As “guaguas” em versão mais “simplinha” aqui… |
Se para nós o dia 2 de novembro é, por definição, um dia triste, de se “chorar” a perda dos entes queridos (ainda que hoje a maioria esteja mais interessada em fugir para a praia mais que qualquer coisa :D), sabemos que em outras culturas, como a mexicana, trata-se de um dia de festa alegre, de celebração. Pois no Equador também. Ali, o dia 2/11 é também feriado, mas com o propósito de que todas as pessoas possam se reunir com suas famílias para festejar – sim, festejar! – a passagem de seus parentes, amigos e queridos para um outro plano.
… e em versão mais “cuti cuti cuti” aqui 😉 |
As duas coisas que não podem faltar nessa mesa animada, com muita música e risos (segundo eles mesmos dizem), são a colada morada e as guaguas de pan. A colada morada é uma bebida fermentadinha à base de frutos vermelhos; espessa, a gente toma igual uma sopinha, de colher, e ela pode ter mais ou menos pedaços de frutas variadas nesse caldo. Já as guaguas de pan são bonequinhas feitas de massa de pão e recheadas com diferentes tipos de cremes (figos, confeiteiro, laranja, ao gosto do freguês) para serem comidas junto com a colada morada. Dizem que o ritual por excelência é molhar a cabeça todinha da boneca (guagua, em quechua, significa bebê) na colada e só então começar a comer.
A espessa colada morada servida como uma sopinha, com frutas picadas dentro… |
… e aqui em close |
Como as padarias e cafés já começam a vender tanto as guaguas quanto a colada uma semana antes do feriado, eu tive a oportunidade de provar ambas – particularmente, achei a colada muito doce, só consegui tomar um pouquinho; já as guaguas são deliciosas para fãs de pães em geral como eu 🙂
Receita de Colada Morada pregada na parede de uma banca de frutas do Mercado de Quito |
Dizem por lá que quem recebe a família para a data sempre decora a mesa com muuuuuuuitas guaguas e cozinha panelaços, naquele estilo talho mesmo, de colada morada para ser consumida durante todo o dia. Os de raízes indígenas fazem essa reunião nos próprios cemitérios, montando mesas literalmente sobre os túmulos, de modo que os que se foram também participem da grande festa cheia de música e conversas – deixando também uma “cota” de pão e bebida para os mortos antes de partir.
Bem interessante.
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Mari!
Muito interessante essa concepção de Dia de Mortos, né – aliás, muito mais divertida do que a nossa!
Passei a noite de ontem no cemitério, aqui em Oaxaca, interiorzão do México. Tudo colorido, lindo, farto, com música, danças, caveirinhas performáticas e muita alegria – tudo o que a gente menos espera de um cemitério.
Não sabia que no Equador a comemoração era assim também. Bom para juntar um pouco do melhor dos dois mundos: o passeio pelas ilhas e as festividades!
Verdade, Dondinha! Sabe que eu passei a ter uma concepção muito diferente da morte depois da minha primeira visita ao México, né? Como diria Gil, “se a morte faz parte da vida e vale a pena viver, então morrer vale a pena” ;))))