O que fazer no principado europeu a 200km de Barcelona
Minha curta escapada a Andorra (uma viagem a trabalho, na verdade) começou com uma viagem linda de carro desde o aeroporto de Barcelona, emoldurada pelos Pirineus (são pouco mais de 200km que separam o Principado do aeroporto de Barcelona, mais ou menos a mesma distância do aeroporto de Toulouse, na França – só dá pra chegar em carro ou ônibus). Andorra é o único país do mundo cuja língua oficial é o catalão – mas dá pra se virar muito bem por lá com o espanhol, é claro, e até com o portunhol (a colônia portuguesa é enorme no país e os andorranos costumam nos entender facilmente).
O Principado europeu teria sido fundado por Carlos Magno, em idos do século IX, reconhecendo a importância de seus moradores em suas vitórias contra os sarracenos – mas Andorra só é Estado soberano mesmo desde 1993, quando aprovou sua primeira constituição. Hoje, é famoso entre espanhóis e franceses pela gastronomia, pelas estações de esqui e pelas compras sem IVA.
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São pouco mais de 80 mil habitantes no país inteiro. De dimensões diminutas – apenas 468km quadrados – é também chamado de “teto dos Pirineus”, com seu ponto mais alto, Coma Pedrosa, a 2950m de altitude, e tem a maioria do seu território (90%) coberto por bosques, montanhas, lagos e rios. E é justamente o turismo o grande motor da economia de Andorra: são oito milhões de visitantes todos os anos, sendo cerca de 90% distribuídos entre espanhóis e franceses. O Brasil ainda responde por somente 0,01% dos turistas locais, mas os números têm aumentado de um ano para outro.
A principal “cidade” é Andorra la Vella, a capital, e principal centro do comercial do país. Ali tudo é perto (mesmo!) e bom para fazer à pé. Falta ali o charme das cidades históricas espanholas (como encontramos na fofa Ordino, por exemplo, que vale super o footing), mas há cafés, lojas de todo tipo, construções contemporâneas ao lado de estilo gótico romântico ou igrejas do século XI. Tem até uma obra de Dalí doada à cidade bem no centro.
Dizem que Andorra tem uma das melhores qualidades de vida e das mais altas expectativas de vida do mundo. Não é pra menos: o ritmo ali é lento, sossegado, civilizado. Não há trânsito nem grande movida noturna, mas seus moradores aproveitam dia e noite nas quatro estações. Quando vem o inverno, quem ganha os holofotes são as estações de esqui. Conheci as duas: as 110 pistas da bela Grandvalira e as 70 de Vallnord, um domínio esquiável bem respeitável.
Durante minha visita, na última semana, a neve ainda não tinha caído de verdade, então as pistas estavam abertas apenas parcialmente, e com neve artificial; mas dizem que em janeiro é comum as pistas acumularem 40cm. E a infra para esqui é mesmo bem legal, com restaurantes na neve (AMEI o pequeno e aconchegante Vodka Bar em Grandvalira, melhor refeição de toda a viagem), iluminação para esqui noturno, diferentes lifts, mushing (o trenó com cães), caminhada com raquetes e até eventuais festas e baladas durante a temporada. Para quem vai para esquiar mesmo, vale comprar o passe Ski Andorra, que dá acesso a todas as pistas de Grandvalira e Vallnord. Grandvalira fica aberta também no verão, quando oferece pistas de mountain bike, campo de golfe, passeios de barco por seus lagos, circuito de kart e muitas opções de trilhas.
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Para quem vai com criança, pode valer esticar ao parque Naturlândia, em San Juliá de Loria, cheio de bosques e com um tobogã de 5km de extensão, o Tobotronc, como principal atração. Quem só quer saber de relax vai gostar dos spas urbanos Caldea e Inuu, bem no centro da cidade, com piscinas termais aquecidas concorridíssimas (o Inuu tem uma pequena área externa de piscinas também). Funcionam inclusive à noite.
Quem curte história vai gostar do Museo Casa de Areny-Plandolit, um edifício original do século XVII com diversas remodelações posteriores e mobilitário e objetos curiosíssimos dos séculos XIX e XX. Funciona com visitas guiadas de 1h, com reserva antecipada obrigatória e custo de 5 euros.
Se o seu negócio é compras, já aviso: não se empolgue. Apesar de toda a fama (dizem que são mais de 1500 lojas no diminuto país), Andorra não é esse paraíso de compras que dizem por aí, não, principalmente para quem está acostumado a viajar para a própria Espanha. O que é bem barato ali, comparado aos preços praticados nos vizinhos Espanha e França, são bebidas alcoólicas e cigarro. Cosméticos têm preços às vezes interessantes. Eletrônicos e roupas podem ser mais baratos que no Brasil em vários casos, mas têm preços bastante superiores aos praticados nos EUA, por exemplo. De qualquer maneira, o eixo Avinguda Meritxell –Avinguda Carlemany, que tem lojas desde Hugo Boss a eletrônicos e material esportivo, vale um passeio – as lojas por ali costumam ficar abertas até 20h.
Na gastronomia, Andorra chama mais atenção, principalmente para quem curte pescados (sobretudo bacalhau e salmão), clássicos franceses como escargot e foie gras e a típica comida de montanha europeia. São boas opções para almoçar e jantar no país, incluindo os chamados “bordes”, as antigas casas agrícolas convertidas em restaurantes e os deliciosos queijos da região. Fãs de vinho podem provar a produção da Borda Sabaté, que produz vinhos orgânicos e biodinâmicos ali mesmo.
Boa escapada para quem tem uns dias extras numa viagem à Barcelona.
Em tempo: para quem vai a Andorra para esquiar, vale saber que a cidade não tem tradição em lojas de aluguel de roupas e equipamentos. Há muitas lojas para venda destes itens, mas não para aluguel. Não encontrei nenhuma em minha semana por lá, nem o turismo local soube me indicar alguma.
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Olá, Mari!
Meu filho vai para Andorra para esquiar no final deste ano. Vou passar todas as suas dicas de Andorra (são super práticas)
oba 🙂
Olá!
Poderia informar em que restaurante comeu a carne da foto? E o nome do prato?
Andre, comi essa carne num restaurante pop up que funcionava (na época) num chalé em Granvalira, mas já não existe mais.