Os paredões que encantam alpinistas |
Tudo que eu lia sobre a Jordânia antes de embarcar incluía o “fascinante deserto de Wadi Rum”. Então é claro que eu incluí o dito cujo no roteiro. Eu só não fazia ideia do quão fascinante ele era de verdade.
Quem acompanha o blog sabe o quanto eu adoro desertos. Não hesito em apontar o Atacama como um dos lugares mais lindos do planeta (ao menos da parte do planeta que eu já conheço :-D) e tenho lembranças inesquecíveis de desertos na Tunísia (ah, o Saara!), no Marrocos, na Namíbia e em outros cantinhos. Não foi diferente em Wadi Rum. Aliás, eu fiquei tão impressionada com o deserto jordaniano que cheguei a questionar a primazia do Atacama no meu coração ;-))))
Lawrence da Arabia esculpidinho na pedra |
Como agora é inverno na Jordãnia, os acampamentos no deserto para pernoite não estavam funcionando – só funcionam no verão. E também, honestamente, nem sei se eu ia topar, que são esquemas assim, digamos, bem rústicos; sei lá. Não tem nada no esquema glamping, mas a maioria das pessoas que experimentou a dormidinha no deserto achou bacana.
Anyway, atividade diurna no deserto é que não falta: caminhadas, cavalgadas, cameladas, tours em 4×4, sobrevoos em parapente, balão (os dois últimos não rolam no inverno). Tem de tudo. Eu fiquei com o tradicional: o tour em 4×4 de tarde, terminando só depois do por-do-sol (dica: peça sempre pelo tour que começa após 15h30, assim dá pra vc ver não só o por-do-sol no meio do deserto como o céu se encheeeeeeeendo de estrelas quando vc retornar à base).
A tenda de beduínos que recebe turistas |
A base em Wadi Rum é bem estruturadinha, com pontos de reunião para grupos, quiosques para venda de tours e infos, banheiros etc. O tour é cobrado por veículo; então quanto mais gente no mesmo veículo, mais barato sai, é claro – você pode contratar privativo ou, como faz a maioria, se oferecer pra se juntar a um outro passeio que tá saindo.
Chá com beduínos – e com viajantes do mundo inteiro |
Os carros são bem antiguinhos (umas toyotas lá dos anos 90), mas funcionam bem. Durante 3 ou 4 horas (depende do tour comprado) a gente faz um rallyzinho adorável pelas areias de Wadi Rum, com a paisagem mudando de longos descampados para dunas super altas e de dunas super altas para rochedos impressionantes que se erguem no meio do deserto, chegando a quase dois mil metros de altura. E isso tudo com um grupo de trekkers passando aqui, uma turma em camelos ali, outra em cavalos acolá.
Os motoristas são todos beduínos que vivem no deserto. O meu era gente boíssima, embora falasse muito pouco inglês – mas o suficiente pra gente se comunicar no esquema me-like-desert. E era super bom motorista também, mesmo nas subidonas mais puxadas.
O tour foi em parte prejudicado porque pegamos um trecho com tempestadica de areia e não podia abrir vidro nenhum nem descer; mas a paisagem continuava divina. Depois, quando alcançamos áreas de calmaria, ele parava pra gente descer, mostrava os paredões que alpinistas profissionais escalam como treinamento, as pedras coloridas que as beduínas usam para fazer maquiagem para o rosto e outras coisinhas.
Os 4×4 que fazem o tour, com os sete pilares da sabedoria do Lawrence ao fundo |
No meio do passeio, a gente para numa tenda de beduínos – montada pra isso, obviamente – e alguns deles recebem os turistas (paramos 3 carros simultaneamente na mesma barraca) pra tomar um chazinho free e bater um papinho tambem no esquema me-like-tea. Enquanto o papo vai rolando – éramos jordanianos, argentinos, espanhóis, franceses, uma alemã e eu de brazuca – fica uma barraca montada com produtos que eles vendem, de lenços para turbantes à la Lawrence da Arabia a kajal para os olhos e chá.
Os sete pilares da sabedoria do Lawrence da Arabia |
O beduíno motorista super chapa e o nosso carro |
As “pontes” que se formam nas pedras podem ser atravessadas nos trekkings mais puxadinhos |
Depois de mais uma zanzada linda entre pontes de pedra que se formaram naturalmente e rochas com formatos mega curiosos, esculpidos pela chuva e pelo vento, a gente para numa duninha divina para ver o por-do-sol de camarote.
Lindo, lindo, lindo.
Pensando em alugar um carro?
Procurando hotéis para sua próxima viagem?
Que tal comprar um chip internacional com internet ilimitada para sua viagem?
Merece a pena visitar o Wadi Rum! Lindas fotos do deserto. Seguro que é um lugar incrível!
