Como é se hospedar no Juma Amazon Lodge, na Amazônia brasileira
O Juma Amazon Lodge é um dos mais antigos lodges da Amazônia brasileira. Ao longo do tempo, o lodge foi felizmente sofrendo melhorias (imagine que da primeira vez que fiquei ali, há mais de dez anos, não tinha nem água quente!) e tentado trabalhar mais com sustentabilidade.
Todo construído em palafitas, em pleno rio Juma, longe de tudo, tudo ali é um desafio, é claro – inclusive chegar, com transfer que envolve dois trechos em carro e dois trechos em barco até lá. E suas diárias incluem sempre os transfers, todos os passeios e todas as refeições.
Em fevereiro passado, voltei ao Juma Amazon Lodge para ver o quanto o lodge tinha mudado neste tempo. Além da muito bem-vinda água quente para o banho, o local ganhou um simpático redário e também um fundamental deck com “piscina de rio” que faz o maior sucesso no instagram. Com grade no fundo, o local permite que até quem tem medo de nadar em rio tenha a gostosa experiência de nadar na Amazônia.
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Como chegar
Os traslados desde o aeroporto e de alguns hotéis de Manaus estão incluídos nas diárias. Mas é preciso espírito aventureiro para chegar ao Juma Amazon Lodge.
Apesar de estar a pouco mais de 100km de Manaus, são necessários dois trechos em automóvel (um em van e um em micro ônibus) e dois trechos em barco para chegar ao local da floresta onde o lodge está instalado. O trajeto é previsto para ser feito em 2h45 minutos, mas é bom se preparar para alongar: minha ida e minha volta duraram 3h30 cada.
No primeiro trajeto em barco é possível ver o encontro dos rios Negro e Solimões. E antes do último trajeto em barco há uma simpática parada na barraquinha do seu Armênio para quem quiser tomar um côco gelado ou provar autênticas castanhas da Amazônia.
Infra-estrutura
O Juma Amazon lodge fica literalmente no meio da floresta, por isso a logística tão complicada para chegarmos lá. Por isso mesmo todos os passeios, refeições e transfers estão incluídos nas diárias.
A propriedade está inteiramente construída sobre palafitas para se adaptar às cheias e vazões do rio Juma. São apenas 19 bangalôs, recepção, um redário, um mini museu, um deck no rio e um restaurante compondo a propriedade toda, ligados por passarelas de madeira em meio à mata.
O lodge tem também uma cabana simples na floresta que às vezes é usada para almoços comunitários após trilhas na floresta. Em alguns pacotes é possível também (se o hóspede quiser, é claro) fazer um pernoite ali.
Até minha visita em fevereiro passado, não existia nenhuma conexão telefônica ou de internet no lodge. Mas me contaram que estavam instalando roteadores e planejavam permitir meia hora diária (!!!) de conexão à internet para cada bangalô em um local chamado de “casa da internet”.
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Acomodações
O Juma tem apenas 19 bangalôs, todos construídos em terra firme sobre palafitas, na copa das árvores, para se adaptar bem às cheias do rio (nas cheias, de março a agosto, os níveis das águas aumentam até 15 metros). São 6 bangalôs com vista para a floresta, 11 com vista para o Rio Juma, 1 especial para famílias e 1 “panorâmico”, com vista para floresta e rio.
Todos os bangalôs são bastante rústicos e simples, mas possuem água quente (fornecida por meio de um sistema que agrega um painel solar com um reservatório de água em cada bangalô), ventilador e terraço com rede. Os bangalôs com vista para o rio Juma são os menores, mas os com maior privacidade, já que estão mais distantes uns dos outros.
Há bebedouro de água filtrada para que cada hóspede encha sua garrafinha no restaurante, e também há água filtrada entregue nos quartos para escovar os dentes. Mas é preciso que você leve todos os seus ítens de higiene&beleza, já que o lodge não oferece amenidades de nenhum tipo (apenas uma barrinha de sabonete para as mãos).
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Refeições
Não espere grandes experiências gastronômicas: as refeições no Juma são todas bastante caseiras e limitadas em variedade, servidas sempre em estilo buffet. Faltam ali os elementos locais da rica gastronomia amazônica. Há sempre algum peixe amazônico no buffet, mas pratos simplistas como macarrão à bolonhesa também são frequentes (estava presente em 3 das minhas refeições ali nesta viagem).
Sobremesas, água filtrada e dois sabores de sucos naturais de frutas estão sempre incluídos em todas as refeições. No café da manhã o buffet conta também com um funcionário preparando gostosas tapiocas na hora.
As refeições em geral acontecem em grandes mesas comunitárias, nas quais cada guia come junto com seu grupo de hóspedes (ou seja, você faz suas refeições sempre com os mesmos hóspedes com os quais faz seus passeios).
Todo final de tarde, coincidindo com a volta dos passeios, é servido um café da tarde com pão de queijo, bolos, café e chá na recepção.
Passeios
Os passeios do Juma Amazon Lodge estão todos incluídos nas diárias – mas seguindo uma ordem pré-determinada da equipe de guias e as inclusões exatas para cada tipo de pacote (2 noites, 3 noites, 4 noites etc).
Em geral, são dois passeios por dia, um pela manhã e um pela tarde. Algumas das atividades incluídas são amanhecer no rio, passeios entre igapós e igarapés, trilhas na floresta, avistamento de botos, pescaria esportiva de piranha, passeios em canoas de madeira, focagem noturna de animais etc. Todas sempre feitas em canoas ou voadeiras, em grupos de hóspedes, e a maioria delas funciona também para famílias com crianças.
Sustentabilidade
O lodge está instalado em plena floresta, em uma área completamente preservada de 7 mil hectares. O Juma Amazon Lodge instalou 42 painéis solares num flutuante de 100 m2, mas parte significativa da energia do lodge ainda é através do uso de gerador.
O esgoto do hotel é tratado com separação de gordura e óleo, separação de sólidos, tratamento anaeróbio, tratamento aeróbio com difusores bolha fina, decantação, filtração biológica, reuso do lodo e desinfecção por radiação ultravioleta. Todo o lixo do Juma é separado e armazenado em uma Central de Resíduos. Mais de 90% dos funcionários do lodge são oriundos da comunidade local.
Apesar de tão diferentes, o Juma Amazon Lodge é dos mesmos proprietários do novo hotel Juma Ópera, em Manaus.
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