Como é se hospedar no Hotel Hangaroa, na Ilha de Páscoa
Sou apaixonada pela Ilha de Páscoa/Rapa Nui desde a primeira vez que pisei lá. Acho que é, sem dúvidas, uma das ilhas mais incríveis do planeta: pela beleza natural, pela sua história, pelos moais, pelo seu povo tão particular e pela própria vibe da ilha, sempre tão gostosa e acolhedora e provavelmente um dos lugares mais seguros do planeta para o turista.
Já tem muita coisa sobre a ilha publicada aqui de viagens passadas, mas desta viagem de 2019 quero deixar uma review redondinha do hotel que me recebeu (como convidada) por lá durante toda minha estadia: o Hotel Hangaroa Eco Village & Spa, um hotel independente localizado a dez minutos de caminhada do centrinho de Hanga Roa, a “capital” da ilha.
Aberto sob esta direção desde 2012, o Hangaroa Eco Village & Spa ocupa o espaço do mais antigo hotel de toda ilha, com arquitetura que homenageia a própria vila de Orongo, o assentamento histórico mais importante da Ilha de Páscoa (cujas ruínas são visitadas no topo do vulcão Rano Kau). Muita madeira e grossas paredes brancas estão em todas as instalações do hotel (que é todo térreo), e há sempre imensas janelas de vidro para que a gente possa contemplar o entorno.
Os 75 quartos são charmosos, com decoração bastante minimalista, e feitos com materiais naturais como troncos de ciprestes e muita argila e rochas vulcânicas. Todos os quartos estão voltados para o mar (embora só se tenha realmente vista dele das unidades instaladas nas partes mais altas da propriedade), há belas banheiras abertas para o quarto, além do chuveiro circular. Há bom espaço para bagagem, mesa de trabalho e uma charmosa saleta com varanda privativa. Só estragam a beleza do quarto uns imensos aparelhos de ar condicionados instalados bem na passagem para a varanda (me disseram no hotel que se trata de um paliativo e deve ser retirado em breve; tomara). Há wifi no hotel.
O Hotel Hanga Roa é um hotel um pouco diferente das demais opções de hospedagem da ilha porque ele oferece diferentes tipos de pacotes para a estadia: há um que inclui apenas hospedagem, transfers e café da manhã; outro com hospedagem, transfers, café da manhã, um passeio de meio dia por dia e jantar; e outro com hospedagem com café, transfers, dois passeios de meio dia por dia, almoço e jantar.
O grande negócio ali é optar por um dos dois últimos modelos de hospedagem (que incluem também sempre um drink com petiscos ao por-do-sol no hotel e cortesia de minibar); afinal, contar com as excursões já incluídas pela ilha é uma tremenda mão na roda. O programa com pensão completa inclui também as bebidas (água, suco, refri, cerveja e vinhos da casa) durante as refeições (só não é chamado de tudo incluído porque as bebidas fora das refeições são cobradas à parte). Para ter acesso a esse programa com quase tudo incluído, escolha no booking a opção “café da manhã, almoço e jantar incluídos”.
A gastronomia pra mim foi o grande destaque do hotel: tudo o que comi ali, do café ao jantar, foi extremamente saboroso – e as porções são gigantescas (eu tinha que sempre pedir pra fazerem porção reduzida, se não era impossível chegar à sobremesa). O hotel oferece dois restaurantes: o Kaloa, o maior deles e com terraço externo, serve ótimo café da manhã em estilo buffet e almoço à la carte; e o charmoso Poerava, menor e mais acolhedor, que serve jantar todas as noites. Achei a comida excelente nos dois e achei que o programa de pensão completa valeu muito a pena – dá pra curtir os bares da cidade antes ou depois do jantar (que tem horário super flexível) e não impede que a gente faça uma das refeições fora, em um dos restaurantes da cidade, para variar, ou compre um dos jantares com shows de dança típicos amplamente ofertados na ilha.
