Encontrei no Cairo uma metrópole muito mais vibrante e cosmopolita do que eu poderia imaginar. Vocês sabem, sou maluca por grandes cidades, muita gente falando, sons, para mim tudo isso é sinônimo de vida pulsante. Cairo é MEGA em todos os sentidos: o trânsito é caótico, com congestionamentos à la São Paulo ou Cidade do México, as buzinas são alucinantes como em Lima, quase não existem faixas de pedestres como no Marrocos, uma loucura.
Mas uma loucura divina, porque a cidade tem hotelaços (com promoções impressionantes atualmente, com a baixa do turismo local, como os excelentes Four Seasons Cairo at Nile Plaza e Four Seasons Cairo at First Residence, ambos localizados às margens do rio Nilo e com belíssimos restaurantes locais e internacionais em seu interior), uma vida noturna animadíssima (com muito mais bares e discos do que eu poderia imaginar, cafés incríveis, barcos-restaurantes movimentadíssimos beira-Nilo, ótimos museus… e, ah!, as pirâmides logo ao lado, em Gizé, visíveis de tantos pontos da cidade. Sem falar no céu que, todos os dias, na hora do crespúsculo, me brindou com um espetáculo de cores incríveis, do alaranjado ao maravilha, genial.
Encontrei ali a Praça Tahrir tranquila, com manifestações organizadas às sextas-feiras, e ali eu não era a única turista a passear por ela e fotografar as esparsas tendas de jovens que continuam “amotinados” por lá. Os únicos ruídos elevados que eu ouvia diariamente – além das buzinas intermináveis, é claro – vinha dos “party-boats”, os barcos cheios de jovens festejando (e bebendo, e dançando, e se divertindo) que passeavam pelo Nilo todo final de tarde, com a música no último volume.
Adorei o Cairo à primeira vista, assim como me apaixonei por Amã, na Jordânia. Sim, é verdade que Amã é muito mais sofisticada e ainda mais cosmopolita e contemporânea, sem sombra de dúvidas. Mas me encantei tanto com o Cairo que meus cinco dias lá (que muitos amigos julgaram “tempo demasiado” antes de eu embarcar) passaram voando (e pretendo voltar à cidade).
Voltaria fácil para andar no final da tarde na promenade à beira do Nilo, cheia de gente e vida (e com um por-do-sol estupendo todo santo dia!); para entrar nas (muitas) mesquitas que não consegui entrar (fiz só as maiores e mais turísticas, como a belíssima Mohamed Ali); para passear de novo no colorido mercado Khan al-Khalili, mesmo com suas lojinhas mais minguadas pós-crise no turismo local, e tomar um chá de menta com shisha no mítico Café El-Fishawy (que, ao contrário de outros coffee shops na cidade, não condena a presença de mulheres, estejam elas sozinhas ou acompanhadas).
Aí que vontade…