Veneza mais sustentável

Novas medidas e leis locais esperam tornar a cidade de Veneza mais sustentável

A cidade de Veneza conquistou em julho passado um importante avanço rumo à exploração mais sustentável da cidade como destino turístico. Em decisão histórica, há muito esperada pela maioria de seus moradores, a partir deste agosto de 2021 estão proibidas as embarcações com mais de 25 mil toneladas em sua região central.

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Assim, grandes navios de cruzeiros estão finalmente banidos da rota San Marco-Giudecca, que passa agora a ser considerada monumento nacional. 

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NOVAS MEDIDAS E TESTES EM CURSO PELA VENEZA MAIS SUSTENTÁVEL

Além disso, Veneza anunciou que, para que a cidade consiga ser pouco a pouco mais sustentável e inclusiva turisticamente, pretende implantar em breve outras medidas para tentar controlar a quantidade de turistas em seu território a cada dia – através de aplicativos, rampas, cobrança de ingresso e polêmicas catracas.

Depois da proibição dos grandes cruzeiros na rota Giudecca-San Marco (já em vigor a partir deste mês de agosto), a cidade finalmente tomou medidas práticas para tornar-se mais acessível. Um projeto já em andamento promete a construção de diversas rampas em algumas pontes que conectam importantes atrações turísticas da cidade, tornando-a acessível finalmente a cadeirantes e turistas com dificuldades de mobilidade em geral.

A decisão mais polêmica é sobre o controle de ingresso de turistas. A gente já sabe há tempos que Veneza não suporta mais a quantidade de turistas que recebe diariamente nos meses de maior movimento e é urgente reduzi-la, independentemente da pandemia.

Com a retomada das viagens na Itália em pleno verão europeu, a cidade voltou a estar lotada, com aglomerações de turistas em diversos pontos que geraram até violência física. Nesta semana, a prefeitura de Veneza resolveu colocar inclusive guardas armados nos pontos de maior aglomeração para tentar conter novas investidas do tipo.

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VENEZA COBRARÁ ENTRADA DE TURISTAS DE UM DIA

Nesta semana, as autoridades locais anunciaram que devem passar a controlar o ingresso através de catracas e QR codes já a partir do outono europeu – e também a cobrar “entrada” dos turistas que não se hospedarem na cidade.

Por enquanto, a ideia é que turistas que não tenham reserva em nenhuma hospedagem local (os “turistas de um dia”, dos passeios popularmente chamados aqui de “bate-e-volta”) pagarão de 3 a 10 euros (dependendo da época do ano) para “entrar” na cidade – com data de ingresso previamente agendada. 

Esta medida, apesar de criticada por parte significativa dos comerciantes locais, pode ser a única maneira a curto prazo de tentar controlar a quantidade de turistas na cidade a cada dia – e evitar, assim, os prejuízos do “overturismo” com a retomada das viagens. 

A iniciativa de controlar o fluxo diário de turistas através de aplicativos e catracas instaladas na estação de trens e outros pontos-chave da cidade, aparentemente inédita no mundo até então, seria também uma “resposta” às exigências da Unesco para manter Veneza fora do rol de destinos em risco.

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DIMINUIR A QUANTIDADE DE TURISTAS EM VENEZA É URGENTE

O objetivo principal é evitar ao máximo todos os problemas decorrentes do “overtourism” que assolou o destino nas últimas duas décadas – e principalmente de 2010 para cá.

Neste verão europeu, algumas atrações turísticas de Veneza já começaram a fazer pequenos testes nesse sentido, através do uso de passes provisórios, senhas e alguns aplicativos experimentais.

Mesmo com comerciantes locais ainda sentindo o imenso baque econômico da redução brusca no número de turistas na cidade trazida pela pandemia, muitos moradores têm comemorado nas redes sociais as novas medidas que prometem zelar pela preservação de Veneza.

Por aqui, nos resta esperar que dessa vez o banimento dos grandes cruzeiros em Veneza seja definitivo, que o projeto de acessibilidade seja finalizado e posto em prática o quanto antes e que as limitações de quantidade de turistas por dia na cidade sejam respeitadas.

E, claro, que a “Sereníssima” seja visitada de maneira cada vez mais sustentável e responsável pelos turistas – justamente para que seja bem preservada e ainda possamos nos encantar com seus atributos tão belos e peculiares por muito tempo.

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