A capital canadense tem arquitetura, cenário cultural e vibe foodie que encantam e surpreendem o turista
Quando eu recebi o convite para comparecer ao GoMedia, um evento para imprensa internacional que aconteceu este ano em Winnipeg, eu já fui logo pensando em aproveitar a viagem ao Canadá para visitar também as principais cidades do chamado “Canadá francês”, que eu ainda não conhecia. Resolvi incluir também Ottawa no meu roteiro por ser a capital do país, mas sem grandes expectativas – não sei porque, eu tinha uma imagem meio sisuda e fria da cidade na minha cabeça.
Então foi uma surpresa deliciosa passar quatro dias na capital canadense encontrando ali uma das cidades mais cativantes do país. Gente bacana e atenciosa em toda parte, uma cena foodie maravilhosa, museus bem pedaçudos e arquitetura encantadora – e vi tudo isso em pleno verão canadense, contrariando minhas previsões. sob um sol de rachar mamona e 33 graus centígrados. E mesmo assim curti tudinho.
Deixo aqui minha listinha dos básicos-imperdíveis na cidade e também outros passeios e experiências que curti muito fazer ali:
Olho na arquitetura
Os prédios de Ottawa são puro deleite para os fãs de arquitetura. Dos arranha-céus modernos aos clássicos castelos de inspiração francesa, os edifícios da cidade não só servem de referencial para o turista enquanto a gente caminha pra lá e pra cá como também vão contando despudoradamente a história da cidade.
O mais célebre deles é o Parlamento do Canadá, que acaba sendo meio a peça chave da cidade para o turista – passei por ele religiosamente todos os meus dias e noites na cidade. A gente pode explorar o Parlamento de N maneira, e todas gratuitas: simplesmente contemplando as fachadas dos 3 edifícios que o compõem durante o dia, tomando um dos tours guiados grátis pelo belo interior (é preciso retirar antes o ticket free no guichê em frente ao prédio principal), acompanhando a troca da guarda às 10h durante o verão ou assistindo ao excelente espetáculo de som e luzes Mosaika, que conta a história do Canadá com projeções na fachada do prédio principal nas noites de verão.
Anexo aos prédios do Parlamento, fica o Chateau Laurier, antigo castelo hoje convertido num hotel do grupo Fairmont (dá pra fazer tour auto-guiado pelas áreas públicas do hotel baixando grátis sua app previamente).
Entre o Parlamento e o Chateau fica o acesso às belas eclusas de ByTown sobre o rio Ottawa (o primeiro patrimônio da cidade tombado pela Unesco), ponto de partida dos barcos que fazem mini cruzeiros pelo canal Rideau. Os passeios duram desde 1h (eu fiz um de 1h30 no final da tarde e foi bem legal). Ali fica também um museu bom para entender o surgimento da cidade. No inverno, me contaram que parte do canal congela e vira uma imensa pista natural de patinação no gelo.
Falando em Rideau, outro prédio icônico da cidade é a Rideau House, que guarda a casa e os belíssimos jardins (em parte abertos ao público) do Governador Geral, o representante da Rainha no Canadá.
Bairro a bairro
Ottawa é uma cidade bem boa de caminhar e o transporte público serve bem alguns bairros mais distantes da chamada zona turística (downtown e arredores de ByWard). Táxis são abundantes e têm preços bem razoáveis e as bikes estão também por toda parte nos meses mais quentes. Por isso mesmo conhecer a cidade através de seus bairros é uma das maneiras mais prazerosas e interessantes de explorá-la – e para sentir você mesmo, nos detalhes, quão diversa ela é.
1- ByWard Market
Fundado no começo dos anos 1820, o mercado original do centro de Ottawa hoje virou uma das regiões mais vibrantes da cidade. O mais legal ali é que, dia e noite, nas lojas, restaurantes e bares que rodeiam a estrutura principal do mercado você vai encontrar tanto turistas quanto moradores locais fazendo suas compras, tomando um drink, jantando com amigos. Durante o dia, vale visitar o interior do mercado e comer num de seus restaurantes de comida étnica, comprar frutas vermelhas fresquíssimas dos produtores locais, bater papo com os artesãos, espiar as lojas dos arredores etc. À noite, depois do mercado fechar, ganham mais vida ainda os muitos bares e restaurantes que o rodeiam. Gostei tanto que acabei passando por ali, por um motivo ou por outro, também em todos os dias da minha estadia na cidade.
