro e março, anualmente.
– COMO COMPRAR: o ideal é pesquisar bastante online (ou com um agente de viagem que seja especializado nesse tipo de viagem) para encontrar o cruzeiro que mais se encaixa nos seus gostos e no seu orçamento. Os cruzeiros mais concorridos podem ter lista de espera de até dois anos (sobretudo no caso de navios menores, que costumam lotar mais rápido) mas, para fazer tudo com calma e planejamento, o ideal é comprar a viagem com seis meses de antecedência (lembrando que nem sempre a armadora permite parcelamento). Outra opção é entrar na loteria do last minute: em Ushuaia, na av. San Martin (a principal do centro), existem duas agências especializadas em vender cruzeiros para a Antártida de última hora, durante a temporada. Eles vendem lugares, em geral, que vagaram por desistências de passageiros; ou, eventualmente, um leito ocioso, que a companhia não conseguiu vender antes do embarque. As vendas, via de regra, são para saídas no dia seguinte, com pagamento à vista no cartão de crédito. Mas, como eu disse, é loteria: conheci três irmãos lá que embarcaram de última hora no navio que saiu junto com o meu do porto, depois de sete dias na cidade, tentando. E também conheço gente que foi até Ushuaia, tentou por 10 dias e não conseguiu.
– OS TIPOS DE CRUZEIROS: a maioria dos cruzeiros que opera roteiros à Antártida são cruzeiros de expedição – bom pouco entretenimento à bordo, poucos passageiros e zero formalidades. Mas há navios grandes, como alguns da Holland America ou da Royal, que incluem ilhas antárticas nos roteiros patagônicos, como os que vão de BsAs a Valparaíso (ou vice-e-versa) – nesses o clima é o normal dos cruzeiros, com muitos passageiros, bastante entretenimento, noite de gala etc. Mais importante que isso: é preciso lembrar que os roteiros de viagem à Antártida, ainda que bem similares, são diferentes – diferentes itinerários, distintas paradas; confira antes.
– A VIDA À BORDO: depende do navio, é claro. Mas, considerando-se os cruzeiros de expedição (que são a maioria para lá), a vida à bordo consiste em palestras e (eventualmente) uma ou outra atividade recreativa. A maior parte do tempo a gente passa mesmo entre observação de fauna/flora/paisagem nos decks ponte de comando, palestras, desembarques e refeições. A falha do meu no Polar Pioneer, na minha opinião, foi ter tido zero recreação; tinhamos palestras e tal, mas acho que fez falta, em algum momento, ter algo mais recreativo, nem que fossem cooking classes ou trivias.
– O ANTES: em geral, as companhias que operam cruzeiros para a Antártida LOTAM os passageiros com informação sobre o destino. Amigos que já tinham ido pra lá me alertaram e, mesmo a minha viagem tendo sido meio de última hora, recebi mesmo montes de arquivos em PDF explicando como limpar as roupas que seriam utilizadas lá (para não levar nenhuma espécie “estranha” à região), o que levar, etc. Não importa a companhia, autorização de viagem assinada pelo seu médico (atestando que sua saúde está ok) + seguro viagem (com remoção incluída) são obrigatórios.
– A MALA: falo da mala de viagem clássica à Antártida AQUI. Quem for pra lá num cruzeiro regular, incluindo outros destinos, daí talvez precise de uma mala um pouco mais cheinha, com algum traje social.
– COMO SÃO OS DESEMBARQUES: como não existem “portos”, os desembarques são invariavelmente feitos em zodiacs, aqueles botes motorizados. Podem acontecer uma, duas (o mais comum) ou três vezes ao dia, dependendo da companhia, do navio e do roteiro em questão. Com os zodiacs, é possível ter só um zodiac cruise (quando você nem sai do bote e só faz um cruzeirinho pela região) ou um desembarque (descendo nas ilhas ou no continente antártico, com caminhadas no local). O que você vai ver quase que invariavelmente? Pinguins, focas e pássaros mil, além de uma infinidade de icebergs. Baleias também são comumente avistadas dos navios.
– QUEM VAI: todo tipo de gente. Existem companhias que não são kids-friendly mas, em geral, hoje em dia crianças são bem aceitas também nos roteiros antárticos (dentre os passageiros que chegavam para fazer o roteiro inverso ao meu, no dia que desembarquei, havia 8 delas, com idades entre 8 e 12 anos). A maioria também não estabelece limite de idade, já que o aval do médico é obrigatório para todo passageiro (no meu cruzeiro, a passageira mais jovem tinha 21 anos e a mais idosa, 83 anos). O perfil dos passageiros mudou muito, me contaram lá, deixando de ser um roteiro “para terceira idade” e tendo roteiros com passageiros cada vez mais novos. No meu cruzeiro, por exemplo, um terço dos passageiros estava na faixa dos 30 anos. Ali, tinha gente que foi por ser apaixonada pelas navegações e pelo continente em si (como eu), gente que foi por causa dos animais, gente que foi porque queria “pisar em todos os continentes do planeta”, gente em lua-de-mel (acredite), gente que foi sem nem saber porquê (incluindo dois que “se cansaram de tanto ver iceberg” e não desembarcaram em quase nenhuma das escalas) e até (caso da passageira mais nova) que foi por uma aposta com os amigos o.O
Você pode ler todos os posts que publiquei sobre minha viagem à Antártida, sobre o antes, o durante e o depois da viagem, clicando AQUI.
Publiquei também posts sobre a viagem no Saia Pelo Mundo, que você pode ler aqui e tem um vídeo legal sobre a viagem feito por dois passageiros (pai e filho) do navio aqui.
Pensando em alugar um carro?
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Que tal comprar um chip internacional com internet ilimitada para sua viagem?
Chorando flocos de neve com essa série de posts. Que lindo! Que emocionante! <3
hahahaha Rapha! brigadissima por ter acompanhado a novelinha toda <3
Eu PRECISO fazer um viagem dessa e ter um (ou vários) close encounters com aqueles filhotes de foca foooofos que você postou.
Não posso morrer sem isso…
Imagine passar o Natal ou o Ano Novo com os pinguins, que máximo!
Pronto! Eu "tava" quieta me contentando com a viagens pela Europa e agora, eu quero isso!!!
SUPER GUIA, Mari! Simplesmente maravilhoso!
Ai Mari, todo ano, essa época eu começo a namorar e planejar essa viagem. Por hora, estou pensando na viabilidade financeira =)
Vai com fé que dá, Cams! Os preços em dólar estão diminuindo todos os anos e tem mais empresa fazendo 😉