Você já conhece os principais termos do turismo popularizados na pandemia?
A pandemia mexeu completamente com a indústria de viagens – e também com todos nós, viajantes. Mesmo para quem já se sente seguro para retomar suas viagens, MUITA coisa mudou nos hotéis, aeroportos, atrações e até mesmo nas praias. E, junto com tantas mudanças, vários termos e expressões da indústria do turismo que já existiam – mas não eram tão conhecidos ainda no Brasil – foram popularizados durante a pandemia.
Do “turismo de isolamento” à “staycation“, da “revenge travel” ao “buyout“, das “extended stays” ao “hotel schooling“, segue aqui uma listinha de palavras e expressões que têm sido bastante usadas ultimamente em jornais, revistas, sites e redes sociais quando o assunto é viagem em tempos de pandemia. Muitos destes termos e expressões são usados aqui em inglês mesmo. Vamos conferir se você sabe mesmo o que são todos eles?
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Os termos do turismo popularizados na pandemia
Turismo de isolamento
A expressão “turismo de isolamento” já vinha sendo usada regularmente na indústria turística há mais de uma década, mas ficava mais restrita ao mercado de luxo. E era normalmente mais usada para falar de viagens a destinos muito remotos, com zero chances de aglomerações, como a Patagônia Chilena ou o Butão. Com a pandemia, todo viajante percebeu que optar por formas de viajar com o máximo distanciamento social possível são as únicas formas seguras de sair um pouco de casa por enquanto. E que dá para praticar o turismo de isolamento mesmo pertinho de casa.
Há diversas maneiras de ter pouco (ou nenhum!) contato com outros viajantes durante sua escapada nestes tempos. Villas e imóveis de temporada bastante isolados dos vizinhos, aluguel privativo de barcos, hotéis e pousadas com acomodações bem distantes umas das outras (tipo chalé ou villa, por exemplo) etc têm sido algumas das formas mais procuradas para se praticar turismo de isolamento nos últimos meses.
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Staycation
“Staycation” é um dos termos do turismo que está sendo finalmente popularizado no Brasil na pandemia. Nascido da junção de stay+vacation, o conceito já existe há mais de duas décadas lá fora para designar férias em casa ou em sua própria cidade. Com a necessidade de tantas restrições de viagem para aumentar a segurança em tempos de Covid-19, muita gente está finalmente descobrindo que tirar pequenas férias sem sair da sua cidade pode ser também extremamente prazeroso e revigorante.
A gente não pode exatamente ser “turista na nossa própria cidade” porque ainda devemos circular o mínimo possível nesta fase. Mas escapar para um hotel na nossa própria cidade que esteja realmente levando a sério todas as medidas de controle da pandemia, ou mesmo para um imóvel de temporada nos arredores, funciona muito bem! Vários hotéis no Rio de Janeiro estão investindo muito nos pacotes de “staycation” desde o começo da pandemia e a onda agora está se espalhando por várias das grandes cidades brasileiras. Acabei de mostrar no meu Instagram minha recente staycation em São Paulo.
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Workcation e Bleisure
O termo “workcation” é mais recente, e na verdade uma adaptação ao crescimento das staycations em tempos de tanta gente em home office e trabalho remoto durante a pandemia. Desde o começo da pandemia, muita gente alugou uma casa de temporada fora da cidade (praia, montanha ou qualquer lugar com mais contato com a natureza) para trabalhar por um tempo sem ficar direto dentro de casa – mas com total distanciamento social.
Hoje, muitos hotéis, pousadas e resorts estão investindo bastante nesse termo, criando cada vez mais estrutura para quem quer levar o escritório remoto para viajar por aí. Muitas propriedades aproveitaram a estrutura para convenções (totalmente inutilizada na pandemia) para criar estações de trabalho compartilhadas. Outras reestruturam os quartos para criar áreas internas mais propícias para o trabalho.
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A ideia vai muito de encontro com o termo bleisure. O bleisure é um termo do turismo que já existe há bem mais tempo no mercado internacional, criado justamente para designar viagens que mesclam trabalho e lazer (business+leisure). O mercado de viagens corporativas sempre investiu bastante no bleisure, que no pré-pandemia era mais relacionado ao fato de aproveitar viagens a trabalho para fazer escapadas e atividades de lazer também.
De qualquer maneira, workation e bleisure têm funcionado tão bem na pandemia (afinal, muito mais gente em trabalho remoto!) que até mesmo alguns destinos (incluindo várias ilhas do Caribe, por exemplo) têm anunciado muitos pacotes específicos tentando aproveitar esse filão do momento. Workation e bleisure têm dado tão certo para alguns hotéis que lá fora já tem gente usando também um outro termo nessa mesma linha: woliday (work+holiday).