2 – Chinatown
Quem curte visitar bairros asiáticos mundo afora certamente vai gostar também desse – e fica bem próximo ao centro da cidade. Pequeno, não demora muito a ser explorado, não. É um bairro multicultural cheio de lojinhas e restaurantes de inspiração asiática, com direito a ruas enfeitadas e tudo.
3 – Downtown Rideau
Esse é o bairro queridinho dos shopaholics, ocupando mais de vinte quadras na região da Rideau Street, a leste do canal homônimo. Entre restaurantes e teatros, pipocam ali lojinhas e outlets. Como Ottawa costuma ter preços em geral mais camaradas que Toronto, Montreal e Quebec, shopaholics também fazem a festa da Bank Street Promenade, considerada a Main Street original da cidade, tomada por lojas nas 15 quadras que vão da Wellington St. à Gladstone Ave. Westboro e Beechwood também são regiões muito famosas para compras por lá.
4 – Sparks Street
A rua exclusiva para pedestres começa a uma mera quadra de distância dos prédios do Parlamento e é em seus arredores, conhecidos como Sparks Street Village, que ficam localizados a maioria dos hotéis da cidade, além de muitas lojas, dois malls e restaurantes.
5 – Quartier Vanier
Esse bairro, originalmente habitado pela população de herança francesa (você vai ouvir francês ali em quase todo canto), começa a ganhar destaque com seus novos restaurantes, lojinhas mais diferentes e cafés de inspiração parisiense.
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Prepare-se para comer de manhã, tarde e noite em Ottawa. Da comida étnica econômica do interior do ByWard Market aos restaurantes pop de seus arredores, da nova praça de alimentação do Rideau Centre (o maior shopping do centro) aos restaurantes estrelados, das cervejarias artesanais aos muitos cafés da cidade, Ottawa tem mesmo de tudo no quesito alimentação. E o mais legal ali é que o conceito farm-to-table está presente na maioria dos estabelecimentos, com muitos dos chefs locais se preocupando em usar produtos verdadeiramente locais em seus pratos.
O ByWard Market District é o epicentro da nova efervescência gastronômica da cidade, reunindo produtores locais e pontos de cozinha étnica durante o dia e cervejarias artesanais com pratos estilo tapas e restaurantes modernex à noite.
Comecei minhas comilanças na cidade provando o típico doce padrão da BeaverTail no sempre muvucado quiosque ao lado do mercado que virou uma espécie de instituição na cidade. São vários os sabores e coberturas possíveis, mas eu fui no básico (o mais recomendado no Trip Advisor) que consiste numa massa frita (semelhante a um donut bem molinho) coberta de açúcar e canela (como numa rabanada).
É grande, tem formato de um rabo de castor (daí o nome) e dá bem pra dividir se o pretexto for só fazer um lanchinho.
Nos quiosques ao redor do mercado você pode provar, se quiser, as frutas vermelhas frescas, maple syrup e outras delícias antes de compra-la. Nos restaurantes dentro do mercado, há buffets de saladas e vários quiosques de comida típica – o mexicano tem uma guacamole ótima. Nos arredores, vale apostar na pizza da The Grand, no sanduba de rosbife do La Bottega (uma deli maravilhosa onde muita gente compra coisinhas para fazer pic nic também), nos sorvetes da Piccolo Grande e nas ótimas (mesmo! porque eu nem sou fã desse tipo de doce e curti) cupcakes da Cupcake Lounge. Algumas empresas locais, como a C´est Bon, oferecem tours guiados pelo mercado e arredores.
