A bela jornada pelo Vale Sagrado peruano, de Cusco a Machu Picchu, num roteiro off the beaten
Chegar cedinho às ruínas de Ollantaytambo, quando quase não havia ninguém por lá. Fazer trekking em montanhas nada óbvias, sem nenhum outro turista à vista. Visitar comunidades locais e acompanhar parte de seus costumes e dia-a-dia em experiências ultra customizadas. Entrar na casa de moradores de vilarejos andinos e percorrer mercados nos quais o único turista é você. Caminhar um trecho da trilha inca e parar para dormir depois num lodge novinho, com uma cama gigante e confortável. Essas são algumas das atividades comuns aos itinerários oferecidos pela Lares Adventure, parte do grupo Mountain Lodges of Peru.
Depois da primeira viagem ao país em férias há quatro anos e algo, acabo de voltar ao Peru justamente a convite desta operadora peruana para conhecer um de seus mais novos produtos: a Ruta Lares, uma rota turística exclusiva, recentemente criada por eles para quem busca conhecer o Vale Sagrado peruano de uma forma mais profunda, menos óbvia, mais off the beaten track. E gostei muito.
A proposta deles é um itinerário de 5 dias/4 noites de Cusco a Machu Picchu. Como eles mesmos recomendam aos clientes, passamos antes duas noites em Cusco para visitar a cidade e nos aclimatarmos (afinal, muita gente sofre com o soroche na chegada e é legal o corpo já estar 100% acostumado com a altitude antes de sair explorando vales e montanhas). Em Cusco, ficamos hospedados no lindo, lindo hotel El Mercado Tunqui, também parte da Mountain Lodges of Peru – localização excelente, a poucas quadras da Plaza de Armas, quartos bem confortáveis e ótimo restaurante.
De Cusco a Machu Picchu, atravessamos o Vale Sagrado e região chegando não apenas às principais atrações dali como também a povoados e cantinhos que dificilmente seriam alcançados por um turista viajando por conta própria – eu mesma nem sabia da existência da maioria deles antes da viagem. A cada noite, o guia se reunia com o grupo de viajantes para apresentar as opções de passeio para o dia seguinte: há sempre um programa cultural e uma ou duas opções mais de aventura, envolvendo trekkings, caminhadas e bicicletadas. Eu fiquei sempre na opção cultural – mas nem por isso escapei de fazer trilha por uma parte da trilha inca de Viacha até as ruínas altas de Pisac. Alguns dos meninos escolheram sempre a opção mais aventureira e fizeram inúmeras trilhas lindas pelo vale, sem cruzar com outros turistas.
Não há luxo envolvido na viagem, mas há muito conforto, seja nos deslocamentos e nas refeições de boa qualidade como nos próprios lodges. Por cerca de US$400 por pessoa/por dia, a gente viaja com acomodação, refeições, guias, passeios, deslocamentos e ingressos todos incluídos (inclusive o trem e o ingresso a Machu Picchu) – uma relação custoXbenefício bem interessante. E, como mencionei acima, realmente chega a lugarzinhos muito, muito off the beaten (eles também super estimulam que compremos/gastemos nosso dindim nos pueblos remotos do roteiro, o que é uma ideia bem bacana pro turismo sustentável).
Nos lugares fora da rota turística, eramos o tempo todo, literalmente, os únicos turistas ali – fosse nas trilhas, nos pueblos ou nos mercados. Nos lugares mais turísticos, chegamos bem mais cedo que o comum dos tours – em Pisaq, por exemplo, visitamos as ruínas altas absolutamente sozinhos no finalzinho da tarde e também tivemos o mercado quase 100% nosso no começo da manhã. Em Ollantaytambo, chegamos às ruínas também cedo, antes dos ônibus, e pudemos aproveitar o sítio com muita tranquilidade – e fotos bem menos muvucadas 🙂 Em Machu Picchu, chegamos às sete e pouco e saímos às onze, quando o lugar já fica lotado (pessoalmente, eu iria mais cedo ainda, às seis, para pegar a sensacional luz do amanhecer nas ruínas). No geral, uma experiência excelente de contato com locais e absolutamente interessante (além dos dois guias de info e trekking, nos acompanhou o Andrés, um chileno que vive em Cusco e manja tu-do de arqueoastronomia – e nos brindou com explicações excelentes sobre o assunto e história em geral em todos os lugares.
Da hospedagem, só não gostei do hotel Pakaritampu, em Ollantaytambo (nem recomendaria; localização boa, mas um belo downgrade frente ao restante da hospedagem da viagem). Também não achei tudo isso que falam do Sumaq, não (mesmo). Mas gostei muito dos dois novos lodges da Mountain Lodges of Peru que estão no roteiro, o Lamay e, sobretudo, o Huacahuasi, meu preferido, na vila de Patacancha, novinho em folha. Como precisei voltar antes do grupo, infelizmente perdi de me hospedar no (mas visitei, e amei) Sol y Luna, também em Ollanta, na última noite – um encanto de hotel, com direito a restaurante Relais&Chateaux e uma história bem legal de turismo sustentável por trás.
Mas TREMENDA viagem. Linda mesmo. E ó: programão para quem viaja sozinho.
Mari, sua aventura peruana é interessante e com certeza foi divertido (especialmente por coincidir com Ricardo de viajenaviagem). Um lugar bonito e eu vi os lodges foram excelentes. La señora María é uma descoberta 😉
sim, um encanto a señora María! Muita gente bacana mesmo no nosso caminho nesta viagem, Carmen
Linda viagem, Mari, tudo indica que foi um passeio muito bacana (já tinha visto os textos super legais do Riq), a descrição do seu passeio me lembrou muito as rotas off the beaten track que fiz pela Guatemala e Cuba. As caminhadas que você fez (quando não tinha outra alternativa, rs, rs) foram puxadas? Beijos.
Foi mesmo linda a viagem. E os posts do Riq estão incríveis, né? Diário perfeito da nossa trip. Sobre as caminhadas, em geral eram bem tranquilas, sim! Pra mim foi sempre mais puxado porque tenho um dos joelhos deslocados e as descidas são sempre complicadas. Mas o único trecho mais puxado das caminhadas, hum, digamos, compulsórias :D, foi de Viacha a Pisaq – é um trechinho lindo, só de descida, da trilha inca, mas é bem inclinado. De resto era tudo beleza 😉