O serviço é extremamente simpático e solícito nos restaurantes (mas deixa a desejar na recepção). Há também um bar, o Vaikoa, mas ele ficou completamente vazio durante todos os meus dias de hospedagem e acabei não me animando para experimentar.
O hotel tem um pequeno spa – o Manavai Spa – que vale super experimentar: fiz duas massagens ali, com duas terapeutas diferentes, e ambas foram divinas! Os preços dos tratamentos são ok e para quem está com pacote de meia pensão ou pensão completa, é possível trocar uma das excursões de meio dia por uma massagem de meia hora (o que pode ser útil: peguei um dia de muita chuva por lá, que cancelou as excursões da tarde; foi um pretexto perfeitinho para uma das massagens). Só falta ali um lounge com chazinhos para antes e depois das massagens. Nas instalações do spa há também um pequeno Fitness Center. O hotel é kids-friendly, tem um mini kids club na propriedade e as crianças são bem vindas em todas as atividades e excursões. E há uma piscina bem gostosa na região central da propriedade.
A localização do hotel é privilegiada, de frente para o mar, a pouco mais de 1km do aeroporto e a dez ou quinze minutinhos de caminhada do centrinho da cidade. Ficar pertinho do centro é uma ótima pedida tanto para aproveitar a cidade entre um passeio e outro (ver as lojinhas, os mercados de artesanato, os barzinhos), como até para fazer alguns passeios por conta própria, como ver o sol se por em frente ao moais de Ahu Tahai, próximo ao centrinho de Hanga Roa.
As excursões cobrem bem as principais atrações da ilha (Rano Raraku, Rano Kau, Ahu Tongariki, Orongo, Anakena etc) e são sempre feitas em sistema de “meio dia” para contemplar todo tipo de hóspedes que o hotel tem – o que quer dizer que quem compra a hospedagem com pensão completa sempre tem tempo para almoçar e jantar no hotel. Quem fica pelo menos três noites (que é o tempo de permanência da maioria dos hóspedes do hotel), consegue cobrir bem a ilha nesse período. Mas eu sugeriria ficar quatro, sobretudo pelos horários dos voos, garantindo que você tenha três dias inteiros na ilha para explora-la (e, quem sabe, até repetir seu cantinho favorito no último dia).
Embora apenas duas opções de passeios sejam oferecidas a cada período do dia, os guias são bons e o menu total de excursões do hotel tem opções desde passeios bastante sedentários, subindo e descendo da van nos mirantes e moais, até passeios com trekkings mais propriamente ditos. Alguns passeios, como o nascer do sol no Ahu Tongariki, só acontecem em alguns período do ano. E os passeios em barco não saíram enquanto eu estive hospedada no hotel. Uma excursão de meio dia pode ser trocada por uma massagem de meia hora no spa ou por 3h de empréstimo de quadriciclo (mas o hóspede tem que pagar pelo combustível).
Um alerta: neste ano, o hotel está enfrentando algumas manifestações de moradores da ilha por conta de como o governo do Chile comprou o terreno que ele ocupa na época da ditadura. Enquanto eu estive hospedada lá, manifestantes haviam instalado em seu entorno e fachada diversos cartazes criticando muito durante o hotel. Não houve qualquer tipo de distúrbio, mas não era nada agradável dar de cara com os cartazes e as duras críticas contidas ali a cada saída e retorno de excursão. A gerência do hotel me disse que a questão deve ser resolvida até o final do ano, mas acho que vale já ir preparado.
Clique aqui para conferir detalhes e preços das diárias do Hotel Hangaroa.
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Importante: mandatório fazer um bom seguro viagem para viajar por lá, independente da duração da sua estadia. A ilha é remota e é importantíssimo estar coberto durante sua estadia, seja para casos de malas extraviadas ou se ficar doente por lá. Não vale nada a pena arriscar. Dá pra cotar opções com diferentes seguradoras, coberturas e valores aqui.
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