Como foi minha experiência em quatro (longos) voos intercontinentais com a companhia árabe
Não é segredo que não sou grande fã do ato de voar. Mas, ainda assim, sempre adorei o mundo das aviações, aeronaves e aeroportos. E a Etihad, assim como outras asiáticas, estava na minha wish list de cias aéreas há um bom tempo. Amigos voaram e recomendaram muito. Então aproveitei o subsídio implícito na participação numa feira australiana em maio passado para emitir minhas passagens com ela.
Emiti a passagem São Paulo-Sydney fazendo uso do stopover incluído em Abu Dhabi na ida (3 dias) e foi mesmo ótimo quebrar a viagem na ida para chegar mais “inteirona” em Sydney (de Sydney, eu ainda voei pra Cairs, e precisava estar 100% porque chegava direto para a feira). Durante a viagem, me arrependi de não ter solicitado o stopover na volta também, mas depois achei que foi de bom tamanho voltar de uma pernada só (30h de voo mais duas de conexão passaram mais rápido do que eu esperava, juro).
Com o interessante subsídio da feira, aproveitei a oportunidade para emitir o ticket em classe executiva; mas fiquei de olho no serviço da econômica e colhi depoimentos de amigos que voaram em classe econômica em outras rotas para ver se minha impressão (as duas refeições mais um lanche quente – panini – em cada um dos trechos, a amabilidade dos funcionários etc) era factível – e eles disseram que sim. Só me chamou a atenção que, enquanto não havia nenhum tripulante brasileiro nos meus trechos de e para o Brasil na executiva, na econômica eles eram vários.
Achei check in tranquilo e descomplicado nos quatro voos (mas eu sempre faço web-checkin antes, invariavelmente). Única coisa ruim foi no embarque em GRU que saímos da remota e daí rolou toda aquela confusão e auê típicos desses portões A, B,C,D para entrar e sair dos ônibus (sem falar no desconforto de embarcar sem finger).
O serviço na executiva foi muito bom, em geral. Como as demais asiáticas, a Etihad deixa as americanas e europeias a quilômetros de distância em qualidade de serviço e instalações. O assento era bastante confortável, com posições customizáveis e opção de massagem; e deitava realmente até virar uma caminha, com apoio para os pés na mesma altura. Só achei a cama muito estreita e, em dois dos voos, até um pouco dura.
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Também fica aqui outra dica: apesar de todos os assentos da executiva (em esquema 2-2-2) terem acesso próprio e direto ao corredor (nada de ter que acordar ou pular o vizinho pra sair) tanto no Boeing quanto no Airbus (peguei configurações e aeronaves diferentes nos voos de e para o Brasil e de e para a Austrália), somente os assentos da janela oferecem total privacidade ao passageiros, como uma espécie de casulo (na aviação, costumam chamar esse tipo de assento de “shell”). Nos assentos de corredor o passageiros fica completamente exposto a quem passar pelo corredor, esteja ele sentado ou deitado. Outra dica: evite a primeira fileira: os comissários do trecho de e para o Brasil falam muito e riem alto durante toda a noite na galeria.
O menu também foi bom em todos os voos, podendo ser servido o que o passageiro quisesse, a qualquer horário durante o voo. E com copos, pratos e talheres “de verdade” sempre, inclusive na #bibidinha de boas vindas, antes da decolagem. Opções vegetarianas e de culinária típica árabe estavam disponíveis em todos os itens de almoço, jantar, café da manhã e lanches (dos meus quatro voos intercontinentais, três foram noturnos e só a volta para o Brasil foi diurna). Boa carta de vinhos também. Melhor parte pra mim: cafés tipo latte e capuccino eram latte e capuccino de verdade e não de saquinho 😀
No geral, o serviço foi bastante solícito e atencioso todo o tempo. Comissário cheios de sorrisos e cordialidade na maior parte do tempo. Curiosamente, achei o serviço sensivelmente melhor nos trechos de e para a Austrália que nos de e para o Brasil. E necessaire simpática com tecido típico de Abu Dhabi.
