Distante duas horas de carro, a mais antiga região vinícola da Austrália é programaço para quem visita Sydney
Minha viagem à Austrália acabou tendo que ficar mais curta do que eu pretendia – até porque, e falarei disso em outro post, o país é mais caro do que eu previa – e acabei cortando do meu roteiro original vários lugares que queria muito conhecer, como Melbourne, por exemplo.
Mas, mesmo com tanto enxuga-enxuga na minha viagem, eu não conceberia conhecer a Austrália sem ver nem um pouquinho de seus vinhedos. Então aproveitei a semana em Sydney para fazer uma das escapadas mais legais que se pode fazer dali: conhecer os vinhedos do Hunter Valley.
O Hunter Valley, também em New South Wales, é a mais antiga região vinícola da Austrália (as primeiras vinhas do vale teriam sido plantadas na década de 1820). Nos últimos anos, ficou famosa também por suas escolas de culinária, lojinhas tipo gourmet (a região é cheia de produtores locais de queijos, chocolates, charcuteria e azeites), galerias de arte e campos de golfe. E são mais de 150 adegas abertas à visitação do público por ali.
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No quesito vinhos locais, o semillon é a grande vedete do Hunter Valley e está presente em todas as degustações locais – mas também há ótimos exemplares de shiraz, chardonnay, cabernet sauvignon e, veja só, verdelho. Aliás, as degustações por ali, além de deliciosas e extensas (a maioria delas coloca 10, 12 vinhos no páreo), são em geral gratuitas para os vinhos das últimas safras. Sim, grande parte das vinícolas não cobra um centavo pela degustação; e muitas outras cobram preços super camaradas (normalmente 5 dólares australianos) que depois viram vale-desconto se o visitante comprar qualquer vinho da casa.
O vale fica a cerca de 2h de carro do centro de Sydney, rumando ao norte. Newcastle, na costa, é a cidade mais famosa do vale e faz parte da rota turística da Costa do Pacífico que chega até Brisbane. Cidadezinhas históricas do vale – como Pokolbin, Wollombi, Broke, Lovedale – são ótima opção para paradinhas entre uma degustação e outra e muitas já estão começando a investir em restaurantes bacanas e hotéis boutique.
Para conhecer a região num passeio bate-e-vola, indo e voltando a Sydney no mesmo dia, e sem me preocupar com dirigir (afinal, minha ideia era visitar vinícolas e degustar seus produtos), entrei num roteiro da AEA Luxury Tours, que me tinha sido recomendadíssima. Eles só fazem roteiros com poucos passageiros (máximo de 12 por tour), o que eu acho sempre ótimo. E com wifi grátis na van 😉
Saímos de Sydney através da linda Harbour Bridge em direção à Pacific Highway. O percurso todo foi bem bonito, com estradas muito boas e lindos paredões ladeando os acostamentos. Mas nossa primeira parada do roteiro não tinha nada a ver com vinhos: era o Australia Reptile Park, que andou ganhando uns prêmios de atração eco-friendly e sustentabilidade. Ali o guia nos serviu café, chá e biscoitos (o passeio sai muito cedo, antes das 7h, então sabem que a maioria dos turistas não consegue tomar café da manhã).
Apesar dos muitos lagartos e crocodilos (inclusive uns enormes, no melhor estilo Crocodilo Dundee), descemos do carro interessados num setor diferente do parque: o que guarda cangurus e coalas. Eu já tinha visto cangurus da estrada, em três oportunidades diferentes, enquanto estava em Queensland, nos arredores de Cairns. Mas lá, loooooonge. No parque a gente pode entrar na área ondem ficam confinados e passear literalmente entre eles. Veterinários e funcionários do parque acompanham o processo e até oferecem se você quer dar comida a eles. Os cangurus eram mega curiosos e se aproximavam dos visitantes sem nenhum pudor.
Com os colas, é diferente. A veterinária traz apenas um animal, bebê, em seu colo. Os turistas podem tocar e acariciar o bichinho, mas ele fica no colo da veterinária o tempo todo. E ali vimos também fofíssimos wallabies.
Dali seguimos viagem ao vale propriamente dito. A estrada na Great Dividing Range é linda, com paredões aparecendo o tempo todo, margeando as pistas, até aparecer o “mar” de vinhedos por todo canto. Nossa primeira visita foi a pequena Mt View Estate, propriedade familiar que há 40 anos produz vinhos premiados localmente. Ali a degustação incluiu também harmonização com queijos locais, bem legal – e o enólogo foi o que nos deu as melhores informações e respostas. Ali a degustação já estava incluída no nosso tour, mas visitas independentes pagam 5 dólares, com cash back na compra dos seus vinhos. E têm uma bela seção de vintages.
Depois, passamos à Brokenwood Wines, onde tivemos outra longa degustação e onde provei o melhor Semillon da viagem (o Cricket Pitch Sauvignon Blanc Semillon). Degustação também bastante longa, mas com menos informação e em pé; mas gratuita. E eles têm uma espécie de museu bem legal, com maquinários antigos utilizados na colheita e produção de vinhos em exposição.
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A visita ainda continuou com um almoço completo, com vinho incluído, num dos muitos restaurantes locais contornados pelos vinhedos, e duas outras degustações menos empolgantes. E aproveitamos a tarde para conhecer pequenos vilarejos cheios de lojinhas gourmet de queijos e chocolates.
Saímos cedo, às 7h, e cheguei de volta ao meu hotel às 17h; belíssimo passeio. Quem quiser fazer dirigindo, vale saber que as estradas, além de lindas, são muito boas; mas daí tem que lembrar que quem ficar de motorista não vai poder participar das degustações. Pra todo mundo poder brincar, entrar num tour é sem dúvidas a melhor opção.
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