Saludos
Carmen
Marizinha, es-pe-ta-cular !!!! Dá vontade de pegar o avião e ir amanhá para lá 😆
Incrível mesmo! Fiquei com muita vontade de ir. Sabe que nunca fui num deserto? Nem no Atacama!
Ai essa listinha que não pára de crescer…
Bjo
Dormir em tenda beduína em Wadi Rum “não tem preço!”. No verão é hard. Estive em julho de 2011 e durante o dia a temperatura passava dos 60º C. À noite caiu para uns 40ºC, com um detalhe: as tendas são de lã e como não tem luz, também não tem ventilador (ar condicionado não esperava eheheh). Meu filho optou por dormir ao relento.
À noite é servido um jantar (a luz de lamparinas) e a comida foi a melhor que comi em uma viagem que incluiu Israel, Palestina, Egito e Turquia.
Por isso, recomendo muitíssimo a experiência de dormir no deserto de Wadi Rum, mas é preciso ter um espírito aventureiro.
Olá Moêma, me ajuda numa dúvida, por favor…eu estou fechando o roteiro, queremos passar dois dias em Eilat e em seguida ir para Wadi Rum, fazer esse passeio pelo deserto e pernoitar lá, no entanto onde posso achar esses passeios? pacotes? Vou direto pro centro de Wadim Rum? de lá consigo ir a Petra? Vou com marido, três filhos, minha mãe e padrastro e tenho dúvidas na contratação destes serviços…como você localizou este acampamento, lembras o nome? Lembras o valor? Grata
UAUUU, Mari! Que incrível. A melhor parte é o me-like-desert! hahahaha
beijos
Aninha, vc vai amar a sua viagem! Wadi Rum foi provavelmente o lugar que mais gostei da Jordânia, quero muito voltar (ainda não decidi, porque Jerash foi uma surpresa sensacional e Petra é um desbunde mesmo 😀 )
Não tivemos tempestade de areia. \o/
Mas também não tivemos pôr de sol. 🙁
Dormir na tenda é toda uma experiência… hard and roots!;-)
Quero MUITO dormir na tenda na próxima visita 🙂
Hum… será que você vai curtir?
A tenda onde ficamos era MUITO básica: lençóis duvidosos, toalha só de rosto, água fria, banheiros “comunicantes”, pó e pernilongos…
acho que não vou curtir, mas acho que é o tipo de coisa que pela experiência deve valer. Vou esperar o relato de vcs pra definir se yes or no 🙂
Olá, Mari. Tudo bem? Estou me deliciando nas suas dicas da Jordania. Eu e meu marido planejamos uma viagem para agosto/setembro deste ano. Minha duvida é a seguinte: a gente está pensando em alugar um carro para cruzar de Amã a Petra, parando e dormindo nos lugares pelo caminho. Mas vi aqui no seu post que em Wadi Rum só entram os 4×4 dos guias, é isso mesmo? Se for assim, como a gente vai fazer com nosso carro alugado? A gente teria que fechar um tour com alguma agência, a partir de Petra? Help me, please!!! Muito obrigada. Abs, Aline
Aline, na entrada do deserto, há uma espécie de portaria/guarita/recepção com estacionamento. Quando fui, deixamos o carro neste estacionamento, compramos o passeio, fizemos o passeio por algumas horas (há também opção de comprar com pernoite num acampamento) e, ao terminarmos, pegamos o carro de volta e seguimos viagem. Viagem linda!
Oi, Mari. Obrigada pelo retorno. Estou aqui nos preparativos “viajando” nos seus realtos e fotos. Minha dificuldade é que vou fazer o caminho na Jordânia contrário ao que vc fez. Meus planos são de entrar pelo Egito (Cairo) e descer até Luxor e depois Sharm El Sheik e Dahab, seguindo daí até Aqaba (já na Jordânia) e depois Wadi Musa (Petra). A intenção é conseguir alugar um carro em Petra para subir até Amâ numa viagem de dois ou três dias, passando por Wadi Rum, Mar Morto. Será que eu consigo alugar um carro em Wadi Rum ou Aqaba e depois deixá-lo em Amã? Estou com dificuldades de conseguir isso porque a maioria do pessoal faz o trajeto descesndo, contrário ao meu, e aí não tenho ninguém para me passar informações a respeito. Nos sites de agências de aluguel carro que já olhei não consegui. O que vc acha? Beijo
Aline, em Wadi Rum não há estrutura para isso, não; em Áqaba vc seguramente consegue, mas eu já deixaria esse carro reservado de antemão, por garantia, ao invés de chegar lá pra tentar alugar um. Acho que o mais seguro é entrar em contato com o seu hotel e ver se podem intermediar essa negociação ou indicar uma agência local confiável para fazê-lo.
