Equador: Feria de Guamote

Mercado de Guamote
Mercado de Guamote

Um mercado (ainda) verdadeiramente autêntico no interior do Equador

 

 

Guamote é uma cidade bem pequenininha nos Andes equatorianos, na província de Chimborazo, que rodeia o vulcão homônimo (no Equador, as províncias sempre têm os mesmos nomes do principal vulcão de seu território). São cinco mil pessoas vivendo no pueblo em si, localizado a 3 mil metros de altitude, e 40 mil se forem contadas também as comunidades agrícolas do arredores e tal.

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Conheci Guamote por um único dia enquanto fazia a travessia andina Quito-Guayaquil a bordo do Tren Crucero (como já contei AQUI). A cidade, próxima a Riobamba, Colta e Alausi (todas também visitadas no roteiro do trem), é tradicional território indígena desde tempos remotos do Reino dos Puruháes e, dizem, sempre desempenhou um papel histórico no posicionamento jurídico e político do movimento indígena no país.

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De ruas estreitas de casas de arquitetura bem colonial, com a cidade rodeada de montanhas bem verdinhas, Guamote é das mais antigas do Equador, já que registros dão conta de sua existência desde muito antes dos conquistadores espanhóis chegarem por lá.  No final das contas, as horas passadas na diminuta cidade estiveram entre as melhores experiências de toda a viagem pra mim. Porque o trem para em Guamote justamente às 5as. feiras, o dia em que, semanalmente, acontece a tradicionalíssima Feria de Guamote, um mercado popular até hoje realizado segundo as tradições dos Puruháes.

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Quem já visitou Otavalo, o mercado super descaracterizado e mega turístico próximo a Quito, percebe na hora a diferença. Entre porcos, galinhas, ovelhas e uma infinidade de gente carregando enormes  sacas de produtos agrícolas, éramos, os 50 passageiros do trem, os únicos turistas por ali.  Fomos orientados a não fotografar as pessoas sem antes pedir permissão, já que muitos dos indígenas têm a crença de que a fotografia é capaz de roubar suas almas – e muitos não queriam ser fotografados mesmo. Já outros achavam divertido ver tanta gente diferente – nós, os turistas – que topavam bater papo e até serem fotografados.DSC_0453 (2) DSC_0473 (2) DSC_0536 (2)

Foi uma manhã genial e não me cansei de explorar o gigante mercado – aliás, a feira é tão grande (dividida por setores) que não consegui, mesmo em horas de exploração, chegar a todas as zonas do mercado. A que mais me chamou atenção foi uma zona numa das baixadas da cidade onde ainda funciona uma área de escambo, como nos primórdios. Ali cada um chega e expõe sua produção agrícola – verduras, legumes, frutas, grãos – e alguns trocam os produtos entre si, conforme lhes convém; fascinante (onde eles eram mais retiscentes às fotografias, tirei fotos somente com o celular e as fotos estão todas lá no meu instagram).

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Em outra área, a das carnes, os frangos ocupam várias bancas, amontados sobre as mesas. E porcos enormes são despedaçados ali mesmo – tem gente que só compra a pele, outros pedem pele e carne, outros só carne, e os vendedores vão cortando e pesando, conforme o desejo do freguês.

Há também zona de têxteis, e ali são vendidos desde os imensos cintos de tecido trançados à mão que eles usam (trouxe um lindão, coloridíssimo, por 4 dólares) a ponchos, gorros, mantas e outros artesanatos em lã, convenientes para as temperaturas mais baixas que a altitude da cidade costuma gerar.

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Em todas as zonas, ambulantes vendem suco de tamarindo (Cháves, anyone? 😛 ), saladas de frutas, milho e outros quitutes. Bem ao lado da estação onde agora para o trem, fica a área dos restaurantes de rua, onde os locais almoço entre uma compra e outra. Infelizmente, não almocei ali, porque tinhamos um almoço preparado pela ONG Inti Sisa e eu também tinha interesse em conhecê-los.

GuamoteGuamoteGuamote Inti Sisa era uma das poucas referências que eu tinha encontrado sobre Guamote antes da viagem. Seus primeiros rascunhos vieram na década de 90, depois que uma freira belga visitou a região e começou uma cruzada para oferecer educação secundária para os indígenas; mas só começou oficialmente já nos anos 2000.  Hoje, além dos projetos educacionais, há também workshops de artesanais, produtos alimentícios e até uma guest house (e a comunidade agora também recebe percentual do que os turistas pagam pela viagem do trem). O almoço era simples, estilo buffet, mas estava bem saboroso, com comida bem local – causou furor entre os gringos porque uma das opções de carne era lhama (que, overcooked, estava dura, por sinal, e não agradou).

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Curiosidade: me contaram lá que Guamote também tem um ótimo Carnaval.

O mercado acontece semanalmente, sempre às 5as. feiras.

Em tempo: para quem pretende viajar também no Tren Crucero, vale ressaltar que, como a feria de Guamote só acontece às 5as., somente quem faz o trajeto Quito-Guayaquil no trem tem a oportunidade de participar da experiência; o trajeto inverso, infelizmente, apenas visita a comunidade.

 

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2 Comentários

  1. Mari, tuas fotos me lembraram muitissimo vários mercados indígenas na Guatemala. É incrível como algumas paisagens humanas são tão parecidas na América Latina – só mudam as roupas! Beijos.

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