Dos muitos restaurantes, pubs, bares e cervejarias artesanais dos arredores de ByWard (como Moscow Tea Room, Social etc), eu gostei mesmo foi do Play Food & Wine, um restaurante de dois andares com pinta de tapas bar descoladinho. A cozinha, que fica no andar de cima, é excelente e produz pratos em princípio individuais e em porções acanhadas – eles recomendam de dois a três unidades por pessoa para um almoço ou jantar. A trilha sonora é excelente e o staff super jovem, com pinta de universitários, é muito bem humorado – eu jantei no balcão do bar do andar de baixo e me diverti muito com eles e outros comensais. O mais legal ali é a maneira como servem vinho – você pode pedir em garrafa, taça ou meia taça, com preços bastante justos; e pode provar os vinhos que quiser antes de se decidir de fato por um deles. Das propostas gastronômicas mais legais de toda essa minha última viagem ao Canadá.
Outra refeição que eu curti foi jantar no Signatures, o restaurante da escola Le Cordon Bleu na cidade, na histórica vizinhança de Sandy Hill. Ambiente bem discreto e elegante, bom serviço, boa comida – mas vale mais a pena ir durante o almoço, que conta com menu de 3 passos por 29 dólares, bem mais em conta que o jantar com opções semelhantes.
Para a nightlife, aí, sim, fico com os pubs e cervejarias artesanais dos arredores do ByWard Market e Irish Village e também os bares mais charmosos, que investem mais em mixologia (e música ao vivo late night), do Social e do Moscow Tea Room).
Os viciados na jogatina podem querer se aventurar também no Casino du Lac-Leamy, a cerca de 10min em taxi do centro de Ottawa -são quase duas mil slot machines, só pra começar. O National Arts Centre e o Ottawa Little Theatre têm vários shows, espetáculos e performances em cartaz ao longo do ano.
Spas
Onde Ficar
Downtown e os arredores de ByWard são o ponto de hospedagem do turista por excelência. Acho que o Fairmont Chateau Laurier e o Westin têm a melhor localização, a literalmente passos tanto do Parlamento quanto do agito noturno, bem fácil para explorar as principais atrações da cidade à pé.
Eu fiquei no Delta Ottawa City Centre, um hotel de vibe business em Downtown a poucas quadras do Parlamento. Sem grandes luxos, foi recentemente renovado, tem os quartos com decoração contemporânea e ainda está afinando o serviço.
Para quem fica em Downtown, vale tomar o ônibus que faz o trajeto aeroporto-centro: custa apenas 3,10 dólares por pessoa(um décimo do preço do táxi) e para em praticamente todas as quadras no centro (desci a meia quadra do meu hotel).
O táxi de/para a estação de trens da Via Rail em Ottawa (que gentilmente me cedeu o ticket de trem para ir a Montreal), que é um pouquinho mais afastada, dá cerca de 15 dólares. Na hora de reservar hospedagem vale ficar de olho que alguns hotéis em Ottawa têm promoção “3a. noite grátis” em alguns períodos do ano.
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Menina, não restou pedra sobre pedra depois de sua passagem por lá!
hahahahaha olha, posso dizer que aproveitei muito mesmo esses meus dias lá, viu? saía cedinho do hotel e voltava bem de noitão, andei de táxi, à pé e de ônibus, e ainda voltei frustrada que não consegui ir em todos os museus que queria 😀
Mari Campos, isso é o que é chamado um bom trabalho de campo. Trabalhar, investigar, verificar e apresentar os resultados. Chapeau!
O Canadá tem sido sempre entre os meus lugares favoritos que eu deveria conhecer algum dia. Eu me sinto atraída pela sua natureza selvagem, parques naturais e cidades cosmopolitas. Obrigada pelas dicas. Vou anotar-las.
Carmen, acho que vc deveria mesmo fazê-lo, vai adorar. É bem isso: natureza selvagem exuberante nos parques naturais e uma vibe bem cosmopolita nas cidades maiores 😉
Parece mesmo linda a cidade.
eu amei suas dicas, seu post foi o mais completo pra quem ta procurando onde ir de dia e de noite bjs
Que ótimo, Diana!