Por que é hora de visitar Hampi, na Índia

Por que Hampi, no sul da Índia, vale entrar definitivamente em qualquer roteiro de viagem pelo país

 

 

 

 

Sou suspeita para falar de Índia porque me apaixonei pelo país desde a primeira vez que pisei lá. Reconheço que se trata de um destino bem mais “difícil” que a maioria – do planejamento à execução – e por isso mesmo sempre recomendei que se viaje para lá com uma boa agência de viagens e uma boa operadora para evitar quaisquer contratempos. Desta vez, toda a logística terrestre (transporte, transfers, guias etc) ficou a cargo da IndoAsia Tours, cujos roteiros são vendidos por agências de viagem no Brasil todo.

São muitos os lugares da Índia que me encantaram, da tresloucada capital Delhi aos confins budistas do país. Mas nesta última viagem, em abril de 2019, eu caí de amores por um destino indiano que ainda não conhecia: a incrível Hampi, localizada no sul do país.

Hampi foi inteiramente tombada como patrimônio cultural pela UNESCO. Antiga sede do império Vijaynagar no século XVI, já foi uma das maiores, mais importantes e mais ricas cidades não apenas da própria Índia como também do mundo (no seu tempo áureo). Para nós, visitantes, o que ficou ali é um legado arquitetônico impressionante, composto por mais de mil monumentos muitíssimo bem preservados, de templos hindus a palácios fora de propósito – e de estilo muito, muito diferente ao que normalmente encontramos em outras regiões indianas.

Indicada como um dos grandes destinos a se visitar em 2019 pelo New York Times, Hampi oferece muito, mas muito mais do que um turista espera ao visita-la. E a hora de ir é agora, com o turismo da cidade (hoje pequenininha e muito rural) ainda em franco desenvolvimento – em muitos dos monumentos que visitamos éramos os únicos turistas! Com uma vantagem extra: encontrei ali os indianos mais gentis, simpáticos, solícitos e interessados nos turistas que já vi – ali éramos nós, os turistas ocidentais, a grande atração em todo lugar pelo qual passávamos.

 

Localizada no estado de Karnataka, no sul do país, a cidade tem um certo quê de Petra meets Machu Picchu. Afinal, trata-se também de outra importante cidade perdida do mundo, cuja história continua a ser literalmente desenterrada de alguns sítios até hoje. E foram também os mochileiros e super aventureiros que primeiro colocaram Hampi no mapa – a cidade já começa a ser chamada nacionalmente de “capital indiana do trekking”.

Vijayanagara (o antigo nome de Hampi) foi capital do rei Harihara em 1336 e chegou a ter 500 mil habitantes em seus tempos de ouro (primeiras décadas do século XVI, numa época em que Paris, por exemplo, não chegava nem a 200mil). Seu império dominou o sul da Índia por mais de 200 anos e foi um importante centro comercial de especiarias e algodão, sobretudo com os portugueses. Tal relação teria incomodado os sultãos do norte, que na segunda metade do século investiram pesado para saquear e destruir Vijayanagara (que só foi parcialmente redescoberta pelos britânicos no século 19).

Hoje, são mais de 26 quilômetros quadrados recheados de ruínas de todo tipo. Estábulos Reais (para elefantes), templos de todo tipo, palácios, cavernas, bazares, antigas alamedas e reservatórios de água impressionante são algumas das incríveis ruínas de Hampi (a biga de pedra do imperdível Vitthala Temple, que serviu de cenário para diversas produções de Bollywood, se converteu nos últimos tempos em seu mais famoso cartão postal).

São tantas, mas tantas ruínas, que nem governo nem iniciativa privada andam dando conta de restaurar e cuidar: há literalmente ruínas perdidas e abandonadas, sem qualquer proteção, inclusive às margens do rio Tungabhadra (com direito a resquícios de antigas pontes também). Tristemente, pelo mesmo motivo, uma de suas ruínas, The Queen’s Bath, está totalmente vandalizada.

A famosa carruagem/biga de Hampi que fez fama em Bollywood
Ali tempo corre mais lento, há muito menos gente que em outros destinos mais turísticos da Índia e, excetuando-se os parques nacionais, muito menos trânsito que em qualquer lugar da Índia no qual eu já tenha estado. Fiquei 4 dias, fiz MUITA coisa e ainda achei pouco – teria ficado mais uma noite, se pudesse. Com tempo, vale fazer o trekking para subir o Matanga Parvata/Matanga Hill, considerada a melhor vista panorâmica de Hampi.

Bônus extra: de seus mais de mil monumentos, apenas três lugares de Hampi cobram entrada dos turistas.

 

Como chegar

Finalmente ficou mais fácil chegar a Hampi: a (sofrível) low cost TruJet agora voa para lá (através do aeroporto de Ballari, a cerca de 40km de Hampi) diariamente desde Bangalore, em um voo curtinho de cerca de 1h30.

 

Quando ir

Dizem que a melhor época para visitar é de outubro a fevereiro; agora em abril o calor por lá foi surreal, marcando novos recordes pessoais de quentura na minha vida.

Onde ficar

Fiquei hospedada no hotel Evolve Back Kamalpura Palace, um hotel de luxo com excelente custo benefício. Com arquitetura preciosa, imitando os palácios da Hampi de outrora, acaba de ser totalmente renovado, com quartos enormes, belíssima piscina, bom spa e serviços simplesmente irretocáveis, que se revelaram os melhores de toda a viagem. As diárias todas incluem um café da manhã espetacular e também ótimo serviço de jantar. O hotel também tinha os melhores preços de lavanderia que já vi em um hotel na Índia.

Uma opção mais econômica é ficar no Heritage Resort, que eu visitei em um dos meus dias na cidade. O hotel é simpático, com quartos e banheiros bem ok, dispostos em um charmoso terreno ajardinado, com piscina. As diárias ali também são com café da manhã e jantar e em algumas noites de sábado eles promovem um churrasco típico indiano ao ar livre.

 

Dá pra ler todos os meus posts das viagens à Índia aqui. 

Também dá pra ler neste post aqui sobre as duas operadoras das minhas viagens anteriores para o país, que recomendo muito.

 

 

4 Comentários

  1. Que delicia ler suas dicas e comentários a respeito de Hampi! O desejo de conhecer a Índia foi imensamente tocado em meu coração. Obrigada!

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