Novos relatos de furtos no aeroporto internacional de São Paulo lembram que a velha máxima “a ocasião faz o ladrão” é mais verdadeira do que nunca
Sim, sua avó tinha toda a razão quando te disse pela primeira vez: “cuidado; a ocasião faz o ladrão”. Tal ditado popular nunca perdeu sua veracidade: a maioria dos furtos no mundo inteiro acontece por descuidos das próprias pessoas roubadas. Instantes, minutos, bobagens e lá se foi um bem qualquer.
Não, não estou falando de itens furtados de dentro das malas no setor de bagagens; estou falando de roubos e furtos feitos literalmente na cara do viajante, tipo tirando doce de criança. Às vezes bens isolados, às vezes documentos, às vezes malas e bolsas inteiras. Vira e mexe aparecem vídeos nos telejornais (e no youtube, claro) mostrando como assaltantes e quadrilhas que roubam em aeroportos agem rápido e se aproveitam do descuido dos próprios passageiros.
Semana passada uma leitora tinha me mandado uma inbox no Facebook toda chateada, contando que sua bolsa de mão cheia de presentinhos comprados na Europa tinha sido roubada à saída de Guarulhos em minutinhos que ela abandonou o carrinho com as malas a dois, três metros de distância, para voltar ao quiosque da Guarucoop e perguntar algo sobre o táxi que tinha acabado de reservar. Quando virou-se de volta ao carrinho, babau mala de mão. Ninguém sabe, ninguém viu.
Domingo de madrugada foi a vez de uma amiga ter o case com sua câmera roubado também do seu carrinho de bagagens em frente a um dos cafés do desembarque enquanto aguardava o horário do seu shuttle. Segundos de desatenção e lá se foi a câmera. A polícia viu em imagens internas do aeroporto o momento do roubo e afirmou estar tratando de identificar os caras. Mas a câmera em si e as mais de 2 mil fotos que ela tinha tirado durante a viagem a trabalho não voltam mais, é claro.
Outros leitores tinham comentado também sobre jaquetas e casacos furtados e até sacola com as compras do free shop. Em todos os casos, mesma coisa: eram itens dando sopa na parte superior ou na “cestinha” dos carrinhos para bagagem.
Não adianta chorar depois do leite derramado, querer culpar o governo por esse tipo de coisa e dizer que o Brasil não tem mais jeito bla bla bla. Furtos em instantes de desatenção acontecem em qualquer lugar do mundo: conheço gente que teve mochila furtada em hotel londrino, gente que teve celular roubado no metrô em NY, gente que teve a carteira furtada em segundos em Madri e outros em Paris. Acontece.
O fato é que não dá pra dar bobeira, nem por um segundo. Esqueça o nosso clássico “só um minutinho”. Tem que ser meio freak mesmo e não tirar os olhos do que é seu, sobretudo se estiver viajando sozinho e não tiver com quem dividir essa responsabilidade. Vai ao banheiro? Leve tudo com vc para dentro da cabine, mesmo que ainda não tiver despachado a mala; nem pensar em pedir para um vizinho de saguão de embarque olhar. Nem nas salas vip: já vi gente reclamando de bolsas e casacos furtados mais de uma vez.
Sei que já escrevi sobre isso várias vezes aqui, mas não custa lembar: manter a carteira bem “enterrada” no bolso da frente, a bolsa segura debaixo do braço, a mochila trancada se estiver nas costas. A velha técnica de dividir o dinheiro e os cartões em dois lugares diferentes (tipo carteira no corpo e carteira B na mochila/bolsa) ajuda. Mas eu sei que cada um tem seus “truques” para ficar mais seguro (eu, por exemplo, viajo de avião com a minha bolsa presa nos meus pés o tempo todo).
Não vou fazer a ladainha da tia chata aqui outra vez, prometo Sei que a gente fica feliz e excitado – ou, às vezes, está simplesmente cansado pra caramba entre conexões – e acaba relaxando quando viaja. Mas com a polícia afirmando que os furtos em Guarulhos estão cada vez mais frequentes e há gangues agindo por ali com extrema maestria, fica o alerta. Melhor prevenir que remediar 😉
Faça um comentário