É uma pena que os brasileiros usem Joanesburgo em geral apenas como pernoite antes de rumar para as Ilhas Maurício ou para os safáris do Kruger. É verdade que a má reputação da cidade nos anos 90 marcou muita gente, mas vale dizer que, se em 2010 a cidade já estava bacana, com uma cena de arte, gastronomia, compras e hotelaria cada vez mais pulsante, o pós Copa deixou Joburg (ou Josie, para os íntimos :D) ainda melhor. Depois da era do ouro e dos terríveis anos do apartheid, o que ficou de ruim na cidade é História; porque trata-se de uma das capitais africanas mais interessantes.
O transporte em geral melhorou e o sistema de trens implantado pela Copa, o Gautrain, vai de vento em popa. Claro que não dá pra ficar dando sopa; como em qualquer grande cidade, a gente tem que ficar ligado o tempo todo e não ostentar nada, é claro. Mas os índices de criminalidade caíram muito e há zonas – como a da Mandela Square – com policiamento ostensivo. Então dá muito bem pra passear sozinho na cidade, mas quem preferir também conta com diversas opções em tours para aproveitar o tempo livre.
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Se você tem planos de passar uma noite na cidade antes de rumar para outro destino africano (particularmente, eu sugeriria duas, mas isso é com você), você pode até dormir num dos hotéis próximos ao aeroporto (como eu fiz da primeira vez, lá em 2010), mas seguramente tem mais coisas legais para fazer pela cidade além de comer bem e dormir. A saber:
Delicie-se nas galerias de arte e Museus
A cena artística de Joburg é muito, muito sedutora. O Wits ArtMuseum, que está completando um aninho apenas, tem um excelente acervo de obras africanas ocupando três peculiares prédios: uma antiga estação de gás, uma revendedora de carros e uma escola de ortodontia. Curioso, para dizer o mínimo. A galeria Circa onJellicoe foi construída com inspiração Zulu e a Goodman Gallerytem belas obras dos mais expoentes artistas nacionais. Ah, você quer museu com mais pegada histórica? Não perca, por nadica deste mundo, o emocionante Museu do Apartheid, simplesmente incontornável por adultos e crianças. Perto do Museu, vale caminhar pela Vilakazi Street, onde já viveram Nelson Mandela e Desmond Tutu. A modernosa Constitutional Court, a Fort Prison e o Memorial a Hector Pieterson em Soweto são outras belas opções de passeios cheios de história.
Leve as crianças para passear
As crianças costumam curtir muito o Cradle of Humankind, patrimônio da humanidade, e onde vários fósseis de hominídeos foram encontrados, como o Australopiteco das cavernas
Sterkfontein Caves. E, claro, para ver os inesquecíveis animais sul-africanos, vale ir ao Johannesburg Zoo jhbzoo.org.za – sobretudo se o Kruger não estiver nos seus planos
Explore a cidade
Tem medo de ir por conta? Então entre num walking tour. Agora são várias as empresas oferecendo esse serviço em Joburg, como a Main Street Walks, que faz tours guiados pelo Business District contando como a área se transformou absurda e positivamente desde os anos 90. Com a segurança de estar num grupo, e com guia, aposto que você vai desencanar e curtir muito mais a cidade. Além dos muitos arranha-céus, lojas e da atmosfera gostosa do bairro, dá pra subir na cobertura do Carlton Center, o edifício mais alto do continente.
Vá às compras
Invista firme em caminhar pelos bairros mais gostosos da cidade, como Maboneng, e explorar seus mercados, cafés, restaurantes e lojinhas super fora do óbvio. Da feirinha de artesanato da Mandela Square aos big malls, Joanesburgo é uma perdição para os shopaholics. Quem curte coisinhas descoladas, vai gostar do mercado Neighbourgoods; vai gostar tanto que vai ficar por ali para comer suas ostras fresquinhas combinadas com suas famosas margaritas. O 44 Stanley Complex é endereço completinho: comidinhas, cafés, galerias de arte e lojinhas, tudo junto – de artesanato aos achadinhos de big grifes das lojas vintage e brechós.
Queria eu ter visto essa dica do walking tour antes de passar por Joanesburgo… Já anotado para a próxma vez!
Um passeio que curti bastante por lá foi Soweto Bicycle Tour – http://www.sowetobicycletours.com – que inclusive passa pela Vilakazi Street e pelo Hector Pieterson Museum. E, claro o Lion Park (vá *antes* de fazer o safári, por razões óbvias).