Mari, muito obrigada pelas dicas. Sei nem como agradecer e já estou até sem graça do tanto que estou te aporrinhando rsrsrsr. Prometo que é a última pergunta que faço: caso eu resolva não alugar carro, é fácil conseguir um transporte de Petra até Amã? Muito obrigada. Beijo e felicidades!
Aline, não incomoda nunca, imagina. Esta é a ideia do blog mesmo 🙂 O transporte regular entre as cidades nao é tão frequente; acho mais recomendável mesmo entrar num tour , contratar um carro com motorista ou alugar um.
Olá, Mari,estou planejando ir a Wadi Rum em janeiro e estou com receio de não aproveitar por causa do frio.Gostaria de passar uma noite numa tenda , Você pode me falar mais sobre a temperatura neste período? O frioi chega a atrapalhar o s passeios,
Achei no booking tendas no deserto p o período de janeiro apesar de vc dizer q elas não funcionam. Agradeço imensamente ,sua dicas me foram muito uteis .obrigado
oi, Marco. Se vc achou no booking, acredito que algumas estejam funcionando, então – essa minha viagem, como vc pode ver pela data do post, já tem uns anos 🙂 Na época, as que tentei diziam não funcionar no inverno. Eu fui em fevereiro, e fazia friozinho mesmo durante o dia – saí de Wadi Rum à tarde, meio às pressas, por causa das tempestades de neve, então não sei exatamente como era a temperatura noturna ali; mas me disseram que era bastante frio e, por isso mesmo, a maioria dos acampamentos não tinha procura de turistas na época e acabava não funcionando no período.
Olá Mari, estava pensando em ir para Wadi rum em abril do ano que vem. Sou fotógrafa e até falei com um guia de lá dono do acampamento e eu faria um trabalho fotografico ”voluntario”, no caso eles usariam minhas fotos para o site e em troca eu ganharia a hospedagem. Quero muito ir para esse destino exotico, mas me bateu uma certa insegurança aqui, vc foi sozinha?
Fico insegura pelo fato de ser mulher, estar no deserto e num acampamento onde nao conheço ninguem, e ainda pra ajudar acabei de encontrar essa pagina https://www.facebook.com/Stop-Scamming-In-Wadi-Rum-And-Petra
Entao, vc que ja foi, como é pra nós mulheres que vamos sozinhas? Perigoso? Aguardo resposta, obrigada!
Oi, Bruna. Eu não conheço este acampamento, então não poderia dizer se é seguro ou não. E ficar meio confinada num local no meio do deserto por vários dias com desconhecidos, pessoalmente não é uma ideia que me agrade. Mas, no geral, a Jordânia é um dos países mais seguros para os quais eu fui. Tem MUITOS posts meus sobre a Jordânia aqui, inclusive comentando que fui sozinha e como foi o desenrolar da lindíssima viagem solo que fiz por lá. Fiz um post específico para o assunto para o finado Saia pelo Mundo, que era meu blog no Viaje Aqui: http://viajeaqui.abril.com.br/blog/saia-pelo-mundo/2012/03/sozinha-na-jordania-da-pe/
Oi Mari! Parabéns pela postagem e as dicas 😀
Será que eu consigo visitar Petra logo cedinho, ficar umas 5-7 horas lá e ainda conseguir fazer um passeio em Wadi Rum na parte da tarde?
Oi, André. Consegue, sim! Mas, para isso, vc tem que dormir em Petra – o que é uma ótima pedida por sinal e eu super recomendo. Vc chega de véspera, no finalzinho da tarde, vê o maravilhoso Petra by night à noite e no dia seguinte entra no parque logo que abrir. Se vc sair tipo uma hora de lá, dá tempo de fazer um belo passeio em Wadi Rum à tarde 🙂
Mari, estou adorando seus posts.
Vou pra Israel com meu marido e a ideia é chegar em tel aviv as 9h pegar carro alugado no aeroporto e ja partir rumo a Eliat. Vc acha seguro deixar o carro na fronteira e atravessar a pé pra jordania? Aī seria melhor alugar outro carro e ir pra Petra ou pegar um passeio? Penso em pagar o Petra by night e no outro dia fazer Petra e deserto. O que vc sugere?
Obrigada
Beatriz
Oi, Beatriz. Que viagem linda vcs vão fazer 🙂 Eu sugeriria vocês pegarem um passeio em tour mesmo (inúmeras agências e operadoras, no Brasil e in loco, vendem esses tours cross-borders Israel-Jordânia) e dormirem uma noite em Petra tranquilos, podendo entrar no parque bem cedinho, antes da maioria dos turistas, e sem se preocuparem com transporte ou carro alugado.