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Revenge travel
O termo “revenge travel“, apesar de citado pelas primeiras vezes há muito tempo, não tinha grande adesão lá fora antes da pandemia. A expressão – que em português poderia ser algo como “viagem da desforra” – só ganhou mesmo fôlego no final do ano passado, quando vários destinos internacionais e hotéis começaram a usa-la para incentivar pessoas que tinham passado 2020 todo em casa por causa da pandemia a começarem fazer algumas pequenas escapadas em segurança.
Sem nenhuma conotação negativa no uso da palavra “vingança”, o mercado nacional também começa a investir na “revenge travel” neste começo de 2021 esperando movimentar um pouco mais o turismo doméstico. Em geral, as revenge travels são viagens nas quais o viajante gasta mais (melhores hotéis, melhor infra-estrutura) justamente por estar viajando muito menos – e também para tentar garantir um pouco mais de segurança em tempos de pandemia.
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Hotel schooling
O “hotel schooling” é um termo nascido na pandemia para tentar tirar algum proveito da chegada do “home schooling” para a maioria das crianças e adolescentes. Um hotel, pousada ou resort que anuncie “estrutura de hotel schooling” ou “benefícios do hotel schooling” está anunciando que possui ferramentas para que crianças e adolescentes mesclem ensino à distância e lazer em seus limites.
Muitos hotéis no Brasil e no exterior investiram nisso para tentar aumentar um pouco os índices de ocupação durante a semana. Pode ser desde uma adaptação infantil ao “workation“, criando estrutura física para crianças se dedicarem ao ensino à distância diariamente, ou mesmo colocar à disposição dos pais tutores para a educação das crianças durante a escapada (como alguns hotéis de luxo no Caribe estão fazendo).
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Buyout
“Buyout” foi por muitos anos um termo utilizado exclusivamente pelo trade turístico (hotéis, agências, operadores). Com a pandemia, muitos viajantes começaram a ler e ouvir esse termo com frequência. Buyout, na hotelaria, se refere ao ato de “fechar” uma pousada, hotel ou lodge, reservando todos os quartos para um único hóspede, família ou grupo. Vem do uso do termo buyout no mundo corporativo, que descreve tomar o controle de uma outra companhia através da compra da mesma.
Antes da pandemia, o buyout era um conceito basicamente restrito ao turismo de luxo. Muitas celebridades, por exemplo, fechavam com frequência pequenos hotéis e lodges para suas famílias ou grupos de amigos para não serem “incomodados” nas férias. Muitos viajantes o faziam também para comemorar, por exemplo, um aniversário especial ou mesmo para fazer um destination wedding (casamento em viagem, fora das cidades de domicílio dos noivos e suas famílias).
Com a pandemia, o conceito de buyout não apenas ficou conhecido por mais gente, como também se democratizou mais, deixando de ser restrito ao turismo de luxo. Hoje, além das propriedades de luxo, diversas pousadas econômicas no Brasil já oferecem o opção de “buyout para qualquer hóspede interessado em evitar ao máximo qualquer possibilidade de contato com outras pessoas.
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Extended stays
“Extended stays” é um termo que vem sendo usado no Brasil tanto assim, em inglês, como também em português, “estadias prolongadas”. Esse conceito é muito antigo no turismo (muito mesmo!), mas viu seu maior crescimento da história, tanto aqui quanto lá fora, justamente durante a pandemia.
Uma das principais mudanças do turismo em tempos de pandemia é o fato do viajante estar preferindo estadias cada vez mais longas, justamente para aproveitar ao máximo cada rara oportunidade de sair de casa com alguma segurança nestes tempos. E se refere não apenas a estadias prolongadas em hotéis, resorts e pousadas em geral (há muitos deles oferecendo pacotes bem interessantes nesse sentido mesmo), como também no aluguel de imóveis de temporada muitas vezes por períodos superiores a um mês.
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Regenerative Travel
Mais que viagens sustentáveis, a indústria turística internacional começa finalmente a se movimentar para criar mais oportunidades de “regenerative travel” – viagens regenerativas. O turismo como ferramenta positivamente transformadora, capaz de equilibrar impactos ambientais e sociais através de suas atividades. Um turista que seja capaz de, ao partir, deixar um destino ainda melhor do que estava em sua chegada. Falo mais sobre esse conceito de regenerative travel aqui.
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