O sistema de entretenimento – o mesmo para todas as classes – foi excelente em termos de opções de filmes, sobretudo novos. Em quatro voos, 60h no total, eu, que não costumo dormir em aviões, fiquei bem feliz pondo em dia minha cultura cinematográfica recente 😀 Uma moça que estava próxima de mim num dos voos com duas crianças pequenas disse que o entretenimento para elas também tinha sido bem legal, interativo.
Depois da Emirates e da Singapore, entra sem dúvidas no meu top 3 de cias aéreas (mas,sim,ainda me falta experimentar outras asiáticas).
Para quem vai em qualquer classe: ônibus gratuitos fazem o traslado ida e volta entre o aeroporto de Abu Dhabi e o centro de Dubai, para passageiros da Etihad que prefiram ficar hospedados no outro Emirado, várias vezes ao dia. Neste caso, na volta, dá pra fazer o check in e despachar as malas já em Dubai mesmo.
Para quem vai de executiva: a minha tarifa não permitia, mas as tarifas não promocionais em executiva dão direito a chofer privativo para os traslados in e out em Abu Dhabi e em Sydney totalmente grátis.
Em tempo: para quem comprar a passagem em econômica, vale saber que, como a ocupação da executiva não costuma ser 100% ainda nos trechos de e para o Brasil, a companhia envia um email às vésperas do voo oferecendo upgrade por um valor que, somado ao valor pago pela econômica, ainda fica bem inferior à tarifa comum de um trecho em executiva. Tanto no voo de ida quanto no de volta conversei com passageiros que tinham sido promovidos à executiva justamente fazendo uso dessa tarifa especial de upgrade.
Em tempo1: para quem planeja ir à Austrália com ela, sim, a rota é 50% mais longa do que voando com outras companhias via Santiago. Mas vale ficar de olho, porque a rota com a Etihad costuma incluir o stopover em Abu Dhabi no preço (o que eu acho uma boa, sobretudo pra dar uma folguinha na pernada até o outro lado do mundo) e as tarifas em econômica andam vira e mexe em torno das 3500 dilmas (mais barato que voar somente a Abu Dhabi, por exemplo).
Em tempo2: o sempre ótimo Rodrigo Purisch também voou com a companhia recentemente em outras rotas e deve publicar em breve uma review bem completona por lá, com a visão muito mais técnica e crítica de quem entende mesmo sobre o setor. Assim que o fizer, linko aqui.
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Mari,
Adorei o relato! Estou de olho na Etihad: mais uma opção para a próxima viagem à Ásia!
Bjs
Lu, gostei muito. O Rodrigo certamente fará uma resenha muito mais profissa que a minha, mas acho que funciona muito para viagens à Ásia; a malha deles é bem boa e a conexão em Abu Dhabi achei bem conveniente, rápida, prática.
Excelente post, Mari! Estou escrevendo meu relato sobre a Qatar Airways neste momento. Espero voar com a Etihad um dia. Assim como você, também acho as asiáticas infinitamente melhores que as européias e (principalmente) as americanas. Nosso Top 3 é bem parecido, só que em vez de Etihad, tenho a Qatar Airways na primeira posição. 🙂
Abraço!
A Etihad não é minha primeira, não; é minha terceira 🙂 E quero MUITO voar com a Qatar, todo mundo diz que é mesmo excelente!
Como eu faço para fazer um stopover?? Eu preciso fazer isso na hora da compra da passagem ou consigo fazer a troca depois??
Larissa, o mais indicado é fazer isso na compra da passagem. Você até pode altera-la depois (direto com a companhia aérea), mas pagará taxa de alteração para tal, cujo valor é bem variável em função da cia, da data e do tipo de tarifa (preço) da sua passagem.