Como é o Anavilhanas Jungle Lodge, na Amazônia

Venha ver como é o Anavilhanas Jungle Lodge, na Amazônia, um dos mais premiados e mais sustentáveis lodges brasileiros

Uma viagem pela Amazônia é uma viagem difícil de tentar comparar com qualquer outra grande viagem pelo Brasil. Passar alguns dias imerso na maior floresta tropical do mundo é realmente algo, com o perdão do clichê, transformador.

Tive o imenso prazer de visitar essa incrível região diversas vezes nos últimos treze anos, experimentando em algumas delas diferentes lodges em diferentes pontos da floresta (fiz também uma inesquecível viagem em navio por ali). E a minha estadia no Anavilhanas Jungle Lodge foi, até agora, a melhor experiência em hotelaria na Amazônia brasileira que já tive.

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O Anavilhanas Jungle Lodge fica localizado no Parque Nacional de Anavilhanas (AM), ao lado da cidade de Novo Airão, e é inteiramente focado na sustentabilidade desde sua inauguração. Escolher um hotel ou lodge realmente sustentável é premissa básica para uma visita correta à região.

Acho que ali a gente tem a experiência completa e redondinha da selva amazônica, mas sem abrir mão de conforto, excelente serviço, excelente gastronomia – e com real sustentabilidade.

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Como chegar

Apesar de ser um hotel de selva e estar imerso na Floresta Amazônica, o Anavilhanas está a apenas 180 km de Manaus (AM) e o transfer regular ao hotel (incluído nas diárias) é uma confortável viagem de carro de duas horas e meia, com zero perrengue.

Há também a possibilidade de comprar à parte um transfer desde o aeroporto de Manaus diretamente até o lodge em hidroavião, em um sobrevoo panorâmico de 35 minutos.

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Como é o Anavilhanas Jungle Lodge

O lodge fica na entrada do segundo maior arquipélago fluvial do mundo, o Anavilhanas, com mais de 400 ilhas, convertido em parque nacional. A acidez das águas do rio Negro impede a concentração de mosquitos na região, o que é um alívio para o visitante, seja dia ou noite.

Podemos dizer que, em alguns aspectos, o Anavilhanas já pregava o distanciamento social desde antes da pandemia. Seus quartos, por exemplo, são todos em estilo chalé ou bangalô, espalhados pela imensa propriedade do lodge, em plena floresta. Apesar de terem alguma distância entre os 22 chalés e bangalôs, o acesso às acomodações é fácil e seguro, por caminhos bem feitinhos, e nenhum deles está demasiadamente afastado do centro operacional do lodge.

Todas as acomodações têm uma simpática decoração, com parte das paredes de vidro, para que a gente lembre o tempo todo que está realmente imerso na floresta. A própria vegetação densa se encarrega de manter a privacidade entre as unidades.

Todos os chalés e bangalôs possuem ambiente principal dividido entre quarto e living, varanda fechada com tela, ar condicionado, televisão, cama box, frigobar, secador de cabelo e espaçosos banheiros com amenidades simpáticas e ótimas duchas quente e fria. Há também água, café e chá cortesia em todos os quartos.

As fotos que ilustram esse post são do meu quarto nesta última viagem à região, em fevereiro de 2020, um chalé standard. Os bangalôs são maiores que os chalés  e os chamados Bangalôs Panorâmicos são as maiores acomodações, com 70 m² de área.

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As refeições merecem destaque. Tudo o que eu comi ali estava realmente muito gostoso, com destaque absoluto para os menus do jantar, que mudam diariamente e são equiparáveis aos melhores restaurantes de Manaus. Antes da pandemia, café da manhã, almoço e lanche da tarde eram servidos em sistema buffet e apenas o jantar em sistema à la carte (café da manhã tinha somente os pratos quentes à la carte). Pelo que apurei, agora todas as refeições chegam diretamente à mesa do hóspede.

A estrutura principal do lodge conta com diferentes áreas de living (incluindo uma parte adorável ao ar livre), área de jogos, redário, restaurante, bar, recepção, lojinha, biblioteca, piscina de borda infinita, espaço kids, academia, um mirante com 13 m de altura para contemplar a floresta e, minha parte favorita, um delicioso flutuante com deck no Rio Negro.

