Viena, nove anos depois

Viena Quase nove anos depois da última visita, meu encanto por Viena cresceu ainda mais

 

 

 

 

 

 

Estive pela primeira vez em Viena naquele périplo clássico dos brasileiros: num verão europeu muito, muito quente, em idos de 2006, visitei a cidade na mesma viagem que incluiu também Praga e Budapeste.  Lembro  bem do calor absurdo, de me banhar em filtro solar para aguentar a jornada turística, do prazer genuíno em tomar os trams vienenses todos os dias. Adorei Viena de cara, tão organizada, limpa e funcional – mas a verdade é que estava tão embasbacada com a beleza surreal de Praga e Budapeste, que eu via pela primeira vez, que meus cinco dias em Viena pareceram de bom tamanho para conhecer a cidade e visitar seus principais museus e atrações.

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Agora, de volta à cidade sob o pretexto de um convite do turismo local para acompanhar o Eurovision – o principal festival de música europeu, que completou seus 60 anos de atividade – resolvi esticar a estadia por minha conta e ficar um total de quase duas semanas na cidade para aproveitar ao máximo o que ela tem de bacana. Faz friozinho – temperatura em torno dos 12 ou 15 graus -, chove quase todo santo dia e, mesmo assim, caí de amores em definitivo pela cidade.

A super final do Eurovision aqui em Viena, sábado passado, teve mesmo organização impecável
A super final do Eurovision aqui em Viena, sábado passado, teve mesmo organização impecável

Hoje, mais do que nunca, sou totalmente adepta do slow travel; destinos que muita gente dá por visto em 3 ou quatro dias, eu costumo explorar em uma semana.  Quero ter tempo de me perder, de andar vez ou outra sem rumo “só pra ver o que tem ali”, de parar para tomar um café sem pressa e aproveitar o people watching.  Sinto um prazer imenso em voltar a lugares que amo. Visitar um destino pela primeira vez é maravilhoso, é claro; mas a jornada turística, o corre-corre atrás de ticar todas as principais atrações que estão nos nossos guias ou no nosso imaginário, não é simples de se lidar. Mas, quando voltamos pela segunda, terceira, quarta vez, não há pressa nenhuma – e há mais tempo para o inesperado.

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Talvez seja por isso que eu esteja tão in love com Viena – é daqui mesmo, na vibe “ao vivo”, que escrevo este textinho.  E de dentro de um de seus tradicionalíssimos cafés, que são pura instituição histórica e cultural da cidade – neles se reuniram músicos, artistas, intelectuais, poetas… que hoje dão lugar a moradores e turistas do mundo todo.  Os dias pré Eurovision criaram na cidade uma vibe mezzo parada gay, mezzo Copa do Mundo, com uma quantidade impressionante de turistas dos mais distintos países europeus (e também de Israel e da Australia) que andavam pela cidade enrolados nas bandeiras de seus países ou vestindo uniformes de suas seleções, num clima muito saudável e divertido. Passado o festival, Viena volta a ser mais quietinha, low profile, e a simplicidade de sua beleza volta a chamar mais atenção do que qualquer outra coisa.

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São quase nove anos da última visita: eu mudei, é claro, mas a cidade mudou mais ainda. Felizmente. Viena, que já era adorável na minha lembrança, está ainda mais moderna, mais cosmopolita, mais vibrante; um ar meio avant garde tipo Berlim vira e mexe. A beleza ímpar de seus edifícios clássicos contrasta o tempo todo com o apelo de obras de arte contemporânea espalhadas pelas ruas e pelo metrô, com os novos restaurantes e bares, os hotéis boutique, os rooftops, os designers locais que ganham força. Poucos carros dividem as ruas harmoniosamente com trams, pedestres e uma infinidade de bicicletas – sem falar nos incontáveis skatistas e alguns turistas montados em seus segways.  Viena é maravilhosa para caminhar mas também é tão bem servida dia e noite pelo transporte público que a gente mal lembra da existência de táxis (e o Vienna Card tem sido um bálsamo nas minhas locomoções nestes dias chuvosos).

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Das margens do Danúbio às vinícolas ao redor (Viena é a única capital do mundo que tem vinhedos literalmente dentro do perímetro urbano), do Ring ao Prater, dos museus aos cafés, tenho feito de tudo um pouco, conhecendo austríacos e expatriados e aprendendo todo dia ao menos algo novo desta cidade cada vez mais multicultural. O slogan que decidiram usar na promoção turística da cidade – now or never – nunca me pareceu tão apropriado. Aguardem que vem muito mais Viena por aqui. 

Viena

 

em tempo: eu ainda continuo por aqui até o próximo finde. Fotinhos mil, como  sempre, rolando soltas todo dia lá no meu instagram.

4 Comentários

  1. Mari, estou acompanhando sua viagem no instagram e no fb !! Semana que vem quem estará por aí serei eu !!! Que delícia !! Também sou muito adepta de slow travel, porém dessa vez vai ser maga ultra hiper corrida e só vai dar pra “pincelar” cada lugar, infelizmente !! Tenho uma pergunta: por acaso existe algum chip pra celular que eu possa usar em vários países do leste europeu sem ter que ficar trocando a cada fronteira?
    Obrigada
    Bjssss

    • Vivian, você pode usar o mesmo chip na Europa inteira; mas como telefonia é sempre nacional, vai pagar roaming de qualquer maneira nos países que não forem o da nacionalidade do seu chip. É claro que é um roaming muito mais amigável e factível que o cobrado pelas operadoras brasileiras – mas existe.

  2. Mari,
    Estou amando suas fotos no instagram! Estive em Viena há 2 anos pela primeira vez e me encantei. Talvez por ter (como você) desencanado das atrações principais e curtido o dia-a-dia da cidade. Foi também uma viagem de descobertas artísticas.
    O programa que mais curti – e recomendo – foi conhecer a sede do Secession, movimento artístico local similar ao Art Nouveau, cujo primeiro presidente foi Gustav Klimt.
    A casa é um espetáculo (hoje abriga exposições de arte contemporânea) e fica ao final do Naschmarkt, super fácil de chegar.
    Também adorei a casa de Hundertwasser, o “Gaudì” da Áustria!
    Abraços,
    Deb

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