O deck flutuante tem escadinhas pra gente entrar e sair do rio Negro como se fosse mesmo uma piscina e conta com mesinhas, cadeiras, espreguiçadeiras e bar dedicado. Ali também é possível emprestar caiaques para passear nos arredores do lodge.

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O que está incluído

Todas as diárias incluem transfers terrestres (ida e volta) a partir do aeroporto ou de qualquer hotel de Manaus, pensão completa (café, almoço, lanche da tarde e jantar) e dois passeios diários de meio dia pelo rio e pela floresta durante a estadia. Internet também está incluída, mas só funciona nos livings do complexo central e de maneira intermitente.

O menu de passeios incluídos depende da duração da estadia do hóspede, mas mesmo as estadias mais curtas, de apenas duas noites, têm boa oferta de passeios. As estadias mais longas, de pelo menos quatro noites, incluem também um dia de passeio no belo barco de madeira do hotel, construído sustentavelmente à exemplo dos barcos tradicionais da região.

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Como são os passeios

Todos os passeios obviamente saem da propriedade em barco, já que o lodge está à beira-rio. A maioria dos passeios tem duração de até 3 horas, mas há também a possibilidade de fazer passeios de um dia inteiro, como o exclusivo passeio à bordo de um barco regional, com almoço preparado na própria cozinha da embarcação. 

Há passeios lindos como a canoagem pelos igapós e canais do Parque Nacional de Anavilhanas, passeio para ver de pertinho botos amazônicos em seu habitat natural, a contemplação do nascer do sol dentro do rio, focagem noturna de jacarés, pescaria de piranhas, trilhas na mata, visitas às comunidades ribeirinhos e visita a ateliês em Novo Airão, a 10 km do lodge. Para fazer os passeios na mata, todo hóspede recebe uma providencial proteção de couro para calçados, tornozelos e canelas.

Gostei muito de todos os passeios e guias, todos pacientes, atentos e com bastante conhecimento da região. Recomendo especialmente a visita a uma das comunidades ribeirinhas atendidas pelo lodge, o amanhecer no rio, a caminhada simples na floresta e as atividades de caiaque e/ou canoa de madeira por igarapés e igapós.

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Sustentabilidade

Uma das coisas que mais gostei do Anavilhanas foi que o hotel deixa claro o tempo todo que cuidar bem de suas comunidades é um dos principais preceitos da sustentabilidade. É hoje o maior empregador privado do município de Novo Airão e não dispensou nenhum funcionário fixo durante a pandemia. Cuidou também das comunidades do Santo Antonio e do Tiririca, levando cestas básicas quinzenalmente para que os moradores não se vissem forçados a procurar novas alternativas (ou ilegais) de renda, além de continuar tocando a todo vapor a construção da escola do Aracari.

LEIA MAIS sobre os desafios da hotelaria na Amazônia durante a pandemia.

O lodge foi construído causando o menor impacto possível na natureza, seguindo técnicas de construção indígenas. Painéis solares abastecem a energia de todas as acomodações. Até o barco do hotel foi equipado com energia solar. E foi a única propriedade amazônica brasileira que já abriu suas portas com todos os alvarás aprovados.

O sistema de aquecimento de água do hotel é feito por painéis solares e armazenado em boillers térmicos para evitar o consumo de gás ou eletricidade. O esgoto é coletado e tratado em fossas biológicas com retirada do lodo por empresas certificadas e com destinação em aterros sanitários e processo interno de separação de lixo e destinação diferenciada.

Muitos dos alimentos consumidos no lodge são produzidos ali mesmo através do sistema de Permacultura, livre de defensivos químicos e com adubo orgânico. Há fontes de água potável no hotel e todos os hóspedes recebem uma squeeze de alumínio para desencorajar a compra de água mineral engarrafada.

LEIA TAMBÉM: Sete dicas para fazer viagens mais sustentáveis.

A equipe de funcionários é formada majoritariamente por pessoas da região e o hotel também apoia institucional e financeiramente ações de prevenção, promoção da saúde e educação ambiental em conjunto com a FAM (Fundação Almerinda Malaquias) e Instituto AMOR.

O Anavilhanas cuida também das comunidades do seu entorno, incluindo instalação de energia solar na Escola da Comunidade de Santo Antônio, em Novo Airão (garantindo luz, ventiladores e geladeira para armazenar a merenda escolar), criação de uma biblioteca para a escola e contratação de uma pedagoga para acompanhamento e melhoria do programa escolar.

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